Palhaço também conta histórias!
Neste blog você pode saber um pouco mais das nossas histórias vividas nos hospitais.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

PLAFT!!


Relato enviado pelo voluntário Mauro (Palhaço Malavazzi)



PLAFT! Entrei no quarto sozinho e fechei a porta bem rapidamente! Fez até barulho! Me aproximei da mãe e da filha que estavam lá e comecei a puxar papo, mas elas não me olhavam, seus olhos estavam na porta.

- O seu amigo. Você deixou ele lá fora. Acho que a porta bateu nele quando ele ia entrar?
- Ai é? Sério? Nossa!

Logo fui correndo até a porta, abri e lá estava o Catarino, todo destrambelhado. Eu disse, em seguida:
- Ai... será que machucou? Será que fez dodói? Ai, ai. Será?

O Catarino abriu um sorriso discreto, pois achou que estava sendo paparicado por mim, mas logo viu que na verdade eu estava preocupado era com a porta!

- Ai, portinha! Desculpe, eu te bati muito forte? Eu te bati na cara dele? Nossa! Ela tá machucada sim! Tem até um pouco de maquiagem dele que ficou aqui na porta depois da batida! Nossa, desculpa mesmo! Deixa eu ver se a dobradiça também se machucou, só preciso fechar você aqui e... PLAFT!

- Você bateu a porta no seu amigo de novo, coitado!
- Ai, é? Nossa, nem percebi!

Abri a porta e o Catarino agora estava chorando, mais destrambelhado. As moças pediram para ele entrar e ele entrou com o corpo quase todo. Eu fechei a porta e logo me virei para conversar com elas. Enquanto conversávamos ouvíamos um barulho incômodo, uma lamentação, um som estranho.

- Você fechou a porta no braço do seu amigo! Ele tá chorando!
- Ai, é? Nossa, nem percebi!

Fui correndo até a porta, onde estava o Catarino semi-preso e o liberei. Senti que era hora de me desculpar.
- Sabe... eu não te tratei bem hoje. Fui negligente, não fui um bom amigo. Me perdoe!

Catarino abriu os braços para receber o meu abraço, mas eu passei reto por ele e fui me desculpar com a minha grande companheira: a porta!

Catarino saiu do quarto chorando e eu saí atrás dele, sem entender nada.

  

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

A Moda é Usar Coque



Relato enviado pelas voluntárias Roberta e Rubia (Palhaças Aurora e Dalila)




Aurora, Dalila e Bernadino param na porta de um quarto e se deparam com uma linda garota carequinha, com uma toca de lã, em cima de uma escadinha na beira da cama. Ela estava finalizando um penteado em sua boneca. Aurora curiosa pergunta “Quem é ela?”. A menina parou, olhou para a porta e respondeu: “Meu bebê” e mostrou para o trio.

Os três entram no quarto e Aurora diz que “Nossa que lindo este rabo de cavalo”. A garotinha, imediatamente, corrige e diz “É coque”, e o trio arruma o elogio e fala: “Que lindo coque”. Se sentindo orgulhosa, ela diz que tinha feito.

Dalila disse então sobre a incapacidade de Aurora fazer um coque e logo a colocou sentada no sofá e começou a fazer o penteado. Quando terminou o coque em Aurora, Dalila pediu para B. um penteado também. Ela ficou muito animada e aceitou na hora arrumar o seu cabelo.

Pronto! As duas estavam lindas, mas só faltava o Bernadino ter um coque também. Dalila pergunta “E o Bernadino?”. A menina responde “Ele não tem cabelo, não dá para fazer coque.”

Dalila não hesitou e pegou papéis na pia, fez uns rolinhos e colocou na cabeça de Bernardino. B. logo disse “Isso é Maria Chiquinha, coque é assim” e foi rapidamente arrumar o cabelo de Bernardino.

Pronto! Os três estavam de coques desfilando orgulhosos com seus belos penteados no corredor do hospital e muito agradecidos com a B.

Depois de visitar outros quartos, o trio passou novamente pelo quarto da B. e pelo vidro viram uma enfermeira sentada no sofá e a garotinha fazendo um coque no cabelo dela também.


Viu como os coques fizeram sucesso? Isso mostra que qualquer um pode ter um belo coque. E você já tentou fazer o seu?