Palhaço também conta histórias!
Neste blog você pode saber um pouco mais das nossas histórias vividas nos hospitais.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

A HORA DA VALSA


Relato enviado pelo voluntário Marcos (palhaço Tadeu)



Chegamos na Quimioteca e logo percebemos uma mãe com sua filha no canto esquerdo daquela ampla sala. As duas nos olharam, olharam-se e soltaram uma risada que chamou nossa atenção.

Tadeu e Otavio, vendo aquilo, se aproximaram com um misto de delicadeza e rusticidade. No caminho, estabeleceram uma disputa para ver quem chegava primeiro na frente daquelas risonhas pessoas.

A jovem estava com um lindo cabelo de pano colorido em sua cabeça e se mostrou bem tímida. Não entendemos bem o porquê de tamanha timidez com simples palhaços e perguntamos o motivo. Ela sorriu e com o dedo tentou nos mostrar que não era bem isso... O que seria?! 

Enquanto a menina usava seu dedo para falar, a mãe nos contou um importante segredo: Disse que era o aniversário de 15 anos de sua filha e que, por isso, era um dia muito especial.

Tadeu, ouvindo aquilo, teve um raciocínio lógico perfeito: Se alguém faz aniversário, precisa de uma festa! E se o aniversário é de 15 anos, a festança tem que ser maior ainda!!!

Tadeu afirmou que era o momento para uma festa de debutante e que ele seria o príncipe que dançaria a valsa. Otávio não gostou muito da ideia, mas Tadeu correu, pegou o “bolo” e começou a cantar um empolgante parabéns com a participação de todos.

Após os parabéns, o momento mais esperado da festa: A valsa!

Tadeu, tentando desempenhar seu papel de príncipe, faz um convite formal para dançar com a aniversariante. Ela aceita, levanta e a dança começa...

No meio da Quimioteca do GRAACC, os dois começam a dançar... A música, sem nenhum ensaio prévio, começa a ser cantada por todos os presentes:

"TARANANANA TÃTÃ TÃTÃ, TARANANANA TÃTÃ TÃTÃ...."  

Por alguns instantes, todos parecem estar em um outro mundo e a magia se estabelece naquele local... música, dança, sorrisos, uma aniversariante com cabelos coloridos e dois palhaços. 

Ao terminar a dança, um sorriso da menina e um “obrigado” da mãe completaram a festa... 

E aí? Quem você vai tirar para dançar hoje?

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

ESTÁ SE SENTINDO FEIA? NÓS TEMOS A SOLUÇÃO!


Relato enviado pelo voluntário Luciano (Palhaço Crispim)



Crispim, Malavazzi e Dona Borboleta, entram em um quarto do 5º andar do Hospital Emílio Ribas e iniciam uma discussão sobre um tema totalmente século XXI: Beleza!

Crispim, logo ao entrar, fala: Poxa, Dona Borboleta, você tem que se cuidar melhor.... Está muito largada, muito bagunçada, quase um bagulho completo.

Malavazzi, ouvindo aquilo, acrescenta: Olha aí Dona Borboleta, olha esse cabelo, todo maltratado, as unhas em estado de perdição e esta roupa... hummmm.... Esta roupa é terrível.

Enfim, em resumo, Dona Borboleta estava mais feia que briga de foice no escuro!

Após as duras verdades, Crispim e Malavazzi percebem na face da Dona Borboleta um semblante de “cachorro sem dono” misturado com “cachorro na chuva” e se comovem profundamente. Sem dúvida, era hora de ajudar a palhaça a se tornar uma Diva!

Para começar o processo de ajuda, Malavazzi pede para Dona Borboleta fechar os olhos e diz: Hoje temos uma grande surpresa para você. Hoje é o seu dia da BELEZA!!! Estamos aqui no salão.......... no salão......

Neste momento Malavazzi olha para duas senhoras no quarto e pergunta: Desculpa senhoras, qual o nome do salão mesmo?

As duas belas consultoras de beleza respondem ao mesmo tempo: Que Salão?!

Minhas senhoras, este salão aqui, diz Malavazzi. E, aproveitando, qual a data de nascimento de vocês?

Nossas duas consultoras olham novamente e respondem: Nascemos no mesmo dia, vinte e quatro de junho.

Diante de tamanha coincidência o nome do salão estava claro e, assim, Malavazzi enuncia: Dona Borboleta, aqui está a sua surpresa, pode abrir os olhos e seja bem-vinda ao salão de beleza VINTE E QUATRO DE JUNHO!!! Por algum motivo, as consultoras gargalham, mas o processo de embelezamento prossegue...

Crispim e Malavazzi começam a questionar as consultoras sobre o que deveria ser mudado em Dona Borboleta e todas as opiniões eram anotadas por Malavazzi em seu caderno 2cmX2cm. Perguntas sobre o rosto, corpo e roupa foram fluindo, massss, de repente, uma das consultoras grita: 

Noooooooossssssaaaaa, adorei o sapato!!!! É lindo!

Diante de tal informação, Crispim chega a uma brilhante dedução: Se o sapato foi elogiado e todo o resto necessita de reparo, basta virar ela de ponta cabeça para que a beleza se estabeleça! Vocês não acham que estou certo, pergunta Crispim para as consultoras que “Divavam” em seus leitos.

Após algumas gargalhadas as consultoras concordam com a solução! Felizes, Crispim e Malavazzi agradecem e deixam o salão....

Segundos após, quando elas menos esperavam, Crispim e Malavazzi viram Dona Borboleta de ponta cabeça e entram novamente no quarto: “Olha, estamos seguindo direitinho a consultoria de vocês, muito obrigado!!!”.

Escutando as risadas das duas CONSULTORAS DA BELEZA, Crispim e Malavazzi deixam o salão... Certos de que Dona Borboleta estava bela e vendo o mundo de uma forma completamente diferente!


sexta-feira, 14 de agosto de 2015

VIRANDO SEREIA

Relato enviado pelo voluntário Paulete (Palhaço Arlindo)





“As Sereias cantavam seus segredos em conchas, todos ouviam, mas só os crédulos podiam entender…” (Horácio Leal)


Andávamos despretensiosamente pelos corredores da pediatria do Emílio Ribas quando Lorena avistou uma menininha com o rosto colado no vidro da porta. Ela nos chamou para vermos o que tinha ali naquele quarto e, quando vimos o que era, ficamos todos encantados com aquela cena. Era uma linda sereia que estava dentro do mar!


Combinamos de todos mergulharmos ao mesmo tempo para tentar falar com ela, porém sempre que descíamos para o fundo do mar não conseguíamos abrir a boca sem que a gente se afogasse.... Tentamos umas quatro vezes fazer contato com a Sereia, mas ela sempre ria da nossa cara quando tentávamos falar debaixo d’água. Foi aí que tivemos uma brilhante ideia: Decidimos pedir, através de sinais, para que ela transformasse aqueles quatro palhaços em sereia. 

Prendemos o ar e lá fomos nós outra vez para o fundo do mar... Fazíamos gestos para que ela entendesse o que queríamos e, após grande esforço nosso, com um sinal de ok ela mostrou que iria atender nosso pedido e nos transformar em belas sereias.


Voltamos para a superfície para comemorar e tomar um pouco mais de ar e, na sequência, mergulhamos novamente. Foi nesse momento que a mágica aconteceu...  


Quando retornamos para o fundo do mar, sem que notássemos, já tínhamos virado sereia e conseguíamos nadar e falar normalmente. Uma sensação indescritível!


Foi um momento incrível, pois nadamos por todos os cantos do fundo do mar daquele quarto, a sereia também nadou com a gente e parecia estar muito feliz com o que tinha feito.
Agradecemos muito por tudo que ela nos proporcionou e fomos saindo do quarto... quer dizer, do fundo do mar!


Quando já estamos quase na porta, a mãe da sereia chegou para entrar no quarto e, rapidamente, transformamos aquela mãe em sereia! Já transformada, ela decidiu entrar no quarto nadando, provocando muitas risadas na pequena sereia.


O mais legal foi que depois de visitarmos outras crianças, quando passamos novamente pelo quarto da sereia, ela estava na mesma posição esperando a gente para descobrir mais algumas lindezas do fundo do mar... Passamos, olhamos, nadamos e seguimos cantando como boas sereias.
 




sábado, 8 de agosto de 2015

UMA BRONCA NA HORA CERTA!

Relato enviado pelo voluntário Fábio Nogueira (Palhaço Bordô)





Felícia e eu andávamos pelos corredores do GRAACC quando nos aproximamos de um quarto. Lá dentro havia uma menina de cerca de 08 anos e sua acompanhante.

Após pedirmos licença, aproximamo-nos e percebemos que a criança não reagia a praticamente nada. Notamos que nem as palavras de sua mãe, eram capazes de fazer com que a menina demonstrasse alguma emoção.


Permanecemos ali e revelamos que estávamos em busca de um ovo de chocolate. A mãe afirmou que não havia visto nenhum, mas continuamos nossa busca implacável pelo tão almejado doce. A menina permanecia muito quieta e apenas a mãe parecia se divertir...


Depois de muito procurar, decidi verificar se o ovo estava no sofá em que a mãe havia dormido. O local estava uma grande bagunça com um emaranhado de lençóis, cobertores e o travesseiro.


Vendo tamanha desordem e considerando minha dificuldade em encontrar um simples ovo de chocolate naquele local, dei uma “bronca” palhacística na mãe pela desorganização e, inacreditavelmente, a menina abriu um sorriso maravilhoso. A mãe, vendo aquilo, confessou que há tempos não via sua filha sorrir.


A “bronca” na mãe foi o motivo de um sorriso muito especial... Sem dúvida, guardarei ele como imagem inspiradora para o nosso trabalho e nossa missão de transformar o ambiente hospitalar.



Sorrisos especiais valem muito, aspiram por vida feliz e por esperança. Este sorriso único e inesquecível foi o grande presente que recebemos hoje.