Relato enviado pela voluntária Paloma
(Palhaça Lorena)
A recepção não tem QUASE
ninguém. Mas QUASE ninguém não é a mesma
coisa que ninguém. Perto da porta de entrada do GRAACC está uma funcionária
muito simpática. Em um dos sofás, avistamos uma mãe brincando com a filha, uma
menina de uns sete anos de idade, vestida de rosa dos pés até a cabeça. Nos
aproximamos, disfarçando a nossa presença, como se não quiséssemos ser vistos
pela garota, que estava de costas para a gente naquele momento. E então o jogo
começa...
Eu e Ricota damos passinhos lentos
na direção da menina, cantando um “Larará”. Quando a garota olha para a gente,
viramos rapidamente para o outro lado, assustados e disfarçando. A menina volta
a ficar de costas para agente, brincando com a mãe. Eu e Ricota nos aproximamos
mais, com o mesmo fundo musical “Larará”. A menina espera um pouquinho e se
vira de novo para a gente, bem rápido, tentando nos flagrar olhando para ela.
Eu e Ricota levamos um susto e tentamos disfarçar. A cena se repete algumas
vezes e o sorriso já começa a aparecer nos lábios da garota.
Conseguimos chegar bem perto da
menina e sentamos no sofá. Eu e Ricota começamos a nos perguntar como seria o
nome dela. A mãe nos dá uma mãozinha e, através de leitura labial, conseguimos
descobrir o nome: CAM...
O jogo do “canto, disfarce, flagra
e susto” continua.
“Ricota, como será o nome dela?”
“Ah, Lorena, acho que começa com a
letra C.”
A menina faz cara de espanto e
olha depressa para a gente. Continuamos disfarçando.
“Cíntia, Cibele, Cecília.”, diz
Ricota.
“Não, Ricota, o nome dela começa
com CA!”
A carinha de espanto da menina
aumenta.
“Carolina, Cacilda, Carmela.”, eu
chuto.
“Não, Lô, acho que o nome dela
começa com CAM...”
A carinha de espanto da menina
agora se mistura com um sorriso de felicidade. Ela olha depressa para nós e
voltamos a cantar “Larará”, disfarçando.
“Ricota, só pode ser...”
Juntos, eu e Ricota falamos “CA-M...”
(nome completo!). A menina fixa o olhar de surpresa e alegria nos nossos olhos
e nós não disfarçamos mais. Nos cumprimentamos sorrindo. Agora nos conhecemos.
E você, adivinhou o nome?? Há!! É
pra poucos!!
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