Palhaço também conta histórias!
Neste blog você pode saber um pouco mais das nossas histórias vividas nos hospitais.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Três palhaços, duas pacientes e uma canção...

Relato enviado pelos voluntários Fábio (palhaço Tunico) e Luciano (Palhaço Crispim)



Tunico, Romão e Crispim andavam com muita energia pelo corredor do 5º andar do Hospital Emílio Ribas quando, em determinado momento, decidiram entrar em um quarto habitado por duas pacientes.

Romão foi o primeiro a avançar e, em silêncio intenso, parou em frente a cama de uma jovem senhora.

Crispim foi o segundo a entrar e, após alguns passos, parou ao lado de Romão.

Por fim, Tunico, também em silencio profundo, entrou no quarto e, com seus grandes e imponentes olhos, fitava Romão e Crispim.

Crispim, percebendo a situação de mudez dos dois, ficou desesperado e começou um processo para entender o porquê de os dois palhaços não conversarem com ele. Seria sua face? Seria seu cabelo? Ou um mero Bullying com seres um pouco mais fofinhos?

Nervoso, Crispim começou a falar: Vocês não estão me vendo? Eu desapareci?

Neste momento, uma das pacientes riu da situação, mas a outra parecia ignorar e mantinha um semblante de tristeza.

Observando que mais uma vez estava sendo ignorado, Crispim decidiu se aproximar da paciente e falou: Moça? Moça? A senhora está me vendo? Será que eu sou um fantasma? Ai meu Deus, o que está acontecendo?

Assim que o Crispim terminou a pergunta, a resposta veio acompanhada de um choro emocionado:

Eu não posso vê-los, eu não enxergo, eu fiquei cega.

Para finalizar este relato, segue na íntegra as palavras de um palhaço que lá estava:

“O silencio tomou conta do quarto, e por alguns segundos só ouvimos o choro da nossa amiga. Nisso, Tunico tira sua flauta e começa uma canção que nos fez viajar para outro mundo, ficamos em silencio com a emoção na boca, muito prestes a escapar.

A música vinha da alma do Tunico, que foi aos poucos acalmando o ambiente e fazendo aquele choro desaparecer por completo.

Fomos diminuindo a música e saindo do quarto com a certeza que deixamos algo lá. Deixamos uma emoção do fundo do coração e uma energia que com certeza mudou aquele instante.”

domingo, 13 de setembro de 2015

Cuidado! Nem sempre uma UTI é uma UTI...

Relato enviado pelo voluntário Pedro (Palhaço Jaime)




Jaime e Otávio andavam tranquilamente pelo corredor e encontraram uma porta escrita UTI. O que não sabiam é que aquela sigla significava: Unidade de Transeuntes Inconformados pela onda de furtos que assombrava o local.

Ao entrarem, foram abordados por uma meliante que decidiu pegar, ou melhor, furtar o chapéu de Jaime... Ao ser detectada, resolveu dar sua própria boina para esquentar a cabeça do palhaço, mas o delito já estava consumado.

Jaime e Otávio,  neste momento, ainda não haviam percebido onde realmente estavam se metendo e, assim, avançavam em passos largos pelas vielas do local...

Depois de alguns contatos um pouco suspeitos, chegaram em uma cama (cama?) em que havia um menino com sua mãe... Quando a criança disse seu nome, Jaime percebeu que se tratava de um detetive mirim e a confusão começou.

Jaime correu para um lado e Otávio para o outro. Uma enfermeira (ou não) que tudo observava assumiu a direção de um ônibus e Otávio embarcou juntamente com as outras enfermeiras transeuntes que ali estavam.

O clima de medo se estabeleceu, enfermeiras riam de nervoso e o que parecia menos provável aconteceu: Jaime decidiu realizar um furto na mãe do detetive. O mundo, definitivamente, estava em rota de perdição...

Ele começou a se aproximar lentamente e o ônibus começou a acelerar... Quando chegou bem perto da mulher, o menino gritou e a mãe pediu ajuda para o... (que surpresa)... Detetive Otávio que estava disfarçado e seguindo os passos de Jaime para capturá-lo.

Jaime parecia não acreditar, mas a prisão estava decretada! A UTI, antes em um silêncio profundo, havia acordado e risos de salvação eram ouvidos por toda parte. O menino detetive, antes deitado, estava sentado e comemorando a vitória do bem! O mundo estava salvo e o 007 com medo de ser demitido e substituído por um palhaço! É a crise!

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

ACONTECEU ALGO RUIM? GUARDE NO COPO!

Relato enviado pela voluntária Drica (palhaça Múrcia)


Múrcia, Bordô e Baltazar estavam na Quimioteca do GRAACC e, quando entraram em uma das baias, viram uma pequena menina sentada no colo da mãe. A criança parecia tão confortável que os 03 palhaços decidiram procurar uma “poltrona” para se acomodar.

Bordô tratou logo de sentar no colo de uma outra senhora que estava ali por perto e, com tamanho conforto, começou a causar inveja nos outros palhaços.
Baltazar foi o segundo a se sentar, após encontrar um colo bem aconchegante para seu descanso.

Vendo aquilo e sempre astuta, Múrcia decidiu perguntar para a “poltrona” de Baltazar o que ela estava achando daquilo. A mulher, ou melhor, poltrona, respondeu: "Estou sentindo um pouco calor...".

Múrcia demonstrou preocupação e parecia que já sabia o que estava ocorrendo, porém foi Bordô que trouxe a explicação: “Ihhhh, moça, esse calor que você está sentindo vem de baixo do Baltazar... na verdade, nada mais é do que o momento que antecede o pum”.

Todos gargalharam, mas a tensão aumentou quando Baltazar começou a se movimentar, aproximando-se das pessoas presentes.... Quem seria o escolhido para ser atingido pelo pum do palhaço?!

Múrcia e Bordô, muito preocupados, pensaram rapidamente em uma solução salvadora: Engarrafar o pum! Entretanto, não havendo garrafas no local, apelaram para um copinho de plástico descartável.

Aliviados, os palhaços se despediram dos presentes e começaram a sair do local. Após alguns passos, Múrcia, em um momento de grande inspiração, lecionou com propriedade:

“'Tudo de ruim que acontece, devemos colocar no copo.”

E fica a lição: Daqui para frente, nunca mais esqueça de deixar um copinho descartável dentro da bolsa... ele pode ser a salvação!