Palhaço também conta histórias!
Neste blog você pode saber um pouco mais das nossas histórias vividas nos hospitais.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Projetos sociais para a hora do expediente



Claudia - Dona Borboleta e Fábio - Geleka

Grandes empresas permitem que funcionários usem horas de trabalho remunerado para atividades de voluntariado com escolas e hospitais


fonte: Fernando Scheller - O Estado de S.Paulo

Aprender a organizar o tempo não é mais algo que faz bem só para a vida pessoal de um profissional. Algumas grandes empresas permitem que o funcionário que cumpre suas tarefas sem usar todo o horário do expediente possa aplicar as horas que normalmente seriam dedicadas para resolver problemas pessoais, navegar na internet ou simplesmente reduzir a carga de trabalho de maneira mais produtiva: a participação em projetos sociais.

A multinacional americana de commodities Bunge envolve cerca de 5% de seus empregados no País - 400 pessoas em um universo total de 20 mil - em projetos sociais desenvolvidos por sua fundação. A principal atividade é o incentivo à leitura em escolas das periferias de comunidades de 9 dos 16 Estados onde atua. O investimento total no projeto é de aproximadamente R$ 2,7 milhões, segundo o presidente da Bunge no País, Pedro Parente. Hoje, cerca de 14 mil crianças são beneficiadas pela iniciativa.

Para incentivar a participação dos funcionários, diz o executivo, a empresa estabeleceu que cada voluntário pode ser liberado por duas horas semanais para atividades de cunho social. "Acertamos com os gestores que as pessoas podem ser liberadas desde que estejam com as todas as tarefas em dia", explica Parente. Ele diz também que o programa só é viável nas unidades de maior porte da empresa - onde há poucos funcionários, não há como dispor dos recursos humanos para o programa.

Entretanto, como a empresa tem 20 mil empregados, o executivo diz que será possível expandir o programa de maneira ambiciosa este ano. A meta é chegar a 15 comunidades atendidas até dezembro. Para Parente, o programa traz vantagens para os funcionários que vão além do objetivo principal: ajudar a formar melhores cidadãos. "É a chance de fazer algo totalmente diferente da tarefa do dia a dia, de desenvolver a própria criatividade."

O engenheiro de processos Marcio Massao, que trabalha na unidade da Bunge em Luís Eduardo Magalhães (BA), exercita sua veia artística em uma escola municipal da cidade. Além de coordenar o programa de voluntariado na unidade, ele também reúne as crianças para contar histórias, ajuda a organizar feiras literárias e auxiliou a reorganização da biblioteca da instituição. Massao conta que, além das duas horas semanais para se dedicar ao projeto, viaja para a matriz da Bunge para aprender conteúdos ligados ao programa social.

Organização. Outra empresa que usa o tempo dos funcionários para apoiar projetos sociais é a Embraco, de Joinville (SC). Uma das mais recentes tarefas da companhia foi reorganizar a administração de um hospital da cidade, aproveitando os processos administrativos que adota internamente. Cerca de 60 funcionários - incluindo 17 gerentes - dedicaram um total de 2 mil horas de trabalho para fazer uma "devassa" na gestão da instituição de saúde, incluindo as áreas de logística, almoxarifado, segurança e gestão de resíduos. Até a brigada de incêndio do hospital foi treinada pela Embraco.

De acordo com gestor da Embraco, Luis Felipe Dau, as oportunidades de melhoria encontradas foram muitas - somente nas áreas de limpeza e organização, 243 processos foram revisados. Ao aplicar o sistema de licitação desenvolvido internamente pela Embraco, Dau diz que o hospital também vai conseguir reduzir a burocracia: "O tempo gasto para o processo vai cair de 120 para 67 dias", explica.