Palhaço também conta histórias!
Neste blog você pode saber um pouco mais das nossas histórias vividas nos hospitais.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Fotossíntese


Relato enviado pelo voluntário Cristiano (Palhaço Lourival)
 

                                                                                                Ilustração Felipe Tognoli
 
 
Começamos pelos quartos de internação. Em regra, um lugar com limitações: espaço, barulho, muitas intervenções médicas e, muitas vezes quartos que não permitem visita, mas nunca desistimos.
 
Em um dos quartos não havia enfermeiros nem médicos, tampouco placas proibindo o acesso e resolvemos entrar, mas, estava lá um outro voluntário, no GRAACC as crianças recebem aulas e aquele menino estava tendo uma, não iríamos atrapalhar mas, como já estávamos no quarto e a criança não tirava os olhos perguntamos: "Aula do quê?"
"Fotossíntese." - respondeu a professora!
 
Eu e Jaime nos olhamos imediatamente e quase em uníssono respondemos: "F O T O S S Í N T E S E ? Somos especialistas nisso!"
 
E Jaime começou a explicar: imagine uma sementinha no chão e virou-se pra mim, resultado: virei uma semente agachado na frente da cama e todos no quarto já começaram a sorrir, a aula parou e a criança se ajeitou para receber aquela que seria a aula mais engraçada que eu mesmo já havia participado.
 
Jaime seguiu regando a semente, a semente brotando pouco a pouco e eu subindo devagarinho, esticava um braço, o outro, a cabeça, o corpo, a planta crescia aos poucos, embalada pela eficiente e correta narração de Jaime sobre o processo de fotossíntese, até que essa semente virou uma árvore, com flores (minha língua) e renovou o ar do quarto, encerrando assim a grande aula.
 
Sob sorrisos e os parabéns da professora, nos despedimos. Foi a melhor interrupção de aula que já fiz e a melhor aula que já dei!
 

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

O Poetão


Relato enviado pelo voluntário Rodrigo (Palhaço Mixirico)

 
                                                                                       Ilustração Felipe Tognoli


Paramos na porta para observar a J., uma adolescente que pintava em sua cama.
De repente, avistei uma moça que vinha em minha direção! Logo disse ao Giba que ela era minha fã, que devia ter me reconhecido, e estava vindo pegar um autógrafo!!!
 
Ela parou ao meu lado e logo perguntei, ou melhor, afirmei: - Você é minha fã, né?
- Lóóóógico.... como não seria... você é tão..tão... – dizia a mãe
Nem deixei ela terminar a frase e me virei pro Giba: - Tá vendo, ela é minha fã mesmo!!!
- Acho que ela quer ser algo mais que fã! – apimentou Giba.
- Será? Já sei, vou fazer um poema para ela. Afinal, eu sou o maior poetão do hospital!!! - disse todo empolgado.
 
J. estava empolgada com a cena e colocava lenha.
Pedi a ela que me desse 3 palavras para que eu pudesse colocar no meu poema.
Ela disse "sei lá".
- Opa!! Já disse 2 palavras, falta uma só. – afirmei.
Ela riu e disse: - Linda
 
Saí do quarto, não sem antes perguntar o nome da mãe (Seiqueláana), para que meu parceiro me anunciasse, afinal de contas, não era todo sábado que um poetão declamava seu poema!
 
Poetão anunciado!! 
Entrei com toda elegância, que me é sempre pertinente, me ajoelhei, peguei a suave mão da mãe e comecei a declamar um belo poema:
 
"Quando te vi, sei lá ó Seiqueláana
Sei lá se meu amor, cabe dentro de mim.
Mas como eu gosto de banana,
Só sei dizer que você é uma rosa de jardim."
 
Seiqueláana disse que adorava banana.... ai ai ai tava funcionando!!!
Então continuei!!

"Ó Ó Ó Ó Ó Ó Seiqueláana,
Meu amor por vc é sem fim,
Por isso fui lá fora,
Apanhar essa linda rosa no jardim, pra você!"
 
Nesse momento, tirei uma rosa feita de papel toalha que estava dentro da minha calça. Seiqueláana ficou toda feliz.
 
E pra terminar declamei:
 
 
"Ó Seiqueláana, eu vou embora.
Vou embora com o coração partido.
Mas vou embora com a sensação
De te levar comigo!"
 
E saí num suspiro... como se fosse meu fim...
 
Todos aplaudiram o poema, e o meu sofrimento!
 

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Em Tempo!


Relato enviado pela voluntária Daniele (Palhaça Clô)
 


                                                                                              Ilustração Ricardo Ferri


À porta de M. (15 anos) ficamos à espreita e perguntamos se podíamos entrar. O garoto somente acenou com a cabeça que sim.
 
Clô olhou pro Tunico e, em um movimento muito rápido, entrou no quarto. Tunico, mais lerdo, demorou mais.
Ao chegar ao pé da cama de M., perguntamos se a nossa entrada estava boa ou ruim. Ele disse que mais ou menos: ou seja, podíamos melhorar.
 
Assim foi criado um concurso em que estava em jogo um cargo de promoção efetivo de que quem ganhasse!!
Clô estava na fúria de ganhar!
 
Então lá fomos nós! Chegamos à porta de novo e entramos na fúria até o pé da cama de M.
E então perguntamos: - De uma nota de 1 a 7, sendo 7 o mais rápido e 1 o mais lerdo, quanto você dá pra gente?
- Hummmm... 4 pra ele e 5 pra ela! – respondeu M.
 
Opa! A vantagem era da Clô!
 
De repente, a enfermeira abriu a porta indicando que ia fazer algum procedimento.
Clô então perguntoi para M.: - Em quanto você acha que devemos sair daqui de 1 a 5?
Tunico complementou: - Sendo 1 valendo 1 segundo e 5 valendo 5 segundos!
- Hummmm ... 3! – respondeu M.
 
Em menos de 3 segundos passou um furacão por aquele quarto na fúria dos dois saírem rapidinho!!!
 
Do lado de fora conseguimos ouvir as risadas de M. e da enfermeira!
 

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Quarto Ao Contrário = otrauQ oA oirártnoC


Relato enviado pelo voluntário Paulo (Palhaço Arlindo)

 
 
                                                                                      Ilustração Felipe Tognoli

Estávamos passando pelo quarto de um garotinho e uma menina, quando perguntei se podíamos entrar, o menino disse que eu podia, logo pensei, Charles não pode, então pedi para que ele ficasse lá fora enquanto eu ia perguntar se ele também poderia entrar.
 
Enquanto Charles ficava na expectativa lá fora... fui explicando para o pessoal do quarto que meu amigo Charles tinha um trauma de infância, que ele era tão feio que teve que aprender a andar com 11 meses, porque ninguém queria pegar ele no colo...
Combinei com a menina, a mãe dela, o menino e seu pai, que quando Charles entrasse no quarto, todos gritariam: “NOOOOOOOOSSA... QUE PALHAÇO BONITO”...
Ensaiamos duas vezes, até ficar bem harmonizado... Logo em seguida pedi para que Charles entrasse, avisando que o menino havia liberado sua entrada...
 
Quando Charles foi dar um oi para o pessoal, todos gritaram juntos: “NOOOOOOOOSSA... QUE PALHAÇO BONITO”...
Ahhhh isso foi música para os ouvidos do Charles, que ficou muito feliz, agradeceu a todos pelo elogio e começou a zombar de mim, falando que ele era bonito e eu feio... 
 
Foi nessa hora que contei toda a verdade para Charles, pedi para que ele fosse forte e entendesse o que acontecia naquele quarto! Disse: “Charles, isso não foi um elogio, na verdade, tudo que é dito nesse quarto tem um significado contrário, ou seja, quando eles falaram que você é bonito, na verdade eles disseram que você é feio!”
 
Daí pra frente tudo ficou realmente ao contrário naquele quarto, todos pegaram o espírito da brincadeira e começaram a falar as coisas no sentido contrário do tipo:
 
“você é feio” = “eu sou bonito”
“eu sou elegante” = “você não é elegante”
“thcau” = “oi”
“oi” = “tchau”
 
Ficamos ali por alguns minutos, e confesso que no final já estava muito confuso, já não sabia mais quando era certo, quando era ao contrário, mas o que ficou marcado naquele quarto foi no momento de ir embora, quando dizíamos “oi vamos ficar, porque não param de chamar a gente de bonito” = “tchau vamos embora porque não param de chamar a gente de feio”... Eles começaram a falar: “sim, vão embora palhaços, vocês são feios, não voltem” = “não, fiquem palhaços, vocês são bonitos, voltem”!
 
De uma maneira bem confusa nos sentimos muito amados!
 
 

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Fazemos Carreto


Relato enviado pelo voluntário Mauro (Palhaço Malavazzi)

 
                                                                                           Ilustração de Felipe Tognoli


Um pequeno menino puxava para cima e para baixo um caminhãozinho de brinquedo. Entramos em seu quarto, onde havia mais três pacientes e logo propagandeamos o nosso serviço de carreto. 
- T., você leva esse meu chapéu ali até o Tunico, por favor?
- Levo!
 
E lá ia o chapéu, na caçamba do caminhãozinho.
 
- T., você leva esse meu desentupidor ali até o Tunico, por favor?
- Levo!
 
E lá ia o desentupidor.
 
Mostramos ao público o quão seguro e eficiente era o nosso serviço. Será que alguém gostaria de usá-lo?
- Eu gostaria. Queria que me levassem daqui até Aracaju.
- Aracaju?! Ai, ai, ai. Tudo bem.
- Eu também quero! Quero ir para o Jardim Ângela.
- Tá... mais perto, beleza.
- Eu também! Quero ir para Piracicaba!
- Certo, combinado.
- E eu quero ir para Garça!
- Garça? Não sabemos onde fica, mas tudo bem, a gente leva.
 
Estava combinado, o caminhãozinho partiria ao meio dia e faria o trajeto para o Jardim Ângela, depois vira à esquerda e pega para Piracicaba, aí dá um pulo em Garça e, de lá, toca direto para Aracaju!
 
E o T. todo feliz que finalmente conseguiria uma utilidade de verdade para o seu caminhãozinho...
 

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Pura Maldade!!



Relato enviado pela voluntária Paloma (Palhaça Lorena)



                                                                                             Ilustração de Ricardo Ferri
 

Os palhaços são todos bonzinhos ou existem palhaços malvados?
  
Bom, eu acho que existem palhaços malvados. Aliás, não só existem como fazem parte da Operação Arco-Íris. Quem será?
 
Ascarez e eu passamos por um quarto no quinto andar. Não pudemos abrir a porta, pois a paciente estava em isolamento. Não conseguimos simplesmente passar pelo quarto. Começamos a observar a menina que brincava de boneca lá dentro, enquanto sua mãe dormia.
 
Não demorou muito para a garotinha perceber a nossa presença. Através de gestos, nós perguntamos se a mãe dela estava mesmo dormindo e a menina respondeu que sim. Foi aí que Ascarez e eu bolamos um plano malévolo: pedimos para a garota dar um susto na mãe. 
 
Fizemos a mímica do nosso plano, simulando como a garota daria o susto e como a mãe acordaria apavorada. A menina adorou a nossa ideia, afinal, ela não parava de rir da nossa simulação.
 
Depois de saber todos os detalhes do plano, a menina foi caminhando sorrateiramente na direção da mãe. A cada passinho, a garota olhava pra gente, compartilhando o que sentia. Ascarez e eu acenávamos para a menina seguir adiante com o plano.
 
A menina chegou bem perto da mãe e Búúúúú!!!
 
A mãe levou o maior susto e acordou sem entender nada. A menina comemorou comigo e com o Ascarez, enquanto sua mãe recuperou o fôlego e deu uma risadinha. Ascarez e eu nos escondemos rapidamente e fugimos sem deixar pistas do nosso plano malévolo.
 
Tá bom, eu confesso: Ascarez e eu somos palhaços malvados! Mas só de vez em quando...
 

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Ode ao Romão

Uma singela homenagem ao amado Presidente da Operação Arco-Íris.

Poema de autoria da voluntária Adriana (Palhaça Múrcia).





Ode ao Romão



Nesta linda manhã do dia 5 de setembro,

Decidimos homenagear, dentre os nossos voluntários, o principal membro.
 
 
 

Ele pode até não ser um grande exemplo de inteligência,

Mas hoje ele ocupa a nossa presidência.


 
 
Em suas aventuras nos hospitais ele já foi índio, astronauta e até poliglota,

Apesar de não passar de um palhaço idiota!
 
 
 
Adoramos o seu jeitinho meigo e lento, que é bem hilário,

E hoje lhe desejamos um Feliz Aniversário!
 
 
 
Ele é cativante e tem um enorme coração,

E é por essas e outras que amamos o nosso querido Romão!
 

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Chorão!



Relato enviado pelo voluntário Rodrigo ( Palhaço Mixirico)



Em um dos quartos do hospital, uma mãe brincava com seu pequeno filho.

Paramos em frente a porta, meu parceiro Charles e eu, e, antes mesmo que batêssemos à porta, a mãe nos convidou a entrar.
Mal sabia ela que nós já havíamos sido convidados pelo pequenos J.!
Sim, ele nos convidou através do seu olhar... e que olhar! Até porque há tempos ele não esboçava reação a nada.
Na sua cama, J. brincava com 2 bolinhas e um vaso.
A brincadeira consistia em colocar as bolinhas dentro do vaso. Tarefa difícil para um bebê de 11 meses. Na verdade, é difícil até para o meu parceiro Charles!!
 
A mãe se manteve afastada, observando a todos os detalhes de seu bebê.
E lá estava J. tentando encaçapar as bolinhas, tendo como espectadores Charles e eu, um de cada lado da cama.
Tenta daqui, tenta dali e nada das bolinhas entrarem... quando, de repente, "pluft" (barulho de bolinha entrando no vaso), ele encestou uma bolinha.
Charles aplaudia efusivamente, eu também, mas a criança estava vidrada nos movimentos do meu parceiro.
E, quanto mais o Charles aplaudia e ficava feliz, mais o J. ria... e sua mãe... sua mãe chorava!!!
Sim... chorava um choro gostoso, um choro alegre... feliz!!!
 
E eu?? O que fiz??
Ah... eu chorei...
 

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Corta o fio certo, pô!!



Relato enviado pelo voluntário Fábio (Palhaço Tunico)




Cenário: Oncologia do Hospital Darcy Vargas
Seres: Quincasss e Tunico
Público: Jovenzinho J. e sua mãe
Cena: J. fazendo algo no notebook
______________

- Olá, o que está fazendo aí no note? - Quincasss

O garoto ignora...

- Está jogando na internet? - Tunico

- NÃO TEM INTERNET AQUI NÃO TÁ VENDO!!! - Diz J. bravo e sem nenhum contato visual conosco.

- Tá jogando o que então? - Quincasss

- Tô jogando blah untho bixiuba! - Diz garoto mostrando a língua totalmente apático a nossa presença.

Silêncio de 3 segundos...

- Porque vocês não vão mostrar o pipi pros outros? - Garotinho, quase que expulsando a gente do quarto.

- É esse o jogo que está jogando? - Quincasss e Tunico, quase que falando juntos.

E o garoto começa a puxar os fios de carregador e headset todos embaraçados...

- Cuidado senão vai explodir!!! J. corte o fio vermelho, o verde não. O fio VERMELHO! - Tunico com as mãos na boca segurando seu rádiotransmissorfockers 3.8.

Leve sorriso de canto de boca no garoto.

Quincasss e Tunico se olham rapidamente...

Daí pra frente já devem imaginar a bagunça que foi no quarto, seguida de sorrisos e correrias!!

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Até quando é ruim é bom!


Relato enviado pelo voluntário Fabio (Palhaço Bordô)
 


Até quando é ruim é bom.
 
A visita não tinha sido aquelas coisas.
Foi a primeira vez que esta dupla se encontrou no hospital e, por motivos que não sabemos explicar, faltou escuta, algumas propostas se perderam, algumas ideias não conquistaram as crianças, topamos com climas pesados...
 
Mas milagres acontecem todos os dias, até naqueles que não são tão bons.
Então, quando já estávamos no banheiro do subsolo para nos trocar, um senhor da manutenção do hospital passou por nós e fez questão de conversar, ou melhor, dar uma aula.
 
Com toda simplicidade e sabedoria, disse que o palhaço é uma pessoa muito importante para a sociedade, pois a situação pode estar muito ruim, mas o palhaço persiste na sua alegria, mesmo com tudo desmoronando a sua volta, por isso é um personagem para se reverenciar sempre.
 
E quem somos nós para discordar deste, cuja sensibilidade merece ser reverenciada?
 

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Menino-Cachorro–lobisomem-vampiro...


Relato enviado pelo voluntário Paulo (Palhaço Arlindo) 

 

Aquela manhã estava um pouco assustadora, Pepa e eu tínhamos acabado de sair de um quarto fantasma e estávamos procurando um lugar para nos escondermos.
Vimos que havia um quarto aparentemente vazio e INOCENTEMENTE entramos, tudo parecia estar calmo e tínhamos a sensação que finalmente havíamos encontrado um lugar seguro.
 
Maaaaaaaaaaaaaaas.....
 
Quando fechamos a porta e viramos para a janela, algo estranho aconteceu, uma voz estranha vinha do fundo do quarto: “SAIAM DAQUI !!!! VOU PEGAR VOCÊS !”....
 
Nesse momento, mostrei toda a minha coragem e braveza, e em um ato heróico me escondi no banheiro, deixando a Pepa sozinha no quarto.
 
Pepa, muito irritada, foi e me tirou a força do banheiro!
 
Tentamos uma comunicação de todas as formas, até percebermos que essa voz misteriosa vinha de alguém que estava embaixo do cobertor, continuamos tentando manter contato e saber um pouco mais do que era aquilo, até o momento em que sua identidade secreta foi revelada, tínhamos entrando no quarto do incrível Menino-Cachorro–lobisomem-vampiro...
 
Tínhamos que enfrentar aquele medo!! Não podíamos deixar que os fantasmas e monstros tomassem conta do Hospital!! Pepa, de um lado, tentava pegar o Menino-Cachorro–lobisomem-vampiro pelo pé, enquanto eu silenciosamente tentava puxar seu cobertor.
 
Nesse momento eu consegui visualizar que aquela voz nada mais era do que um frágil e destemido Boneco da Turma Mônica... Há Há Há. 
Falei pra Pepa: “Olha só do que estamos com medo, disso aqui, que não faz nada pra ninguém!!”
Começamos a comemorar e pular de alegria, pois finalmente tínhamos encontrado um lugar seguro para ficar...
 
Infelizmente estávamos enganados novamente, pois o incrível Menino-Cachorro–lobisomem-vampiro surgiu enrolado no coberto gritando: “Raaaaaaaaaaaaaaaaaa... enganei vocês.... vou pegar vocês....”
 
O final vocês já devem imaginar!
Claro que saímos correndo em disparada para fora do quarto!!!! DESESPERADOS em busca de socorro.
 

quarta-feira, 31 de julho de 2013

É com muito amor


Relato enviado pela voluntária Daniele (Palhaça Clô)

  



Entramos em um quarto onde havia um casal de senhores bem simpáticos. O marido é quem estava internado.
 
- Com licença, podemos entrar? – perguntaram Clô e Jaime.
- Claro! – respondeu a simpática senhora.
- Sabe... Eu vim aqui porque eu sei que vocês serão capazes de responder uma dúvida minha! – disse a Clô.
- Pois não! - disse a senhora e o senhor já ficou olhando pra saber o que viria dali!
- Sabe que que é?! ... Eu casei! É casei! Cansei de ficar solta pelo mundo então eu casei!!
- Parabéns! É muito bom casar! – disse o senhor.
- É mesmo? Então vamos ver se o senhor é capaz de responder a minha maior dúvida! – indagou Clô.
- Pois não! – respondeu ele.
Clô deu um suspiro e perguntou: - Como é que faz arroz?
Depois de risadas no quarto, a senhora se precipitou e respondeu: - Aaaah! Ele responde melhor que eu! Porque o arroz dele é mais gostoso!
O senhor respondeu: - Ah! É com muito amor!
- Poxa! Mas eu coloco o amor mais pro final ou pro começo da receita? – perguntou Clô.
- Bom, eu coloco quando ponho o arroz na panela! – respondeu ele.
- Aaah! Eu coloco logo quando ponho o óleo na panela! – disse a esposa.
Depois de uma breve discussão sobre o ingrediente principal, a esposa conclui: - É... deve ser a receita dele! Pois estamos juntos já há 49 anos!
A Clô viu que era um potencial de casamento e, dizendo que ia naquela hora mesmo comprar os ingredientes, concluiu antes de sair pela porta: - Daqui há 49 anos a gente se encontra e eu digo se deu certo!
 

quarta-feira, 17 de julho de 2013

É o novo som de Salvador!!!


Relato enviado pelo voluntário Pedro (Palhaço Jaime)
 
 
 

Entramos em um quarto e encontramos I., um Pernambucano que morou muito tempo em Salvador. Começamos a relembrar ritmos da Bahia e I. revelou que gostava de Axé.
 
Jaime começou a ensaiar alguns passos e D. Saradona perguntou se Jaime sabia dançar todos os ritmos. Jaime afirmou que sim, obviamente, e I. já começou a rir, antes mesmo de Jaime começar sua dança.
 
D. Saradona pediu que Jaime dançasse o Lago dos Cisnes e, Jaime começou sua performance... Dançou, dançou e, no final, pediu a opinião dos presentes. 
 
I., que ria bastante, olhou para o Jaime e disse: “Eu não vi nenhum Lago dos Cisnes... para mim parece mais a DANÇA DA GALINHA DESPENADA”. 
 
Neste momento Jaime percebeu que havia criado uma nova dança que revolucionaria o mundo!
D. Saradona também achou incrível a nova descoberta e convidou Jaime para sair em busca de patrocinadores.
Assim, deixamos o quarto ao som dos risos de I. e rebolantes com mais uma descoberta!!
 

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Choro Cheiroso


Relato enviado pela voluntária Viviane (Palhaça Dália)

 
 


Após visitarmos a enfermaria no 5° andar do Menino Jesus, Lorena e eu nos dirigimos à escada para subirmos ao 7º andar.
Quando chegamos ao pé da escada, nos deparamos com uma moça que estava descendo, com os olhos um pouco vermelhos. Entretanto, o que nos chamou mesmo atenção naquela moça era o cheiro! Como era cheirosa!!
  
Lorena logo disse: "Nossa! Como a senhora é cheirosa!"
 
E a moça respondeu, timidamente: "É que eu estava chorando...". 
 
Ficamos muito surpresas! 
 
"Então quer dizer que quando a senhora chora, fica cheirosa?"
 
"Sim, eu fico!"
 
Neste instante, percebemos que ela ia começar a chorar de novo e a ficar ainda mais cheirosa! Sem demora, a abraçamos bem forte, na esperança de darmos algum carinho e apoio, mas também de receber um pouco daquele perfume magnífico! Quando terminamos o abraço, ela continuou a descer as escadas, avisando que tinha que ir chorar mais um pouquinho e, logo, ficar mais cheirosa.
 
Nos despedimos mandando beijos e ao som de elogios como diva, linda, musa e, claro, CHEIROSA!! Afinal um encontro com alguém que chora lágrimas perfumadas não acontece todo dia!
 
 

quarta-feira, 3 de julho de 2013

IBOPE do Coração


Relato enviado pelo voluntário Fábio (Palhaço Tunico)
 

No sétimo andar, Tunico e Jaime aprenderam como levantar a audiência da TV!
 
Os palhaços pediram licença para entrar no quarto através do vidro da porta e J. faz um leve sinal com a mão. Entrando no quarto, Tunico viu que J. olhava desinteressado para a TV onde passava um desses programas matinais e perguntou se ele gostava desse tipo de programa. Fazendo sinais com a mão J. disse que não e Jaime tentou mostrar pra ele que o programa poderia ser legal.
 
Tunico percebeu que aquele monitor do outro lado da cama não era um monitor cardíaco mas sim um “medidor” de IBOPE!!
Ao mostrar o aparelho para Jamie os dois perceberam que J. deu um leve sorriso e que isso fez o “IBOPE” aumentar.
  
Pronto! Bastou isso para que os dois palhaços pulassem de alegria no quarto!! As enfermeiras do lado de fora, que olhavam pelo vidro, vibravam com a alegria do quarto. A cada número que aumentava no monitor a alegria brilhava no quarto, de uma vez ou outra J. conseguia sorrir o que deixava todos maravilhados!
 
Tunico e Jaime saíram do quarto vibrantes porque haviam conseguido aumentar em 10 pontos o IBOPE daquele quarto.
 

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Peguei um peixe!!!


Relato enviado pelo voluntário Pedro (Palhaço Jaime) 

 

Entramos no quarto de L., um menino que tinha nome de cantor e estava deitado assistindo Televisão. Começamos a falar sobre vários assuntos e descobrimos que ele gostava muito de futebol e que era muito bom jogador! 
 
Chegamos à conclusão de que a união entre o nome de cantor e o talento para o futebol faziam uma junção perfeita, pois quem pede música é porque fez três gols... Sim, a piadinha foi ruim, mas menino prontamente concordou!!! Rsrsrsrs.
 
Alguns jogos aconteceram e, então, uma nova e importante revelação: O menino disse que adorava pescar e que tinha muita prática. Pescava com minhoca, camarão, isca artificial...
 
Neste momento, Jaime ergueu sua vara de pescar e começou a pedir orientações ao menino e ele prontamente atendeu!
 
- Levanta a vara de pesca... Jaime levantou...
- Agora, coloca a minhoca... Jaime colocou...
- Agora JOGAAAA... Jaime se preparou para jogar a vara inteira e o menino muito rapidamente disse: “A VARA NÃO!!!! SEGURA A VARA DE PESCAR E JOGA A LINHA COM A MINHOCA!!!”
 
Jaime se preparou, mirou e jogou com bastante força. Neste momento, D. Saradona, ou melhor, a peixe Saradona, passava pelo local e mordeu com força o anzol...
 
L. ria muito e Jaime tentava fisgar aquele peixe!
 
L dizia: Puxa a vara... mas Jaime não conseguia, pois a peixe Saradona, como o próprio nome diz, era muito forte.
 
O peixe fazia muita força e Jaime começou a ser arrastado em direção a porta... O menino mandava puxar, mas o peixe era mais forte!!! Enfim... quem pode com um peixe tão Sarado assim!!!
 

quarta-feira, 19 de junho de 2013

De volta pra casa


Relato enviado pela voluntária Daniela (Palhaça Janja)

 



Encontramos no 4º andar a Dona A. do carrinho de comida e ficamos ouvindo ela contar a história do Sururu láaaaaaaaa de Alagoas. Oh mulher boa pra contar história. Ela é do tipo mãezona, acolhedora, com um sorriso largo no rosto, dentes brancos e perfeitos e que te faz sentir bem logo de cara.
Ricota e eu ficamos nos deliciando ouvindo ela contar a história. Fomos embora daquele andar, mas encontramos Dona A. novamente no 6º andar, quando já estávamos de saída. 
 
Eu disse pra ela: Dona A. amei a senhora e o tal do sururu, posso te dar um abraço? 
 
Ela: Oxi, mas é claro que sim. 
 
E nos abraçamos sem pressa de largar. Sabe aquele abraço longo e acolhedor?! Pois é, eu acho que eu estava precisando de um desses e não queria mais soltar.
 
Quando eu finalmente larguei Dona A., ela estava com os olhos cheios d´água e disse: Olhe, eu estava tão desanimada e triste. Hoje cedo me ligaram lá de Alagoas pra falar que minha mãe sofreu um derrame. Eu tava aqui com meu coração apertadinho e só pensando em “mainha”. Esse abraço foi a melhor coisa que podia ter me acontecido.
(Acho que nós precisávamos uma da outra). 
 
Falei pra ela: Não seja por isso... 
Abri os braços, bem grandão, como se fosse o Cristo Redentor e disse: Me abrace mais!!!!
  
Nos abraçamos mais e fui embora dali refletindo sobre aquele momento.
Várias coisas fervilhavam na minha cabeça, quando Ricota disse: Janja, acabou nossa visita. Vamos nos trocar?
  
Eu disse: Não. Vamos embora assim. Quero ir pra casa assim... Janja.
(Uma das coisas que passavam pela minha cabeça quando Dona A. falou de sua mainha foi que faz 10 anos que meu pai teve um derrame e encontra-se numa cama totalmente dependente de seus familiares e ele nunca conheceu a Janja. Me senti em dívida com ele.).
 
Ricota entendeu, entrou no clima e disse: Vambora então !!!! 
 
Fomos.
 
Cheguei em casa e fui direto para o quarto do Seu Ricardo.
 
Eu estava tão eufórica que nem tive tempo de entender o ambiente, bater na porta e perguntar se eu podia entrar... nada... já cheguei chegando.
Ele tomou um susto porque estava um pouco sonolento.

Eu disse: Vamos abrir essa janela e deixar o sol entrar?
 
Ele já meio rindo disse: Pra quê? Eu não posso ir lá fora!
 
Eu retruquei: Então deixa o lá fora entrar aqui dentro.
 
Ele me respondeu com um gesto que só quem o conhece sabe o que estou dizendo. Subiu o ombro, levantou a sobrancelha e balançou de lado a cabeça.
 
Perguntei: Qual é o seu nome mesmo?
  
Ele: RI ....... RI .... RI .... CARDO. E o seu?
 
Respondi: O meu é Janja! Muito prazer!
 
Ele: Janta?
 
Eu: Não. Janja.
 
Ele: Almoço?
 
Eu: Ah vai te catar! Tá achando que eu sou palhaça? Tchau, foi um prazer e eu vou embora.
 
Ele segurou minha mão muito forte e disse: Como vai, como vai, como vai...
 
E eu: Muito bem muito bem bem bem!
 
Eu mesma já não sabia mais quem era o palhaço da história. Nos divertimos muito. Ele se deliciou com a visita e eu mais ainda. Foi incrível e talvez um dos momentos mais emocionantes que eu vivi enquanto Janja. 
 
Sabe aquele momento que marca pra sempre e você já sabe que vai contar para os netos? Então, esse é um desses momentos. Me despedi dele e fui embora com uma sensação maravilhosa que jamais conseguirei descrever e com perguntas que não sei se um dia saberei responder.
 
Quem precisa mais de um abraço? Eu ou outro?
 
Quem tem mais espaço, a criança ou o adulto que moram em mim?
 
Como anda o palhaço que habita em mim?
 
As nuvens são de algodão?
 
Como essa flor nasceu de dentro do concreto?
 
Por que motoboy buzina tanto?
 
Não precisa responder...
 
Eu não quero entender...
 
Acho que a palavra é SENTIR.
 
E o resto?
 
O resto que se exploda!!!

 

quarta-feira, 12 de junho de 2013

A Bengala do Medo


Relato enviado pelo voluntário Dantas (Palhaço Quincasss)
 





Entramos em um quarto onde estavam uma mãe em pé ao lado do berço, o seu bebê dormindo, na outra cama um garoto adolescente e sua acompanhante, uma senhora idosa deitada no sofá.
  
Lola e eu vínhamos de um quarto onde tinha rolado uma cantoria, então já chegamos falando que íamos cantar, mas a acompanhante mais idosa já pegou sua bengala apontou para mim e disse: “Se o bebê acordar vocês estão fritos!!”
 
Eu fiquei com um medo só, e todo mundo já começou a rir, menos o bebê que continuava dormindo.
A Lola insistia que eu podia cantar, e cantar o Camaro Amarelo! 
 
Quando eu ia começar a cantar, já via a mão na bengala, e me dava um medo danado, e todo mundo ria, mas o bebê dormia... E a Lola insistia para eu cantar e o medo aumentava, e a mão na bengala, e todo mundo rindo e eu com medo, mas precisa cantar, porque a Lola tava mandando, e a mão tava na bengala, e todo mundo rindo, e eu com medo. Então cantei e cantei... um olho na criança, outro na bengala, e cantando bem baixinho, e todo mundo rindo!
 
Saímos do quarto, o bebê não acordou, eu não apanhei e todo mundo riu muito.
Ufa!!
 


quarta-feira, 5 de junho de 2013

Minha Canção


Relato enviado pelo voluntário Henrique (Palhaço Heitor)



 
Em um dos quartos, entramos o Giba e eu. 
 
A pedido da enfermeira, tentaríamos nos comunicar com o E., muito pequeno, que estava se recuperando e começava a escutar os primeiros sons.
Viraram a cabecinha dele para que ele nos visse. Nós acenamos e demos um oi bem singelo.
 
A enfermeira perguntou pro E. se ele estava nos vendo: “Se você está vendo eles, pisca o olhinho”.
Ele piscou. 
Entendemos que a forma de comunicação dele eram as piscadas e ele estava voltando a escutar.
  
Depois de alguns olhares, eu disse que iria cantar uma música muito especial pra ele.
O meu parceiro Giba compartilhava com a mãe aquele momento. 
 
A enfermeira, mais uma vez: “E., se você está escutando, pisca o olhinho”.
Ele piscou.
  
Comecei a cantar “Minha Canção”, uma das minhas músicas favoritas!
O E. abriu bem os olhinhos e olhava com atenção.

Dorme a cidade... Resta um coração. Misterioso... Faz uma ilusão! ... 

A enfermeira acarinhava o bracinho dele, tão frágil... 

Soletra um verso... Lavra a melodia. Singelamente... Dolorosamente.


O Giba começava a dormir nos braços da mãe, que ria, delicada.

Doce é a mú-si-ca. Silenciosa...


O E. começou a fechar o olhinho...

Larga o meu peito... Solta-se no espa-aço!

 
O Giba roncava de leve, a mãe ria.  

 
Faz-se certeza.... Minha canção. Réstia de luz... onde dorme o meu irmão!!
E onde dorme o E.

Eu percebi o Giba dormindo também e o acordei, sussurrando que a música tinha acabado.

O olhinho do E. se abriu de leve, ele se remexeu na caminha... deixou o bracinho cair perto de mim.
Eu acenei e me despedi.
A mãe ficou muito feliz com os ouvidos do filho!
A enfermeira nos agradeceu.
Saímos, mas deixamos lá um coração de mãe e dois pequenos e lindos ouvidos.
 

 

 

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Obrigado!


Relato enviado pela voluntária Paloma (Palhaça Lorena)
 


No corredor do sétimo andar, descobrimos uma enfermeira muito legal que tinha um nome que nos lembrava um reggae!
Rubi, Doralina e eu começamos a cantar e dançar o reggae: “Don’t worry about a thing, cause every little thing is gonna be alright”.
  
Nós nos empolgamos muito com a música e perseguimos a enfermeira que ria, até entrarmos em um quarto. Continuamos cantando e dançando.
Dentro do quarto tinha um jovem deitado na cama, praticamente inconsciente, e seu pai, um homem de uns cinquenta anos de idade.
A pedido da enfermeira, nós diminuímos um pouco o volume da música, mas isso não foi suficiente para impedir que o pai nos mandasse embora. 
 
Fiquei triste e suspirei contrariada. O pai explicou que o filho não podia nem rir daquele jeito. Perguntei se o pai também não poderia rir e ele respondeu que naquela situação não tinha como rir.
Vendo a seriedade do pai, Doralina tentou consertar dizendo que rir é o melhor remédio, mas o pai insistiu em nos mandar embora. 
 
Rubi e Doralina já estavam na porta, quase indo embora... Eu respirei e parei alguns segundos olhando nos olhos daquele homem.
Vi tanto sofrimento que não pude simplesmente ir embora. Tive vontade de estender minha mão na direção do pai e foi o que fiz. O homem me olhou um tanto surpreso e ressabiado, mas estendeu a mão dele na minha direção. Depois de segundos, aquele aperto de mão se transformou em um abraço afetuoso. 
 
Doralina e Rubi voltaram e repetiram o gesto. Saímos do quarto e o pai já não estava mais tão tenso.
Vi certa gratidão no último olhar que troquei com ele e, com certeza, ele viu essa mesma gratidão nos meus olhos.
 
 
 

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Olhar Paralisante


Relato enviado pelo voluntário Fábio (Palhaço Tunico)

 


Jaime e Tunico entram no quarto de L. e a mãe já foi avisando:
– Ele não gosta de palhaços!
 
Tunico olhou para Jaime e ambos perceberam que o garoto, que aparentava ter 8 anos, nem ligava para os dois, somente olhava para o videogame.
 
– Mas ele tem medo? Perguntou Tunico.
 
– Não – explicou a mãe – é que uma vez veio um palhaço aqui tentando fazer mágica e foi horrível! O L. falou que palhaço tem que fazer palhaçada e não mágica, depois disso nunca mais quis saber de vocês.
 
Tunico e Jaime concordaram com a mãe dizendo realmente que palhaço tem que fazer palhaçada e, tentando ver o que o garoto jogava, Tunico percebeu que o olhar dele era super poderoso e tratou de avisa rapidamente o Jaime:
– Jaime cuidado! O olhar dele paralisa palhaços!
 
E toda hora que L. olhava para os dois uma energia super poderosa fazia com que os palhaços ficassem completamente congelados.
 
Pronto! A partir daí o rapazinho abaixava e levantava o olhar e os dois palhaços mal conseguiam se mexer para sair do quarto.
 
Mas isso não foi o pior! L. percebeu que quando apontava o dedo os dois tremiam feito vara verde!!
 
Foi tanta gargalhada que saia do menino que finalmente depois que os dois palhaços conseguiram fugir para o corredor a mãe veio atrás e disse:
– Parabéns, viu!! Fazia muito tempo que ele não ria tanto!
 
 

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Dia de São Jorge!


Relato enviado pelo voluntário Pedro (Palhaço Jaime)  

 

Entramos em um quarto e, após conversarmos com M. sobre a novela Salve Jorge, descobrimos que o dia 23 de abril é o dia de São Jorge! Assim, decidimos protagonizar a batalha entre São Jorge e o Dragão.
 
Jaime se transformou no Dragão e Estafúrcio utilizando objetos do quarto, armou-se para o combate. 
 
O Dragão voava pelo quarto e Estafúrcio aproximou-se com sua Espada... Jaime tentou fugir, mas Estafúrcio, com uma técnica incrível, golpeou o Dragão... ou o Jaime... enfim....
O Dragão começou a cair... cair.... cair.... e quando Estafúrcio achou que a batalha estava vencida, o Dragão levantou-se e deixou claro que não era assim que se matava um Dragão.
 
Estafúrcio, diante de tal situação, perguntou para M. o que era bom para apagar fogo de Dragão e a resposta foi.... ÁGUA!!!
 
Estafúrcio foi ao banheiro, mais conhecido como o centro das armas, e se armou com o líquido mortal conhecido pela sigla H2O... O Dragão se aproximou e Estafúrcio, assim como São Jorge, deu o golpe fulminante... As asas do Dragão pararam e Estafúrcio venceu a batalha...
 
Por fim, Estafúrcio pegou sua presa e saiu do quarto para confeccionar um belo churrasco de Dragão!!!
 

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Perfume de Menina


Relato enviado pela voluntária Paloma (Palhaça Lorena)



Em um quarto do sétimo andar, havia uma menina de uns sete anos de idade sendo alimentada por sua mãe.
Logo que entramos, Charles e eu ouvimos um som de água caindo. Cogitamos se tratar de uma cachoeira ou talvez um rio de águas calmas, mas a menina nos avisou que era apenas alguém tomando banho.
 
Lorena: “Por falar nisso, Charles, você tomou banho hoje?”.
Charles: “Pra falar a verdade, não.”.
Lorena: “Então, esse cheiro ruim que estou sentindo desde cedo é seu! Vá já se lavar!”.
 
Charles foi em direção a uma torneira que havia no quarto e começou a lavar as mãos e o cabelo. Enquanto isso, eu reclamava daquela situação para a menina.
Quando Charles voltou, eu dei uma cafungada no pescoço dele e senti um perfume muito gostoso. Fiquei elogiando aquele cheiro bom e Charles me disse que era um perfume novo: Charlotil.
 
Lorena: “M., você está sentindo o perfume do Charles?”.
M.: “Não estou sentindo cheiro nenhum.”.
 
Eu pedi que a mãe da menina cafungasse o pescoço do Charles e a resposta foi positiva. Todos no quarto sentiam o perfume, menos a menina.
 
Lorena: “M., não é possível. Seu nariz deve estar entupido! Só pode. Está o maior cheiro bom aqui no quarto.”.
M.: “Não, meu nariz não está entupido. E não estou sentindo cheiro nenhum. Esse perfume não é de verdade, né?”.
 
A mãe da menina deu uma risadinha. Charles e eu ficamos surpresos com aquela pergunta.
 
Lorena: “Será que esse cheiro só existe na nossa imaginação?”.
Charles: “Nossa, será que é isso? Esse perfume só existe na nossa cabeça?”.
Lorena: “E se todos nós juntos imaginássemos um perfume bem gostoso? Cada um imagina o seu perfume. Todos juntos concentrados, imaginando um perfume! M., quer tentar pra ver se você sente um perfume?”.
 
A menina fez uma carinha questionadora, mas concordou.
 
Lorena: “5, 4, 3, 2, 1 e já!”.
 
Palhaços concentrados. Mamãe concentrada. Menina concentrada. Olhos fechados. Imaginação aberta.
 
Charles: “Eu senti um perfume muito bom!”.
Lorena: “Eba! Eu também senti. E você, M., sentiu algum perfume?”.
Ela acenou com a cabeça.
 
Sim, ela tinha imaginado e sentido um perfume. Perguntei qual era o cheiro preferido da menina e ela respondeu: “Cheiro de maçã.”.
 
Ficamos muito empolgados. Saímos do quarto prometendo carregar aquele perfume de maçã pelo prédio todo.
 

terça-feira, 7 de maio de 2013

O Susto


Relato enviado pelo voluntário Fábio (Palhaço Tunico)


 

 
Malavazzi e Tunico andavam descontraídos pelo corredor do Menino Jesus com o objetivo de conhecer crianças simpáticas.
Ao olharem pela porta, já aberta, no final do corredor os dois tomam um susto com uma situação incrivelmente incrível!!!
 
Uma menina super sorridente tinha uma luva de plástico presa ao pijama na barriga. Os dois se olharam com uma cara de espanto por que como podia ter nascido uma mão da barrida dela???!!!!
 
A menina já rindo da situação dos palhaços na porta, como um passo de mágicas consegue arrancar a “mão” da barriga e joga no chão.
Tunico quase teve uma parada cardíaca e Malavazzi ficou boquiaberto com aquilo e sem esperar muito propôs ajudar a resgatar a “mão” de barriga da criança. Explicou para Tunico que precisavam resgatar a mão utilizando um equipamento super sofisticado: um pedaço de papel toalha enrolado como um canudo.
 
Os dois palhaços começaram a entrar no quarto com todo cuidado possível para não serem atacados pela mão, mas a criança estava tão comprometida em colocar os dois numa enrascada que começou a jogar chinelos na direção da luva para que ela despertasse de seu sono profundo. Quando conseguir atingir a luva, ela pulou como um polvo com seus tentáculos atrás da presa.
O susto dos dois foi tão grande que Malavazzi pulou pela janela que leva até a varanda do quarto enquanto Tunico se escondia embaixo da pia que havia no quarto, e acreditem o Tunico coube embaixo da pia!
 
A menina não parava de rir com a situação o que fez outras mães entrarem no quarto para entenderem o que estava acontecendo.
 
Após os corações dos palhaços desacelerarem e a coragem voltar para as calças deles, os valentes soldados respiraram fundo e como numa coreografia conseguiram resgatar a “mão” da barriga da criança e devolve-la sã e salva.
 
Missão cumprida e os dois felizes já saíram do quarto quando mais uma vez o susto resolveu voltar.
Logo na saída do quarto, um funcionário da manutenção do hospital que trazia uma maca para o quarto resolver colocar Malavazzi deitado com a ajuda de outro funcionário e o levaram de volta para o quarto.
 
Tunico, sem entender muito bem o porque daquilo, só ouviu uma das mães que estava no quarto dizendo: - Tunico, faz exame nele!!!!
 
Tunico, sabendo que é um médico formado na melhor universidade do país, já pegou uma luva de plástico que estava em uma caixa e ordenou aos funcionários que levassem a maca para a sacada onde o exame seria realizado.
Ao fechar a porta de seu “consultório”, Tunico só ouvia dentro do quarto as pessoas dizendo: - O que será que eles vão fazer?
 
Ao abrir a porta, as mães observaram que Malavazzi estava todo amassado com o cachecol enrolado na cabeça, a blusa fora do lugar e andando todo machucado, enquanto Tunico as tranquilizada dizendo que o exame tinha sido um sucesso e informando que levaria o “paciente” para outro quarto onde tomaria os cuidados necessários.
 
Acredito que Malavazzi nunca tinha tomado tantos sustos num único dia.
 

quinta-feira, 2 de maio de 2013

A Emoção de uma Avó

Relato enviado pelo voluntário Fabio (Palhaço Bordô)
 
 


Nem sempre estamos preparados para todas as situações do nosso trabalho no hospital. Num lampejo a emoção pode trair e desconcertar qualquer palhaço preparado.
 
Quando visitamos a sala da quimioterapia no GRAACC, iniciamos uma brincadeira com um menino e a minha parceira Janja pediu para ele chamar a sua mãe. Eu (Bordô) e a outra palhaça Valentina ficamos na expectativa da resposta. O garoto nos disse que a mãe não estava, mas que a avó era responsável por ele.
 
Chamamos a avó e ela veio caminhando lentamente entre as crianças da quimioterapia e logo se deparou com seu neto. A avó caiu num choro sentido. As lágrimas escorriam acompanhadas de uma sonoridade de lamento. Se abateu um instante de tristeza...
 
Nos abalamos com o momento. Por um breve tempo houve uma pausa tensa, onde veio a fatídica pergunta interna: o que fazemos agora? Nos voltamos para a criança e também não havia clima para qualquer cena. Faltou pouco para nos abater de vez. Num instante de intuição, escapamos desta situação nos voltando para outra criança para nos recompor.
 
Ao final da visita nesta ala, conseguimos recuperar o jogo com esta avó que estava com outro neto de um ano. Foi tudo diferente, pois ela reagiu bem às nossas brincadeiras. Cantamos parabéns para seu neto em vários idiomas e o menino ficou bem entretido. A avó já tinha mudado sua feição, era outra.
 
Aprendi muito neste dia. Tem momentos como este, que nos cabe aceitar o imponderável e deixar que um breve tempo recupere o que aparentemente estava perdido.
 

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Oi!


Relato enviado pela voluntária Paloma (Palhaça Lorena)



Logo no início da nossa visita, encontramos um bebê deitado em seu carrinho, quieto e sozinho no corredor. Doralina e Romão perceberam que o bebê não enxergava. Para falar a verdade, eu não percebi isso, só fiquei sabendo muito depois pelos meus parceiros.
 
Romão disse um oi para o neném, mas não um oi qualquer, foi um oi todo cheio de melodia. Doralina também disse um oi com tom diferente. Quando chegou a minha vez, tentei falar um oi bonito e sonoro, mas minha voz saiu estranha e meus parceiros riram de mim.
  
Romão fez outro oi todo bonitão e Doralina fez o mesmo na sequência. Parecia que eles estavam cantando uma música com uma simples palavra: oi. Na minha vez, tentei fazer um oi com melodia, mas minha voz continuava desafinada.
 
O menino estava atento aos nossos sons. Não falávamos nada além de oi.
 
Uma “competição de ois” foi instalada. A cada momento, um dos palhaços falava um oi mais doido do que o outro. Vários foram os tons de oi. Até oi de ópera teve!
 
Depois de um tempo, surgiram ois com sons de animais. Oi-cachorro (latindo ao som de oi). Oi-passarinho (piando ao som de oi). Oi-gato (miando ao som de oi). Oi-elefante (bom, fazendo o barulho que o elefante faz, mas apenas com a palavra oi).
  
De repente, eu falei um oi-Tarzan: ô-ôôôô-ôôôô-ôiiiii. O bebê se remexeu todo no carrinho, impulsionando o corpo na nossa direção. Fiquei muito feliz com o sucesso do meu oi-Tarzan. Repeti o oi-Tarzan e o resultado foi o mesmo: o bebê mexeu o corpo do mesmo jeito. Romão e Doralina se uniram a mim e fizemos juntos o oi-Tarzan. O sucesso foi maior ainda.
  
Fomos embora felizes, repetindo nossos ois malucos pelo corredor.
 
 

terça-feira, 23 de abril de 2013

O Palhaço de Chupeta Verde


Relato enviado pelo voluntário Fabio (Palhaço Bordô)

 

 


O segundo andar estava repleto de crianças e depois de interagir com várias, nos deparamos com um menino que estava de chupeta verde. Ao olhá-lo, percebemos à primeira vista o brilho nos seus olhos. Naquele momento eu não sabia quem era o palhaço: ele ou nós. Valentina pediu para ele tirar a chupeta e num ato ágil e com muita naturalidade, o garotinho tirou a chupeta da boca. O riso foi a tônica do ambiente naquele precioso momento. Todos que assistiram o ato riram com o fato. Novamente me veio a cabeça: quem é o palhaço?
  
O menino notou que sua ação foi um sucesso e repetidas vezes, estimulado pela minha colega Valentina, ele tirava e colocava a chupeta da sua boca para a plateia rir. Um legítimo palhaço. Eu, Bordô, para acompanhá-lo, descobri que quando ele tirava a chupeta, eu explodia em alegria num gesto grande que se repetia. O garoto começou a tirar e colocar a chupeta várias vezes para ver o gesto e rir. Enlouqueci neste movimento, a minha parceira Valentina também e, muitas gargalhadas apareceram ao nosso redor da plateia que contava com quase 20 pessoas. Mas o grande foco não fomos nós, mas o ato preciso, espontâneo e ímpar do garoto de chupeta verde.
  
Nem sempre o palhaço está em nós, mas escondido no outro, neste caso, estava na criança de chupeta verde.
 

quinta-feira, 18 de abril de 2013

O encontro com o Homem-Aranha


Relato enviado pelo voluntário Pedro (Palhaço Jaime) 

 

Logo no início de nossa caminhada pelo hospital Menino Jesus, conhecemos T. que estava com uma blusa do Homem-Aranha. Dona Borboleta e eu nos aproximamos lentamente e perguntamos se ele era realmente um super-herói.
  
T., querendo responder nossa pergunta, colocou sua máscara e descobrimos que não era apenas uma “blusa”, mas sim a fantasia do próprio Homem-Aranha. T. começou a jogar suas teias coloridas pelo andar da cantina e Dona borboleta rapidamente localizou parte das teias na parede.
 
Comecei a seguir os movimentos do nosso herói, mas não conseguia acompanhá-lo com tanta desenvoltura. Assim, caía, levantava, tropeçava e T. demonstrava cada vez mais seus poderes.
 
Por fim, o elevador chegou e T. teve que descer. Desta vez, preferiu não utilizar suas teias e as paredes do hospital, afinal é bom variar um pouco o meio de transporte!
 

terça-feira, 16 de abril de 2013

A Lingerie de Romão

Relato enviado pelo voluntário Adê (Palhaço Romão) 

 


A dignidade de um palhaço é algo muito importante, mas neste dia a minha foi colocada à prova!!
 
Neste dia no Hospital Menino Jesus, o Pronto Atendimento foi invadido por 5 palhaços. Meu Deus, o que fazer sem ficar agressivo? Tentamos tirar uma foto, meio confuso, mas no final deu certo. 
 
Tentei um romance com uma adolescente ao lado da mãe... hummmmm... mas meu romance foi interrompido por Durval e suas ideias!
Ele simplesmente anunciou que eu faria um striptease.
Nesse dia eu trajava um figurino feminino e meu colega resolveu me expor... não sei porque, afinal até os escoceses usam saias!
 
Tentei negar, afinal sou tímido e nem sabia fazer striptease, mas foram tantos os pedidos e súplica que não resisti! Subi em uma cadeira e iniciei o processo do strip. 
Devia estar horrível, mas estava engraçado, pois meus amigos, pacientes e acompanhantes batiam palmas, dando ritmo a cena.
  
Lentamente a minha saia foi caindo, mas eu não percebia. 
Quando minha saia já estava abaixo do joelho, desci da cadeira, pois não queria continuar... afinal sou muito feio para fazer um strip.
  
Todos começaram a rir e meus companheiros tentavam me avisar de algo, mas eu não entendia o que estava acontecendo, pois estava feliz com a satisfação da plateia. Foi quando percebi que estava sem as saias, só de cueca!!! Ai que vergonha!!!! 
Fui tirado de lá com a ajuda dos meus amigos.
 
 

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Quem é o cantor???

Relato enviado pelo voluntário Pedro (Palhaço Jaime)
 

 
Jaime e Lourival chegaram ao 4º Andar do hospital Menino Jesus e começaram a interagir com diversas crianças. Jogos foram acontecendo e, após alguns minutos, eles perceberam a presença de um menino, bem grande e forte, que os observava com a feição bem fechada.
 
A dupla tentou estabelecer uma ponte com o olhar, mas o rosto fechado permanecia e o menino começou a esfregar as mãos como se estivesse pronto para “pegar” os palhaços. Lourival e Jaime, diante de tal situação, saíram correndo, com medo, em busca de novas crianças...
 
Passado algum tempo, já em outro andar, Jaime e Lourival estavam andando quando localizaram, novamente, aquele menino. A princípio, tentaram estabelecer uma ponte, mas nada ocorreu... A feição permanecia fechada, mas, desta vez, cheios de coragem, eles decidiram se aproximar.
 
Foram passo a passo chegando perto... bem devagar... e, quando estavam cerca de um metro do menino, ele olhou para os dois e disse bem alto:
”VOU FALAR UMA COISA PARA OS DOIS!!!”
  
Neste momento a dupla parou e, ansiosa, aguardou o que o menino teria para dizer... Seria um: “Fora daqui”???... ou talvez um “O que vocês querem???”... Nada disso!!! O menino disse:
“QUERO SER AMIGO DE VOCÊS!!!”
 
Ai que felicidade!!! Como é bom fazer amigos!!! Eles logo se apresentaram e descobriram que o ultra, mega, super, blaster simpático menino chamava-se G. e tinha 9 anos!
 
Ah!!! Está pensando que a história acabou??? Nada disso! Está apenas começando!!!
 
Após sabermos um pouco mais sobre G., Jaime pediu que ele lhe dissesse algo sensacional e G., sem muito pensar disse:
“Muitas vezes, quando pego ônibus, o cobrador pede para eu cantar uma música só porque eu sei cantar...”.
 
Jaime e Lourival se olharam e, quase em coro, pediram: “CANTA UMA MÚSICA!!!”
 
G. se preparou, escolheu a música e começou:
 
“Não posso voltar para casa;
Com medo da solidão;
O jeito é ir pro boteco;
Tomar uma com limão;
Os amigos de noitada;
Me chamam de pingaiada;
Bunda mole e chorão;
 
Eu bebo e choro;
Pode rir de mim;
Não bebe e não chora;
Quem nunca amou assim.”
 
Jaime e Lourival dançavam felizes, G. cantava lindamente e as pessoas em volta sorriam e observavam o grande talento deste menino que mostrou que seu tamanho era proporcional ao seu coração!!!

terça-feira, 9 de abril de 2013

Furacão em Ação

Relato enviado pela voluntária Rubia (Palhaça Dalila)

 


Dalila abre a porta do quarto do paciente W. no hospital Emílio Ribas e estica a cabeça com olhar de curiosa para descobrir o que tinha lá dentro. Sua parceira Isabel Coriza, imediatamente, faz o mesmo.
  
Não sei o que passou pela cabeça de W., mas as duas foram recebidas com um imenso sorriso e agradeceram com outro sorriso muito maior. Ele, rapidamente, pede para a dupla entrar e deixar a porta do quarto aberta, pois estava com muito calor. 
 
Dalila segura a porta e Coriza fica um pouco perdida procurando algo para prender. O W. indica um cesto, mas ela continua perdida. Dalila para provar que não sabe o significado desta palavra decide resolver a situação, estica a sua perna esquerda e puxa uma mini escada que estava no meio do quarto para segurar a porta. Eba, conseguiu!
 
Depois disso, Dalila se aproxima da cama e começa a balançar os braços em direção ao paciente W. Coriza vai para o outro lado da cama e começa a assoprar. A missão da dupla era refrescar o sorridente W.
 
Segundo W., a dupla ia se cansar rapidamente e, muito sem graça, falava que estava tudo bem. Para provar que o cansaço não tomaria conta da dupla, as duas decidem mudar de posição. Dalila enche o pulmão de ar e começa a assoprar e Coriza começa a chacoalhar os braços.
 
A vontade era tãããão grande em refrescá-lo que, com a força do vento, foi se formando um furacão, que se fortaleceu chegando a categoria 5. O quarto de W. entra em estado de atenção e o sinal de alerta é acionado: risadas de W. demonstravam a intensidade do perigo que o furacão apresentava.
 
Com a intensidade dos ventos, Dalila e Coriza começaram a girar, girar e girar descontroladamente. O furacão pegou tanta velocidade que as duas foram arremessadas do quarto e o sinal de alerta continuou ligado. Dava para escutar lá do corredor que as risadas do paciente W. tomaram conta do quarto com a saída do furacão!!!