Palhaço também conta histórias!
Neste blog você pode saber um pouco mais das nossas histórias vividas nos hospitais.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Pé de uva


Relato enviado pelo voluntário Rodrigo (Palhaço Mixirico)




Logo que me viro, me deparo com uma figura nova: Prazer, Lourival!!!!

Ah... como é simpático esse cara... e é esse cara que vai encarar, comigo, o Menino Jesus!!!!

A caminho do Hospital Dia (8º andar) nos deparamos com a "segurança" Negativa - toda resposta dela era não!! aff!!! Tem horas? Não! Tem criança nesse corredor? Não! Quer casar comigo? Sou bonito?  Quer me dar um beijo? NÃOOOOO!!!!!!!!!!!!!!!!

OK, continuemos nosso percurso, mesmo porque o melhor ainda está por vir! Chegando ao Hospital Dia, uma sala enorme com macas e crianças, cadeiras e enfermeiras, palhaços e choros, fomos recebidos pelo presidente dos EUA Mr. Barack Obama (que estava disfarçado de enfermeiro). Dentro do quarto fui indagado, por uma menina, sobre meu sapato, mas não deixei barato e falei que o sapato de uvas dela era muito pior que o meu, pois o dela dava pra comer.
Lourival me corrigiu dizendo que uva não se come, se chupa. Preferi ficar calado, pois se ele chupa, é problema dele!

Essa menina, aliás, foi o que nos sustentou dentro do quarto. Ela jogou muito com a gente, entendia nosso jogo.
Quando estávamos falando sobre os sapatos e as uvas, entrou no ambiente uma enfermeira, que, exagerando, media 1,40m. Percebi a presença dela e comecei a perguntar para as mães se elas estavam acompanhando aquela criança. Todos negaram e a menina do pé de uva, disse que ela não era criança e sim adulta.
Expliquei a ela que adultos eram grandes. Aí veio a melhor explicação sobre adultos/idosos.
Ela disse: Ai, você não sabe que quando crescemos ficamos adultos e grandes, daí quando a gente envelhece, ficamos idosos e o idoso fica mais baixo, porque ele começa a diminuir de tamanho.
Eu disse que queria ficar idoso porque idoso era do tamanho de uma criança e isso fazia do idoso uma criança!!

Complexo, não?

Mas é assim mesmo!! Porque eu quero continuar nessa vida hospitalar até ficar bem, mas beeeeeem pequenininho!!! 
 

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Jacaré na área



Relato enviado pelo voluntário Alan (Palhaço Jamal)




Dona Saradona! Corre, cuidado, calma, pára, anda!!! Fuja! Tem um jacaré querendo pegar a T.! Temos que ajudá-la!! Ai caramba!!!

Foi neste clima de vai-e-volta e envolvendo muita confusão que o Jamal começou o dia no Hospital Menino Jesus, na companhia da Dona Saradona. Uma meninha morena, toda de rosa, morrendo de sono, prestava atenção nos dois palhaços que lá estavam. Mas cadê o sorriso, cadê a risada?

Para responder esta pergunta, bastava olhar para a avó, a tia e a amiga da T. Como riam! Riso frouxo nível 5! Já a T. Só olhava mesmo. Era impressionante! Jamal se esfregava na parede, Dona Saradona chamava a atenção do Jacaré (que estava na blusa da tia), quando de repente: PPPPÁÁÁÁÁ!!!!

Jamal pegou a bolsa da tia e bateu na cabeça da mesma, matando assim o jacaré e salvando a vida da T. Que continuava só olhando.

Assim basicamente foi o dia deles dois. Muita confusão e diversão. Até de Mazzaropi Jamal foi chamado. Será que parece? Lembra pelo menos?

Não sabemos a resposta. Só sabemos que palhaço melhora sim o ambiente hospitalar. E aguarde o próximo dia, T.. Nós ainda te faremos rir!!

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Momento poético by Paloma




Na não tão distante capacitação de 2011, após acompanhar uma visita no hospital, a então candidata Paloma escreveu um poema!
Hoje ela é a nossa querida palhaça Lorena e o seu poema sempre nos servirá de inspiração!!


“Que coisa maluca essa de querer ser palhaço.
 Que coisa estranha essa de não saber como ser palhaço, mas querer se tornar um deles.
 Que coisa assustadora essa de despir-se de tudo para adotar a cobertura mínima do nariz.
 Onde foi que eu me meti?
 Que tarefa bonita essa de visitar crianças.
 Que tarefa difícil essa de alegrar crianças no grande prédio das pessoas de branco.
 Que tarefa desafiadora essa de manter os olhinhos delas vidrados no ponto vermelho e manter os olhos meus livres de lágrimas.
 Onde foi que eu me meti?
 Que transformação enorme essa pela qual passarei para encontrar o meu palhaço e convidá-lo a visitar crianças comigo.
 Que transformação contagiosa será essa de driblar as pessoas de jaleco, de roupa azul e de terno preto, depois conquistá-las e encontrar a chave vermelha da porta de entrada.
 Que transformação instantânea que parece já acontecer dentro de mim. Que transformação demorada para saber o que fazer com essa vontade crescente.
 Onde fui parar?
 Fui parar onde minha vontade me levou, onde os narizes ensinam e as crianças sorriem.
 Caminho encantador e assustador. Onde a vontade manda e o nariz obedece. Onde o nariz decide e a vontade cede.”

 

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Ondasss



Relato enviado pelo voluntário Dantas (Palhaço Quincasss)





 
Estávamos lá no 4º andar, muitas crianças, muita gente, muitos pais, muitas mães, médicos, enfermeiros, o Lourival e eu! Foi uma manhã de muita diversão.

A brincadeira começava com um "OI" para uma pessoa e reverberava para mais um monte de outras.

Uma hora surgiu uma mãe com uma criança de colo, um garoto loirinho de cabelos enrolados de uns 10 ou 12 meses acho. Ele viu os palhaços e sorriu. Eu vi esta criança, mas muitas outras crianças estavam por ali e a brincadeira continuava.

De repente, em outro momento, aquela mesma mãe com o garoto loirinho de cabelos enrolados, passou novamente perto de mim. Aí eu não resisti e fui até lá! Um olhar de curiosidade estava nos olhos de R. (depois descobri o nome dele), ele estendeu uma pequenina mão em direção ao meu nariz, apertou com delicadeza e sorriu, um sorriso de extrema felicidade, eu também sorri, abri os braços e abracei aquele pequeno ser, junto com sua mãe. Quando me afastei do abraço, novamente surgiu aquele sorriso de felicidade no rosto de R. e de sua mãe, e aquela mãozinha vindo em direção ao meu nariz novamente, mais um aperto, mais um sorriso, mais um abraço.

Por algumas vezes este enredo se repetiu, e esta felicidade era passada em ondas para as pessoas que estavam ao redor como quando você atira uma pedra no rio e as ondas vão se espalhando para o espaço.

Aquele pequenino ser, num gesto de extrema delicadeza e curiosidade, jogou uma pedrinha no rio que com certeza gerou muitas ondas de alegria naquele corredor.

No Quincasss gerou muita alegria e emoção. Agradeço ao Universo por este momento único na minha existência.

 

terça-feira, 8 de maio de 2012

Apenas mais um dia normal de visita no Hospital




Relato enviado pela voluntária Priscila (Palhaça Salamandra)






Sábado, dia 28 de Abril de 2012, 8h30.
TRIM!TRIM!
Dênis: - Boss? Aqui é o Dênis. Seguinte: tô indo para o Emílio Ribas, mas esqueci as coisas em casa. Será que alguém me arruma nariz, maquiagem…? Porque se eu voltar pra buscar vou me atrasar muito.
Pri: - Tranquilo. Vai pro hospital que a gente dá um jeito.
Sábado, dia 28 de Abril de 2012, 9h15.
Dênis: - Fala aí, galera! Beleza? Então, eu esqueci a mochila em casa, vou precisar de tudo emprestado?
Pri: - Caramba! Tudo? Não era só nariz e maquiagem?
Dênis: - Não. Falei que tinha esquecido as coisas. Isso significa todas as coisas.
Pri: - Mas tu é uma anta mesmo, hein?
Carla: - Opa! Nariz eu tenho um de reserva.
Dênis: - SHOW!
Alê: - Maquiagem tá na, mão.
Dênis: - Boa!
Pri: - Eu tenho um vestido roxo.
Dênis: - Tem mesmo? Pega aí que eu boto. Será que vai ficar muito gay?
Edu: - Fica frio, eu tenho uma gravata borboleta.

Moral da história1:
Palhaço não tem sexo, não tem cor, não tem raça, não tem religião, não tem time, não tem não.
Tem apenas uma vontade louca de ser o que ele é.

Moral da história 2:
Um vestido roxo e uma gravata borboleta é tão másculo quanto o bigode do Fred Mercury.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Um veterinário, URGENTE!



Relato enviado pela voluntária Priscila (Palhaça Salamandra)

                               




Precisávamos de socorro e sabíamos que só uma pessoa poderia nos ajudar.

- Por favor, um veterinário. É urgente!



Cinco palhaços desesperados, no Hospital Emílio Ribas, frente à sabedoria de uma profissional, que mostrava, em seus cerca de 12 anos, conhecer não apenas de animais como também de genética uma vez que cuidava e também produzia inúmeros cachorros coloridos feitos de bexiga.



O caso era grave: dois caminhoneiros haviam atropelado o cachorro da Salamandra que, naquele exato momento, mostrava-se deformado por conta do acidente.

Doralina e Sula buscavam inutilmente descobrir se o cão havia perdido o rabo, a perna ou a cabeça.

Salamandra, enfurecida, acusava Durval e Giba, também conhecidos como Pedro e Bino.



O caos estava instalado, a veterinária fez o possível, mas ele se foi. Apesar dos esforços, o cão laranja esvaiu-se em ar.



É…, a vida, às vezes, reserva tristezas.



Tomada pelo desespero, Salamandra rende-se ao pranto digno de uma novela mexicana, enquanto os companheiros tentam, em vão, consolá-la. Mas a solução não poderia vir de outra pessoa. Quando tudo eram lágrimas, a veterinária entrega à palhaça, um lindo filhote de cachorro cor de laranja. Idêntico ao primeiro antes do atropelamento.



Viva!

Quanta alegria!

Quanta festa!

Quanto entusiasmo!



BUM!



É…, a vida, às vezes reserva tristezas...

Principalmente para os cachorros feitos de bexiga. Mas o que é um cachorro vazio perante um quarto cheio de gargalhadas?