Relato enviado pela voluntária Rubia
(Palhaça Dalila)
Vazio. Era o que
preenchia aquele quarto, no Hospital Emílio Ribas.
Dalila e Durval
bateram na porta e entraram. Nos olhamos e por alguns milésimos de segundos
escutava apenas o meu coração disparar rapidamente sufocada pelo vazio.
Durval,
imediatamente, fala: Aqui é o quarto de Dona F. ?
Dalila,
espantada, responde: Uau, você adivinhou. Pelo visto você adivinha coisas.
Então, eu duvido você adivinhar outra coisa de Dona F.!
Naquele instante,
outra troca de olhar entre Dalila, Durval e Dona F., que segurava um livro de
provérbios.
Dalila ficou com
uma vontade louca de cantar para aquela senhora, deitada e enrolada nas
cobertas com apenas a cabeça de fora, olhar perdido, mas atento a nós.
Incrivelmente
Durval olha atentamente para Dalila e diz: Dona F. quer que a gente cante uma
música para ela!
Uau, até o
momento eu sabia que Durval tinha o dom de adivinhar os nomes lendo as placas,
disfarçadamente, nas camas dos pacientes. Até eu tenho esse dom, mas ler
pensamentos me fez arrepiar.
Iniciamos a
cantoria, preenchendo aquele quarto com todo nosso amor e boa vontade, já que
somos péssimos vocalmente. Dalila e Durval entoaram grandes sucessos do
sertanejo, além de algumas dancinhas, especialmente para o publico mais
especial daquela manhã.
Dona F se
mostrava atenta a nossa apresentação, com olhar precavido e seguindo todos os
nossos passos.
Nosso repertório
musical era composto das melhores canções de Chitãozinho & Xororó, Leandro
e Leonardo e Zezé de Camargo e Luciano.
Mas, o ápice do
show foi quando soltamos “É o amor”. Nesse momento, Dona F. não se aguentou e
cantou, mesmo com uma voz fraca e baixa, com os olhos que falavam muito mais do
que palavras. Enquanto Dona F. cantava com os olhos, a dupla D & D cantava
com o coração.
Amor.
Era o que preenchia aquele quarto quando a dupla Dalila e Durval encerrou o
show sendo aplaudidos pelo sorriso de Dona F.
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