Palhaço também conta histórias!
Neste blog você pode saber um pouco mais das nossas histórias vividas nos hospitais.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Palhaços "Adivinhos"


Relato enviado pela voluntária Paloma (Palhaça Lorena)


A recepção não tem QUASE ninguém.  Mas QUASE ninguém não é a mesma coisa que ninguém. Perto da porta de entrada do GRAACC está uma funcionária muito simpática. Em um dos sofás, avistamos uma mãe brincando com a filha, uma menina de uns sete anos de idade, vestida de rosa dos pés até a cabeça. Nos aproximamos, disfarçando a nossa presença, como se não quiséssemos ser vistos pela garota, que estava de costas para a gente naquele momento. E então o jogo começa...

Eu e Ricota damos passinhos lentos na direção da menina, cantando um “Larará”. Quando a garota olha para a gente, viramos rapidamente para o outro lado, assustados e disfarçando. A menina volta a ficar de costas para agente, brincando com a mãe. Eu e Ricota nos aproximamos mais, com o mesmo fundo musical “Larará”. A menina espera um pouquinho e se vira de novo para a gente, bem rápido, tentando nos flagrar olhando para ela. Eu e Ricota levamos um susto e tentamos disfarçar. A cena se repete algumas vezes e o sorriso já começa a aparecer nos lábios da garota.

Conseguimos chegar bem perto da menina e sentamos no sofá. Eu e Ricota começamos a nos perguntar como seria o nome dela. A mãe nos dá uma mãozinha e, através de leitura labial, conseguimos descobrir o nome: CAM...

O jogo do “canto, disfarce, flagra e susto” continua.

“Ricota, como será o nome dela?”

“Ah, Lorena, acho que começa com a letra C.”

A menina faz cara de espanto e olha depressa para a gente. Continuamos disfarçando.

“Cíntia, Cibele, Cecília.”, diz Ricota.

“Não, Ricota, o nome dela começa com CA!”

A carinha de espanto da menina aumenta.

“Carolina, Cacilda, Carmela.”, eu chuto.

“Não, Lô, acho que o nome dela começa com CAM...”

A carinha de espanto da menina agora se mistura com um sorriso de felicidade. Ela olha depressa para nós e voltamos a cantar “Larará”, disfarçando.

“Ricota, só pode ser...”

Juntos, eu e Ricota falamos “CA-M...” (nome completo!). A menina fixa o olhar de surpresa e alegria nos nossos olhos e nós não disfarçamos mais. Nos cumprimentamos sorrindo. Agora nos conhecemos.

E você, adivinhou o nome?? Há!! É pra poucos!!

 

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