Palhaço também conta histórias!
Neste blog você pode saber um pouco mais das nossas histórias vividas nos hospitais.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

A Bailarina Frenética



Relato enviado pelo voluntário Dantas (Palhaço Quincasss)


 



Durante um passeio no Darcy Vargas nos deparamos com um quarto onde havia uma criança no berço, enquanto o pai lhe dava papinha e a mãe observava.

Quincasss e Peleca pediram licença e o pai prontamente autorizou a entrada.

Na frente do berço, Peleca fez alguns movimentos enquanto a criança observava sem reação. Quincasss decidiu então executar alguns passos de ballet, e a criança começou a realizar passos com dificuldade 5, amplamente conhecidos no ballet, enquanto estava deitada no berço.

Percebemos que estávamos diante de uma bailarina profissional, porque não é qualquer bailarina que executa esses passos de ballet e ainda deitada!! Era sensacional!!

A cada movimento ela sorria e gargalhava! O Quincasss continuava a dançar e a criança continuava a realizar os passos com dificuldade 5 do ballet.

Peleca também dançava enquanto a criança continuava a dançar freneticamente!

Neste momento o pai já estava com um sorriso lindo, vendo sua filha gargalhar enquanto dançava freneticamente, enquanto, do outro lado, a mãe sorria feliz com aquela cena.

Quincasss já estava esbaforido, pois a energia da bailarina não tinha fim. Ela estava tão radiante e feliz que poderia dançar todo o tempo.

Ainda dançando Quincasss e Peleca foram embora enquanto a pequena bailarina sorria e dançava sem parar.
 
 

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Lembrança de Aniversário


Relato enviado pelo voluntário Mauro (Palhaço Malavazzi)
 
 
Bem no meio do feriado, num sábado frio, fomos dar um rolê no Menino Jesus. No sétimo andar, entramos em um quarto em que havia uma menininha pequena dormindo, talvez anestesiada, talvez só dormindo mesmo, mas cheia de fios, tubos e aparelhinhos. Na poltrona, a mãe, com um livrinho na mão.
 
- Oi, desculpa a curiosidade, mas o que você está lendo?
- É um caça-palavras.
- Nossa, a gente adora caça-palavras. É sobre o quê?
- Música.
- Ah, então deve ter aí... ópera!
- Não. Tem Chico Buarque.
- Se tem Chico Buarque, tem Elis Regina.
- Tem.
- Se tem Elis Regina, tem Gilberto Gil.
- Tem!
- Se tem Gilberto Gil, tem Exaltasamba.
- Não, esse não. Aí é outro nível.
 
Brincamos com os níveis dos artistas. Michel Teló e até Mulher Melancia entraram na conversa.

Perguntamos a ela qual era a música que ela mais gostava, que nós cantaríamos. Ela não soube dizer uma, mas disse que poderíamos cantar para a filha dela, que estava fazendo aniversário naquele dia! Um ano.

Opa, então teríamos que fazer algo bem melhor. Avisamos à mãe que faríamos uma entrada melhor do que aquela que tínhamos feito. Saímos do quarto e pegamos três máscaras para usarmos como chapeuzinho de festa de aniversário. Entramos no quarto com um andar de gala, pedimos permissão para colocar o chapéu-máscara na cabeça da mãe, ela consentiu e o Ascarez a vestiu. E aí cantamos parabéns a você. Cantamos sem fazer graça, uma versão mais lenta da música, tentamos cantar o mais afinado e bonitinho que conseguíamos.

Durante a cantoria, a menina não se mexia, continuava dormindo, mas a mãe estava muito emocionada. Ela olhava para a filha, escutava a nossa música e chorava. Chorava tranquila, sem soluçar, um choro de várias lembranças, pancadas, dificuldades e vitórias que a menina deve ter passado. Tanta coisa que muita gente de 80 anos não passou, a menina tinha passado em apenas um. E logo no primeiro!

E assim, no meio da cidade, no meio do feriado, no meio do frio, tinha um quarto de hospital com dois palhaços cantando com chapéu-máscaras, uma mãe chorando com chapéu-máscara e uma menininha dormindo.

Saímos do quarto depois de ouvir um "obrigada".

Quando passamos pela porta do mesmo quarto, a mãe nos chamou e tirou uma foto com o celular. "Quando ela acordar, vou mostrar para ela".
 
 
 


segunda-feira, 25 de junho de 2012

Dupla sertaneja D & D


Relato enviado pela voluntária Rubia (Palhaça Dalila)





Vazio. Era o que preenchia aquele quarto, no Hospital Emílio Ribas.

Dalila e Durval bateram na porta e entraram. Nos olhamos e por alguns milésimos de segundos escutava apenas o meu coração disparar rapidamente sufocada pelo vazio.

Durval, imediatamente, fala: Aqui é o quarto de Dona F. ?

Dalila, espantada, responde: Uau, você adivinhou. Pelo visto você adivinha coisas. Então, eu duvido você adivinhar outra coisa de Dona F.!

Naquele instante, outra troca de olhar entre Dalila, Durval e Dona F., que segurava um livro de provérbios.

Dalila ficou com uma vontade louca de cantar para aquela senhora, deitada e enrolada nas cobertas com apenas a cabeça de fora, olhar perdido, mas atento a nós.

Incrivelmente Durval olha atentamente para Dalila e diz: Dona F. quer que a gente cante uma música para ela!

Uau, até o momento eu sabia que Durval tinha o dom de adivinhar os nomes lendo as placas, disfarçadamente, nas camas dos pacientes. Até eu tenho esse dom, mas ler pensamentos me fez arrepiar.

Iniciamos a cantoria, preenchendo aquele quarto com todo nosso amor e boa vontade, já que somos péssimos vocalmente. Dalila e Durval entoaram grandes sucessos do sertanejo, além de algumas dancinhas, especialmente para o publico mais especial daquela manhã.

Dona F se mostrava atenta a nossa apresentação, com olhar precavido e seguindo todos os nossos passos.

Nosso repertório musical era composto das melhores canções de Chitãozinho & Xororó, Leandro e Leonardo e Zezé de Camargo e Luciano.

Mas, o ápice do show foi quando soltamos “É o amor”. Nesse momento, Dona F. não se aguentou e cantou, mesmo com uma voz fraca e baixa, com os olhos que falavam muito mais do que palavras. Enquanto Dona F. cantava com os olhos, a dupla D & D cantava com o coração.

Amor. Era o que preenchia aquele quarto quando a dupla Dalila e Durval encerrou o show sendo aplaudidos pelo sorriso de Dona F.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

O Bebê!


Relato enviado pelo voluntário Fábio (Palhaço Bordô)


 

Logo que chegamos ao elevador do andar térreo, uma mãe nos anunciou que o quarto 411 tinha um bebê só. Isso mesmo leitor, o bebê estava solitário. Duvidei um pouco, mas o número 411 não saiu da minha cabeça. Depois de atuar no quinto andar, descemos para fazer o quarto andar e nos deparamos com o bebê no quarto 411. Era real, o nenê estava sozinho. Foi o momento mais incrível do dia e talvez deste ano. Me explico: O bebê interagia conosco de uma maneira linda. A cada investida nossa, um belo sorriso do nenê. Ele nos entendia, algo que não é comum nas nossas visitas aos bebês. O olhar da criança era tão claro, tão verdadeiro, tão único e a reação do singelo rosto era tão mágica que aprendi algo naquele momento. Me veio a mente que ele simplesmente estava ali por inteiro, completo. O nenê era um ser na sua plenitude, pois tinha uma luz no olhar que nos encantava. Os papéis foram invertidos, o palhaço era ele e nós viramos criança.

Será que precisamos simplesmente ser para encantar o outro? Isso implicaria num estar por completo para sermos o que somos.

Será que precisamos de truques? Precisamos de disfarces?  De máscaras?

Paro e penso...

Acho que para resgatar esse ser, precisamos nos desintoxicar de tudo que nos impedia de sê-lo.

Sugiro uma receita para um bom começo: vestimos a nossa melhor roupa que sempre sonhamos para nós, mas não queríamos mostrar para ninguém, uma pintura leve no rosto para que os outros vejam o que mais valorizamos na expressão da nossa criatura e uma mancha vermelha no nariz que nos dará permissão para entrar numa infinita diversidade de universos variados.

Sejamos.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Hora perfeita, dia mais que perfeito!


Relato enviado pela voluntária Claudia (Palhaça Dona Borboleta)

  Gisele...Binchen

 Clown Top Models


Foi impressionante. Tudo começou querendo dar errado: metrô lotadaço tendo que esperar 3 trens passarem para poder entrar, depois não acertando a entrada do hospital certo, e por fim o elevador pifado que não parava no andar para nos levar 9 andares acima.

Que bela estreia no Emilio Ribas, pensei...

Daí, ainda na sala do voluntariado, a Dona Saradona começa a brincar de oferecer leite batido dando bofetadas num saco de leite em pó, e adivinhe... claro que ela estourou o saco de leite, kkkkkk..

Você acha que tudo bem, nada para desesperar? Hã...chegando no 4º andar, na internação infantil, as enfermeiras nos recepcionam dizendo que estamos com azar (ah, não diga!) pois JUSTO HOJE não tinha criança nenhuma no andar.

- COMO ASSIM?????? NEM UMA????

Ah, nenhma não, tem uma com restrição de contágio, outra trocando fralda e uma no soro. O resto foi tudo para o DESFILE.

- DESFIIIIIIIILE???? COMO ASSIM????

Na Casa Rosada lá embaixo, foram todos assistir um desfile de moda.

- DESFILE???? DE MODA????

E olhamos pela janela e vimos aquela multidão lá na plateia, em frente a Casa Rosada. UAU!!!

- E VAMOS LÁ!!! SÓ SE FOR JÁ!!!

Mas antes, o chefe dos residentes, super amigo da Dona Saradona, nos apresentou o CORPO MÉDICO dos residentes ACIMA DA MÉDIA. Uau, todos jovens, sarados, malhados, realmente... acima da média!

E chegamos naquela CASA ROSADA e o desfile boring, boring, a gente puxava papo daqui e de lá com a plateia bocejante...

A menininha do soro do 4º andar desceu, e resolveu desfilar, mas os modelos dominavam a passarela. E ela queria porque queria... Estava de coroa de princesa, brinco de princesa...

Eis que Dona Borboleta pediu para irem para a sombra pois ela estava queimando as asinhas sob o sol escaldante. Pra quê? Foi a deixa na hora mais que perfeita...

Menininha-do-soro-que-virou-princesa na frente, Dona Saradona e Dona Borboleta em fila indiana na passarela...

Eis que de repente, a  plateia bocejante começou a gritar, aplaudir, assoviar, gritar LINDAS, MARAVILHOSAS, DEMAIS!!!! Nossa, tudo aquilo era para nós? Acordamos a plateia! Ficaram em êxtase! E nós embasbacadas mas com cara de top model profissionais, acenamos, posamos... e tudo com a câmera da GROBO acompanhando tudo! Muitos flashes dos fotógrafos!!! Uau! Oh yes! Oh right!

Timing perfeito! Eu e Saradona cumprimos a missão do dia! Foi inacreditável!!!! Supimpa!

E o dia que sinalizava para ser o mais errado, acabou sendo mais que perfeito!

segunda-feira, 18 de junho de 2012

O Jogo da Vida!


Relato enviado pela voluntária Kenia (Palhaça Zélia)



Eu (Zélia), Nelson e Odorica aterrissamos na quimioteca. Demos uma voltinha, sondamos o ambiente e após alguns jogos, quando já estávamos nos dirigindo para o elevador, vem alguém e diz: “tem uma pessoa chamando vocês ali”. Opa! Já estamos voltando.

Para minha surpresa, se tratava de uma menina adolescente que já tinha nos visto lá há alguns minutos atrás e que estava com o seu fone de ouvido, assistindo algo no celular... era um filminho!! Perguntamos o que nos levava ali novamente e ela disse “faz a minha mãe rir”. Tenho aquela expressão até agora comigo.

- Claro!!!!!

Como somos espertas, passamos a bola para o Nelson, enquanto eu e a Odorica pedíamos dicas para a menina, de qual seria a melhor forma de fazer a mãe dela rir. Ela disse, que a mãe gostava de forró. Nossa!! Lá vem o Nelson direto do Paraguai preparadíssimo.... E aí, começa o jogo da vida que mencionei, ou melhor, da minha vida. Eles começaram a bailar e eu comecei a resmungar um forró...

Nelson gira pra cá, a mãe gira pra lá, o povo se divertindo... quando um pai "maldoso", porém sincero diz para o Nelson algo mais ou menos assim: “você até que estava indo bem, mas essa daqui (euzinha) está te prejudicando.”

Sim, eu canto muito mal, sem ritmo... quanto mais eu cantava, mais eles riam!

Bom, tenho certeza de que nesse dia, naqueles minutos ali, a menina conseguiu retribuir para a mãe um pouquinho de toda a atenção, companheirismo que a mãe dela a fez sentir naqueles momentos difíceis. Mãe é para toda hora, para toda vida!!!

sábado, 16 de junho de 2012

Serviço Central de Clownmunicação


Relato enviado pelo voluntário Cristiano (Palhaço Lourival)
 
 

LOUriVAL e Ornela, quanta risada! Numa manhã de terça-feira de Maio fazia tanto frio, que até o menino Jesus estava coberto!  Reparei que no quinto andar tem sempre uma mesa com algumas mulheres costurando, tecendo, bordando e fazendo um monte de enfeites com retalhos, tecidos, botões, linha e agulha.
Na semana anterior, uma senhora que parece ser a dona do atelier, a mestra dos ensinamentos, presenteou o LOUriVAL com uma flor que acabara de fazer em forma de broche... linda! As duas! A flor e a dona da flor!
Nesse dia o LOUriVAL tinha mudado de roupa... sabe como é né... muito frio!  E a flor tinha ficado na roupa de verão... e não é que a mestra do corte e costura questionou: LOUriVAL, cadê a flor que te dei?
Descobrimos que ela é voluntária, assim como tantos outros que estão por lá, uns fazendo rir, uns fazendo o tempo passar e todos querendo transformar o ambiente, momento em que ela me pediu para mandar um abraço para a voluntária, amiga dela, que ficava no oitavo andar.
Missão dada é missão cumprida! LOUriVAL e ORNELA imediatamente inauguraram o serviço central de clownmunicação e mediante forte sigilo fizeram, com a cerimônia própria, a entrega do recado: a voluntária M. do quinto mandou este abraço para você, voluntária M., (por acaso as duas tinham o nome tão parecido que chegamos a trocar em alguns momentos) e tome abraço coletivo!
É isso, o ambiente fica tão florido com tanta dedicação! Precisou é só chamar, serviço de clownmunicação à seu dispor!

  

sexta-feira, 15 de junho de 2012

A Jornalista


Relato enviado pela voluntária Viviane (Palhaça Dália)




Estávamos Bom Bom, Pino e eu andando pelos corredores do hotel de luxo Menino Jesus. Naquele sábado, não havia hospital: tínhamos sido escalados para fazer plantão em um hotel cinco estrelas, onde várias celebridades estavam hospedadas.

Entre encontros e desencontros com modelos, cantores e artistas, percebemos que alguém estava sutilmente nos seguindo. Com um caderninho na mão, andava conosco pelos corredores e parava à porta dos quartos para observar tudo o que fazíamos. Talvez ela fosse celebridade também, então resolvemos perguntar. Atriz, modelo, cantora? Não, ela dizia. Ficamos confusos, o que ela estava fazendo ali, então? Pino teve a sacada: "você é a jornalista?!"

Sim, ela era uma jornalista, e depois acabou confessando que estava encarregada de fazer a cobertura da nossa visita ao hotel. Estava fazendo anotações sobre tudo o que acontecia e tirando fotos das celebridades, para depois publicar na revista do Menino Jesus. Nos sentimos super importantes! Perguntamos o nome da jornalista para procurarmos por suas matérias na revista, mas ela se recusava a revelar! Por questão de segurança, eu acho, ela preferiu manter o anonimato enquanto nos acompanhava!

Como a boa jornalista que era, nos contrariava, não aceitava algumas propostas, fazia do jeito dela. Ué, afinal a cobertura da visita era dela, não nossa! Vários quartos depois, perguntamos de novo o seu nome, mais uma vez sem resposta, até que uma mãe meio intrometida nos revelou: C. era a grande jornalista! Um pouco contrariada, continuou seu trabalho: cutucava o Pino para lhe dar atenção e responder algumas perguntas, cochichava no meu ouvido (pedindo para eu contar algum bafo de alguma modelo magrela), ficava fora do quarto batendo na janela para a gente olhar e sorrir para ela (uma coisa meio paparazzi), conversava e anotava, anotava.

Aparentemente ela estava satisfeita com as informações que tinha conseguido. Mas, de repente, saindo de um dos quartos para o corredor, ela me chamou de lado e falou: "Olha, vai para lá, se esconde, porque eu vou fazer você desaparecer. Eu vou avisar para eles (Bom Bom e Pino)!". Obedeci e "desapareci”! Bom Bom e Pino chamaram meu nome, me procuraram, mas nem eu sei onde estava, sumi de verdade. Em instantes, percebo que ela já havia feito eles desaparecem também! Esse pessoal da mídia é assim, parece que tem um poder sobre a gente, sei lá!

 

quarta-feira, 13 de junho de 2012

O Desaparecimento de Lola


Relato enviado pelo voluntário Dantas (Palhaço Quincasss)



Um dia desses no Darcy Vargas conhecemos um garoto mágico!!
Ele era tão bom que fez o Quincasss desaparecer! Não satisfeito em fazer desaparecer, ele fez o Quincasss aparecer em UM segundo!!! Uau!! Isso que é mágica eficiente!

A Lola, que estava junto, ficou enciumada e também quis participar da mágica!! O mágico prontamente fez com que a Lola desaparecesse!! Mas aí... o grande mágico, cansado da sua condição magicista, resolveu fazer uma greve e simplesmente CRUZOU os braços!!!

Mas e a Lola??? A Lola ficou desaparecida por muitos e muitos SEGUNDOS... infinitos segundos DESAPARECIDA, então em um esforço sobre humano de negociação sindical, a mãe do mágico  e  o Quincass convenceram ele a fazer a Lola aparecer novamente!!

Ufa!!! Foi por pouco, mas por muito pouco que a Operação Arco-Íris não perdeu uma palhaça no Darcy Vargas!!

Por via das dúvidas, agora, antes de participar de uma mágica, vale a pena dar uma perguntada pro mágico se ele está satisfeito com a sua profissão!!

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Tá rindo de quê?


Relato enviado pela voluntária Thatyana (Palhaça Odorica)



 
Num quarto havia um menino de aproximadamente uns 7 anos que havia acabado de fazer a "radio" e sua mãe ao lado não parava de falar ao telefone.
Do outro lado havia um menino mais velho, um adolescente, que estava sentado assistindo a TV e nem sequer olhou quando entramos, e seu pai.

O mais novo logo começou a conversar conosco, nos contou que havia feito a radio e então começamos a brincar com o que a mãe dele falava ao telefone.

O menino mais velho estava com as pernas dobradas, que tampavam o pai que estava sentado ao lado. Quando ele esticou as pernas vimos o pai com um bigodão que não se mexia! Ele só mexia os olhos nos acompanhando... Foi aí que Odorica disse que ele era uma estátua! O filho, que até então não tinha nem olhado pra nós, começou a gargalhar! Como ele estava com o celular nas mãos, não entendemos se ele estava rindo da gente, do pai ou do celular, mas mesmo assim continuamos e Zélia chegou à conclusão que quando ficamos quietinhos assim é que estamos segurando um pum... Nossa!! O rapaz ria de tal maneira que até agora não sei se realmente estava tão engraçado! O pai se segurava para não rir!

A gargalhada alta e gostosa dele logo contaminou o mais novo e sua mãe que estava ao telefone. A mãe nos chamou de palhaços e então saímos daquele quarto brigando com a mãe dizendo quem ela era pra falar assim com a gente, e assim encerramos essa cena.

Não fizemos nada de mais naquele quarto, mas sem dúvida essa foi a risada mais gostosa do dia!

Mas, afinal, ele tava rindo de que?

 

quarta-feira, 6 de junho de 2012

O Alienado


Relato enviado pelo voluntário Cristiano (Palhaço Lourival)




Nesse dia descobri que tem gente ficando maluca! No Hospital Menino Jesus encontrei Quincasss, redondamente engraçado e fanfarrônico; entra, sai, sobe e desce, muitas crianças, adultos e adolescentes, campanha para lavar direito as mãos, higiene recomendadíssima para pais e filhos e lá vamos nós fazer amigos: P. motoqueiro, B. sorriso e M. rabo de cavalo nos ajudarem a explicar como lavar as mãos gesticulando e dançando enquanto cantávamos ao som de Arnaldo Antunes, tudo lindo, engraçado e limpo!
Em determinado andar estava A. sentado e lendo, palhaço é curioso né? Vê celular tocando, quer atender, vê gente digitando, quer ver, vê uma porta aberta, quer entrar... vi o A. lendo, quis ler também!
-O que é isso?
-Alienista, Machado de Assis!
-Você está louco? Você sabe quando isso foi escrito? Tem mais de cem anos!
-É, eu sei, tá escrito aqui na primeira página ó...
-E você vai ficar lendo isso? Você sabia que isso ainda hoje é atual? Que se você continuar a ler isso vai acabar lendo outras coisas parecidas e no final vão achar que você é o alienado, que você tem que ser internado?! Sabia A.?
- É capaz mesmo...
-Vai ler caras, veja ou outras coisas, meu, você vai ficar maluco!
- Não, prefiro ser alienado!
Rindo de minha alienação, me despedi de A., que rindo, continuou lendo, mesmo alertado para o risco que corria de ficar culto e ser taxado de alienado... tadinho do A., tão inteligente...

 

terça-feira, 5 de junho de 2012

Palhaços "Adivinhos"


Relato enviado pela voluntária Paloma (Palhaça Lorena)


A recepção não tem QUASE ninguém.  Mas QUASE ninguém não é a mesma coisa que ninguém. Perto da porta de entrada do GRAACC está uma funcionária muito simpática. Em um dos sofás, avistamos uma mãe brincando com a filha, uma menina de uns sete anos de idade, vestida de rosa dos pés até a cabeça. Nos aproximamos, disfarçando a nossa presença, como se não quiséssemos ser vistos pela garota, que estava de costas para a gente naquele momento. E então o jogo começa...

Eu e Ricota damos passinhos lentos na direção da menina, cantando um “Larará”. Quando a garota olha para a gente, viramos rapidamente para o outro lado, assustados e disfarçando. A menina volta a ficar de costas para agente, brincando com a mãe. Eu e Ricota nos aproximamos mais, com o mesmo fundo musical “Larará”. A menina espera um pouquinho e se vira de novo para a gente, bem rápido, tentando nos flagrar olhando para ela. Eu e Ricota levamos um susto e tentamos disfarçar. A cena se repete algumas vezes e o sorriso já começa a aparecer nos lábios da garota.

Conseguimos chegar bem perto da menina e sentamos no sofá. Eu e Ricota começamos a nos perguntar como seria o nome dela. A mãe nos dá uma mãozinha e, através de leitura labial, conseguimos descobrir o nome: CAM...

O jogo do “canto, disfarce, flagra e susto” continua.

“Ricota, como será o nome dela?”

“Ah, Lorena, acho que começa com a letra C.”

A menina faz cara de espanto e olha depressa para a gente. Continuamos disfarçando.

“Cíntia, Cibele, Cecília.”, diz Ricota.

“Não, Ricota, o nome dela começa com CA!”

A carinha de espanto da menina aumenta.

“Carolina, Cacilda, Carmela.”, eu chuto.

“Não, Lô, acho que o nome dela começa com CAM...”

A carinha de espanto da menina agora se mistura com um sorriso de felicidade. Ela olha depressa para nós e voltamos a cantar “Larará”, disfarçando.

“Ricota, só pode ser...”

Juntos, eu e Ricota falamos “CA-M...” (nome completo!). A menina fixa o olhar de surpresa e alegria nos nossos olhos e nós não disfarçamos mais. Nos cumprimentamos sorrindo. Agora nos conhecemos.

E você, adivinhou o nome?? Há!! É pra poucos!!

 

domingo, 3 de junho de 2012

A Mágica do Mixirico


Relato enviado pelo voluntário Paulo (Palhaço Charles)
 


Nós aprontamos e... caraca, cadê todo mundo? O GRAACC estava vazio!!!!  Vendo aquele vazio, aquele silêncio, pressenti o pior para a dupla, e confesso que me deu um frio na espinha temendo pelo nosso dia... Nossa, que dramático!!

Começava nossa busca por crianças...

Encontramos R. em seu quarto e Mixirico foi logo perguntando, antes que ele também fosse embora, se ele gostava de mágica. Ele disse que sim. Então Mixirico disse que ele presenciaria a melhor mágica da vida dele!!! Charles o "fitou" com os olhos como se dissesse: que melhor magica é essa? Mixirico chamou Charles, seu assistente e perguntou se ele queria ver tudo desaparecer: criança, cama, quarto... tudo!!!! Ele disse que sim, todo empolgado. Então Mixirico pediu para que ele fechasse os olhos e começou a rodar Charles, e sem que ele percebesse, foi tirando ele do quarto. Voltou para o quarto e disse q Charles poderia abrir os olhos. Ao abri-los, o espanto: ”Caraca cadê vocês? Aonde eu tô? Mixirico, não me deixa sozinho!”. Como todo bom mágico, Mixirico pediu para que ele fechasse os olhos novamente e, rodando, o trouxe de volta. Pode abrir... “Nossa, vocês estão aqui?”

Charles era só alegria, porque disse que não gostava de ficar só! E Charles perguntou para onde nós fomos. O garoto respondeu que eles estavam ali o tempo todo e Mixirico o corrigiu, dizendo que eles estavam na praia. Na praia? Perguntou Charles. E o garoto respondeu: Sim!

Mixirico perguntou se ele estava vendo o sol, Charles disse não. Perguntou se ele estava vendo a areia, ele disse que sim (muito louco, vai entender... rs). Quando Mixirico perguntou se ele estava vendo a onda... ops... Mixirico jogou um copo com água na cara dele... Pra delírio do garoto!

Para um hospital vazio, até que não foi nada mal aproveitar para tomar um banho de mar!!!!!!!

E nossa busca foi proveitosa, encontramos: crianças, areia, alegria, água... encontramos prazer em sermos palhaços!!!!