Palhaço também conta histórias!
Neste blog você pode saber um pouco mais das nossas histórias vividas nos hospitais.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Missão do Riso


Relato enviado pelo voluntário Tomás (Palhaço Estafúrcio)

A Missão do Riso

Começamos o ano recebendo 21 novos voluntários que foram aprovados num longo processo seletivo que tivemos no último semestre. É sempre uma dose extra de energia que os novos integrantes trazem pra ONG, certamente 2012 promete!

Dentre os vários exercícios que aplicamos durante a capacitação deles, um dos meus preferidos é o exercício da coxia, também conhecido como picadeiro. Neste exercício cada um tem a oportunidade de aplicar diversos conceitos de palhaço e improvisação com um único objetivo: divertir o público! Não é fácil explicar em poucas palavras, mas basicamente quem está em cena precisa mostrar algo interessante e engraçado ou... FORA!
Ao mesmo tempo em que pode parecer cruel, este exercício é irmão da realidade. O público tem sua “crueldade”. Há alguns sábados vivi isso na pele durante a visita ao GRAACC.

Uma menina de uns 7 anos queria muito a nossa presença. Ela não sossegou enquanto não fomos até ela. Quando chegamos, ela já nos entregou a nossa missão com uma clareza incomum para a idade: “Faz algo engraçado para eu rir”.

Até tentamos explicar que a gente não era engraçado, mas ela não estava lá muito disposta a discutir o conceito do que é ser palhaço. Ela queria rir, não abria mão disso e a gente é que tinha que fazer isso.

Rapidamente fomos transportados para “A coxia” e começamos a improvisar algo que a fizesse rir. Minha parceira (Palhaça Zélia), que acabou de entrar para a ONG, tentou fazer um passo engraçado que eu pensei que fosse dar resultado, mas a menina olhou para seu acompanhante (que estava se matando de rir) e disse: “Não tem a mínima graça!”, continuando em seu semblante sério.

Lá foi Estafúrcio pular no abismo também sem saber o que fazer. Peguei o suporte do soro, levantei e comecei a girar no ar com um calculado risco e apontei para o nariz dela. Fiquei parado uns segundos nisso e, qual não foi minha surpresa, ela se entregou em franca risada! Sabe-se lá o que havia de engraçado, mas ela se entregou a nós!

Eu não sei explicar bem o sentimento que tive, mas foi algo como: “Ah! Deu certo!!!”. Que delícia quando estas coisas acontecem! Aquela menina não foi em momento algum cruel conosco, ela simplesmente nos convidou para entrar no mundo dela, confiou em nós e nos recompensou com o que de melhor podemos ganhar: Risos.

Sim, cada dia mais eu tenho a convicção de que: “Meu alimento é fazer rir”.

E o ano só começou...

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