Relato enviado pela voluntária Paloma (Palhaça Lorena)
Logo no início da nossa visita, encontramos um bebê deitado em seu carrinho, quieto e sozinho no corredor. Doralina e Romão perceberam que o bebê não enxergava. Para falar a verdade, eu não percebi isso, só fiquei sabendo muito depois pelos meus parceiros.
Romão disse um oi para o neném, mas não um oi qualquer, foi um oi todo cheio de melodia. Doralina também disse um oi com tom diferente. Quando chegou a minha vez, tentei falar um oi bonito e sonoro, mas minha voz saiu estranha e meus parceiros riram de mim.
Romão fez outro oi todo bonitão e Doralina fez o mesmo na sequência. Parecia que eles estavam cantando uma música com uma simples palavra: oi. Na minha vez, tentei fazer um oi com melodia, mas minha voz continuava desafinada.
O menino estava atento aos nossos sons. Não falávamos nada além de oi.
Uma “competição de ois” foi instalada. A cada momento, um dos palhaços falava um oi mais doido do que o outro. Vários foram os tons de oi. Até oi de ópera teve!
Depois de um tempo, surgiram ois com sons de animais. Oi-cachorro (latindo ao som de oi). Oi-passarinho (piando ao som de oi). Oi-gato (miando ao som de oi). Oi-elefante (bom, fazendo o barulho que o elefante faz, mas apenas com a palavra oi).
De repente, eu falei um oi-Tarzan: ô-ôôôô-ôôôô-ôiiiii. O bebê se remexeu todo no carrinho, impulsionando o corpo na nossa direção. Fiquei muito feliz com o sucesso do meu oi-Tarzan. Repeti o oi-Tarzan e o resultado foi o mesmo: o bebê mexeu o corpo do mesmo jeito. Romão e Doralina se uniram a mim e fizemos juntos o oi-Tarzan. O sucesso foi maior ainda.
Fomos embora felizes, repetindo nossos ois malucos pelo corredor.
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