Relato enviado pelo voluntário Mauro (Palhaço Malavazzi)
PLAFT! Entrei no quarto sozinho e fechei a porta
bem rapidamente! Fez até barulho! Me aproximei da mãe e da filha que estavam lá
e comecei a puxar papo, mas elas não me olhavam, seus olhos estavam na porta.
- O seu amigo. Você deixou ele lá fora. Acho que a
porta bateu nele quando ele ia entrar?
- Ai é? Sério? Nossa!
Logo fui correndo até a porta, abri e lá estava o
Catarino, todo destrambelhado. Eu disse, em seguida:
- Ai... será que machucou? Será que fez dodói? Ai,
ai. Será?
O Catarino abriu um sorriso discreto, pois achou
que estava sendo paparicado por mim, mas logo viu que na verdade eu estava
preocupado era com a porta!
- Ai, portinha! Desculpe, eu te bati muito forte?
Eu te bati na cara dele? Nossa! Ela tá machucada sim! Tem até um pouco de
maquiagem dele que ficou aqui na porta depois da batida! Nossa, desculpa mesmo!
Deixa eu ver se a dobradiça também se machucou, só preciso fechar você aqui
e... PLAFT!
- Você bateu a porta no seu amigo de novo, coitado!
- Ai, é? Nossa, nem percebi!
Abri a porta e o Catarino agora estava chorando,
mais destrambelhado. As moças pediram para ele entrar e ele entrou com o corpo
quase todo. Eu fechei a porta e logo me virei para conversar com elas. Enquanto
conversávamos ouvíamos um barulho incômodo, uma lamentação, um som estranho.
- Você fechou a porta no braço do seu amigo! Ele tá
chorando!
- Ai, é? Nossa, nem percebi!
Fui correndo até a porta, onde estava o Catarino
semi-preso e o liberei. Senti que era hora de me desculpar.
- Sabe... eu não te tratei bem hoje. Fui
negligente, não fui um bom amigo. Me perdoe!
Catarino abriu os braços para receber o meu abraço,
mas eu passei reto por ele e fui me desculpar com a minha grande companheira: a
porta!
Catarino saiu do quarto chorando e eu saí atrás dele, sem entender nada.