Relato enviado pelo voluntário Marcos (Palhaço Tadeu)
Lembro que quando eu era criança pensava em ser um astronauta e viajar para a lua... me imaginava pisando naquele solo único, parecido com queijo suíço, e flutuando a cada passo dado, como se estivesse seguro por cordas cênicas. Mas a vida foi virando real e a viagem para a lua se tornou um sonho distante. Até que no hospital Menino Jesus, em um sábado chuvoso, o meu sonho se realizou...
Avistamos (Dália e Tadeu) do corredor uma senhora dentro do quarto que estava deitada na cama de acompanhante como se estivesse em um hotel de férias. Junto a nós uma moça da limpeza sorridente.
Tadeu perguntou se a senhora gostaria de alguma coisa e ela, muito receptiva, disse que queria um suco de laranja. Tadeu então fez um suco de laranja do seu jeito (horrível) e entregou à senhora que recusou e pediu para que ele tomasse primeiro mostrando que era bem esperta.
A senhora era avó de uma bebê linda, com quem Dália trocava olhares. Do outro lado havia um garoto que olhava fixo para o teto. Tadeu se aproximou dele e Dália disse que o nome dele era D. e que era cego.
Naquele momento fiquei meio sem ação, mas logo em seguida me veio algo e agachei um pouco para ficar próximo do D. Comecei a fazer um barulho de foguete: "Tchuuuuuuuu".
Neste exato momento, D. começou a procurar com os olhos o que era aquele som e deu um sorriso. Dália, atenta, logo se encostou ao meu lado dando início a uma bela viagem!
Tadeu: – Permissão para decolar, permissão para decolar!
Dália: – Permissão concedida, contagem regressiva: 5,4,3,2,1...
Tadeu: – Tchhuuuuuuuuuuuuu.... PI, PI, PI. Estamos em órbita!
Percebia que o D. estava acompanhando tudo com muita atenção e alegria.
Tadeu: – Chegamos à lua comandante D. Dália pede permissão para desembarcar!
E Dália, com a permissão do comandante D., desceu à lua.
Tadeu: – O que você esta vendo Dália?
Dália: – Não sei direito Tadeu, mas parece ser uma criatura da lua – Indo em direção à senhora avó que assistia tudo.
Tadeu: – Tente contato Dália, repito, com o tato. – Fazendo sinais com os dedos.
Dália foi se aproximando da criatura e quando chegou bem perto à senhora deu um belo susto fazendo um “Búuu!!”.
Dália deu um belo pulo e voltou para a nave correndo.
Tadeu então desceu da nave e foi tentar fazer contato. Foi devagar se aproximando da criatura, tremendo as pernas que nem vara verde e com os pedidos de cuidado de Dália. E, quando chegou bem perto da avó alienígena, ela deu outro grande susto! Tadeu voou como um meteoro de volta para a nave.
Dália e Tadeu, com medo da criatura avó, acabaram avistando outro alienígena! Esse era azul (era senhora da faxina) e olhava sorridente aparentando ser mais amistosa. Tadeu se aproximou primeiro e disse que a alienígena azul era cheirosa, tinha cheiro de detergente. Dália se aproximou também e conseguiu contato (com o tato) dando um toque na mão. Missão cumprida!!!
Dália e Tadeu voltaram à nave do comandante D. felizes! E, um atrás do outro, voaram de volta para a Terra com a ajuda da alienígena azul que fez uma contagem regressiva meio estranha para nós, mais que deve ser normal na lua: “1 5 3 já!!”.
Apesar de não enxergar sei que D. viu tudo o que aconteceu nessa viagem maluca usando a sua imaginação. E eu realizei meu sonho de infância... Ser um astronauta e viajar para a lua!!
Obrigado comandante D.!!!