O
mundo anda mesmo muito globalizado, sem fronteiras, sem língua oficial, sem
moeda nacional... pelo menos é o que deveria ser, tudo uma coisa só, um só
sorriso.
No
Hospital Municipal Menino Jesus, Lourival e Dona Saradona nem iriam entrar
naquele quarto do sétimo andar; da porta, sob um sinal de joia (que Lourival
fez só para estabelecer um primeiro contato) a mãe aparecia ao lado de uma cama
fazendo o sinal de “negativo” com o dedo, a seu lado, na cama, seu filho de uns
dez anos.
Pela
porta mesma mandamos um abraço, um beijo, para que ela se sentisse mais
acolhida e ela acabou nos chamando para entrar, brincamos, sorrimos e tiramos
um sorriso de seu filho, que nada dizia.
A seu
lado, uma oriental deitada com seu pequenino filhinho de onze dias!!!
Pequeno
mesmo, e a mãe nada falava. O pouco que perguntávamos, ela se comunicava com a
outra mãe com sinais, que por sua vez nos dizia: ela é chinesa, não sabe falar
quase nada!!!
Outro
dia aprendi com um lindo palhaço, o Ascarez, que a palavra “NI HAO” em chinês,
era “oi, tudo bem?!” e mandei um NI HAO para a mamãe chinesa!
Pronto,
era o que ela precisava, ela e o resto do quarto todo! A chinesa sorria e
respondia, NI HAO, a mãe do outro lado do quarto e seu filho se divertiam com a
nossa comunicação! Falamos umas duas ou oito vezes NI HAO, para deleite de
todos! Foi NI HAO como pergunta e resposta, sem parar... uma metralhadora de NI
HAO!
Saímos
do quarto e uma enfermeira, sem entender nossas risadas, fez cara de curiosa e
sugerimos a ela para entrar no quarto e falar: “NI HAO”!!
E não é que ela deu um pulo pra dentro
do quarto e, abrindo os braços em direção à mamãe chinesa falou bem alto: NI
HAO!!! Depois saiu do quarto feliz,
sorrindo e agradecendo.
Lá dentro, a mamãe chinesa sorria
aquele sorriso de quem é acolhido... NI HAO pra vocês também, era o que seu
olhar dizia.
Um comentário:
Lindos, adorei o relato... Ni Hao ^.^
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