Palhaço também conta histórias!
Neste blog você pode saber um pouco mais das nossas histórias vividas nos hospitais.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Aahhhhh tá!

Relato enviado pelo voluntário Mauro (Palhaço Malavazzi)





Entramos eu e Amâncio em um quarto em que havia um menino na cama, acompanhado por sua mãe.

Em um canto do quarto, havia sobre um móvel um brinquedo que era uma cidade, com carros, prédios, árvores e tudo mais. Concluímos que o menino era o prefeito da cidade.

Montamos uma saudação especial ao prefeito, toda pomposa, tiramos dúvida com a secretária do prefeito (a mãe), conversamos com o prefeito, era um dia muito especial. Era prefeito pra cá, prefeito pra lá, prefeito isso, prefeito aquilo.

Certa hora, o menino, que estava se divertindo até então, fechou a cara de repente e disse:

- Eu não sou prefeito.

Chocados com a revelação, questionamos: - Não?

- Não. Eu sou ser humano.

- Aahhhhh tá.

Com essa novidade, percebemos que tínhamos confundido tudo até àquela hora. Ele não era prefeito, era ser humano. A mãe não era secretária, era ser humano. Íamos nos despedindo após essa interação de muito aprendizado:

- Já estamos indo então. Vou levar o meu colega Amâncio, que é um ser humano.

- Ele não é ser humano - respondeu o menino.

Chocados novamente, respondemos: - Não?

- Não, ele é palhaço.

- Aahhhhhhh tá.

 

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Casório

Relato enviado pelo voluntário Eduardo (Palhaço Giba)




- Podemos entrar?
- Claro, fiquem a vontade.

Quase um convite para tomar um café em sua casa. Casa da dor que acaba dando lugar à piada.
Parece que transformar sofrimento em riso é mais simples e mais profundo do que eu imaginava.
Bastou que estivéssemos lá para tudo acontecer.

- Eu sou modelo.
- É sim, modelo. Modelo da Ultragaz!

A ponte estava construída. A conexão não do gás, mas de quem antes do "Claro, fique a vontade" não tinha e nem sabia de que ali dentro, havia força para tirar um sarro.

- Múrcia, casa comigo?
- Não, ela vai casar comigo.
- Não, ela vai casar comigo.
(duelo espartano entre Baltazar e Giba)

De repente, aquela que estava quieta, deitada, bastante debilitada, sugere:

- Case com os 2! Ai, vira a Dona Flor e seus 2 maridos.

E quem diria que essa sugestão veio de quem já teve 2 maridos? Um que a abandonou com o filho e outro que a passou o HIV e morreu. Uma história que só não é mais triste por que não houve espaço para o Padre, ou a "Padra", ficar se remoendo. Sim, ela foi o "Padre", que fez o sinal da cruz, abençoou, disse " Podem beijar a noiva" e depois jogou até arroz imaginário. E o imaginário foi mesmo real naquela hora, tão real, que a juíza, paciente da cama ao lado, falou pra gente passar a "Lua de Mel" em Itanhaém.
Nessa hora, Itanhaém passou a ser, para nós, a mais bela das praias porque devia ter um significado enorme pra ela.

Eis que a briga do noivo bonito e do feio deu lugar para a do tonto e do besta numa cerimônia maluca onde, primeira vez, o juiz e o padre emocionaram mais do que a noiva que, diga-se de passagem, estava linda de boina vermelha.

 

terça-feira, 24 de abril de 2012

Presença de Palhaço


Relato enviado pelo voluntário Tomás (Palhaço Estafúrcio)


O palhaço não precisa ser visto para estar presente!
Sempre ouvimos que o palhaço transforma o ambiente em que está presente. Ou será que é quem está no ambiente que transforma o palhaço? Ou será o conjunto de tudo que transforma todos?
Há alguns sábados atrás havia um menino cego que estava na Quimioteca do GRAACC brincando com um quebra-gelo.
Iniciamos uma brincadeira muito simples, apenas pegávamos os cubos e tentávamos encaixá-los no quebra-gelo. O menino se divertia e a nossa simples brincadeira passou a ser interessante.
Mas interessante mesmo foi, que quando ele soube que éramos palhaços, ele colocou um dos cubos no seu próprio nariz, como se ele também fosse um palhaço!
Não posso dizer que essa foi exatamente uma super ação palhacística, mas me tocou.
E porque não dizer que nos transformou?

segunda-feira, 23 de abril de 2012

O lance pode estar no relance


Relato enviado pela voluntária Adriana (Palhaça Múrcia)

Numa visita no Hospital Darcy Vargas, há algumas semanas, quando Bordô, Sula e eu passávamos pelo corredor de um dos andares, eu olhei levemente de relance pela porta de um dos quartos que estava aberta.

Nesse olhar curioso, eu vi um menino deitado na cama, sozinho, quietinho e cobertinho com o lençol, no quarto que estava com a luz apagada. Opa!! Naquele quarto tinha um lance! E simplesmente não dava pra continuar andando por aquele corredor!

Numa abordagem bem tímida, eu pedi que meus companheiros parassem no corredor e da porta falei pro menino: “Oi, bom dia! Desculpa te atrapalhar, mas é que eu estava passando aqui no corredor, quando eu olhei de relance e vi você bem aí!” A fisionomia do menino se transformou de imediato, ele abriu um sorrisão e olhava pra minha cara com uma cumplicidade deliciosa!

Na mesma hora Bordô se interessou e resolveu fazer novamente a passagem pela porta para ver o menino de relance! Ele também constatou que ela havia um lance e pediu a Sula que fizesse o mesmo. Sula prontamente atendeu e também achou o máximo ter aquela vista de relance!

Estávamos os três tão extasiados com a nossa descoberta de relance que não cabíamos em nós!! Começamos a fazer alarde no corredor e pedimos a moça da limpeza que fizesse a nossa experiência! Ela prontamente nos atendeu e de uma maneira muito simpática, passou pela porta, viu o menino de relance e também achou o máximo! Na sequência, uma mãe com uma menininha no colo passava pelo corredor e também resolveu participar da nossa experiência!

Todos estavam felizes em olhar para o menino de relance!! E ele ria chacoalhando todo o corpo e até passando a mão pelo rosto!

Ele olhou pra gente e disse: “Podem entrar aqui!”
Nós entramos! E começamos a ter outras visões dele de relance! Olhávamos de relance passando na frente da sua cama, olhávamos de relance saltando na frente da cama, olhávamos pra ele de relance até fazendo uma simulação tripla de um elevador que subia e descia passando pela cama que estava vazia do outro lado do quarto!
Em todas as nossas passagens ele ria muito com a nossa surpresa em cada olhar, em cada relance, em cada contato que cada um de nós três fazia com ele!

E foi nessa descoberta de relance que a Sula, com seu imenso talento musical, começou a cantar o “Rap do Relance”, composto naquele mesmo momento, que prontamente foi acompanhado pelo Bordô e por mim! E foi com essa trilha sonora que saímos do quarto dando nosso último olhar de relance pra aquele menino que ria pra nós com uma alegria contagiante!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

O Nome do Riso


Relato enviado pelo voluntário Dantas (Palhaço Quincasss)


Tem muita gente que acha o meu nome engraçado (Quincasss), mas esses dias atrás eu conheci uma mulher que achava o seu próprio nome engraçado!!! E isso foi ainda mais engraçado!
Dona Borboleta, Ornela e eu estávamos no Hospital Dia, do Hospital Menino Jesus, onde conhecemos o M., um menino muito esperto que tinha uma particularidade – não queria dividir sua mãe com ninguém!
Logo imaginamos que a mãe dele era uma mãe muito especial, para ele querer ela inteirinha só pra ele! Isso despertou a nossa curiosidade e logo quisemos descobrir mais sobre aquela senhora.
Para uma boa investigação, precisávamos começar pelo nome dela! E assim perguntamos o seu nome. Ela prontamente respondeu “S. D.” (nome e sobrenome) e riu!! “Riu”... na verdade gargalhou!
Isso foi tão interessante que quando falávamos o nome dela (S. D.) gargalhávamos também!! E sempre assim! Logo que um falava o nome S. D. todos gargalhavam! Todos nós e todos que estavam ali, inclusive a própria S. D. e seu filho M.
E foi no meio de tantas gargalhadas que eu entendi o porquê o M. não queria dividir sua mãe! Afinal de contas, não é toda mãe que nos faz gargalhar só de falar o próprio nome!
S. D.!! huahuahuahuahuahuahua

terça-feira, 17 de abril de 2012

MC DEU MAL

Relato enviado pelo voluntário Cristiano (Palhaço Lourival)



Deus é clown!! Nunca duvidem disso!
Há alguns dias, No GRAACC, Dona Saradona e Lourival foram parar no 1º SS, sem a menor pretensão, só para atrapalhar um pouco a vida das pessoas mesmo, funcionários e etc...
Estávamos lá para fazer bagunça e levamos a sério isso... mas descobrimos uma linda surpresa: do outro lado do balcão, pai e mãe que já havíamos conhecido na quimioteca sem a filha, estavam lado a lado com ela, a filha, grande já, uns 11 anos talvez, linda!
Ela reclamava com a mãe e chorava no intervalo, o pai só olhava, e isso bem na hora que nos aproximamos... puts...
Andamos na ponta dos pés para não atrapalhar, até que conhecemos o que nos salvaria!! Desceu do nosso lado por uma escadaria o MC DEU MAL... boné, óculos escuros, chiclete e marra, muita marra!!!
Brinca daqui, sarro de lá, lado a lado nos comparamos e identificamos uma alta carga de moda, afinal, o cara era artista!
Chamei a atenção das atendentes pedindo preferência para o artista e, do nada, a menina que antes chorava estava rindo e entrou no jogo!!

Como é gostoso ver o choro virar riso!

Valeu Mc Deu Mal!

Valeu Dona Saradona!

Ah, você aí escondido, que manda essas figuras do nada nos ajudar, valeu! Você é o cara! E você é clown!

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Missão do Riso


Relato enviado pelo voluntário Tomás (Palhaço Estafúrcio)

A Missão do Riso

Começamos o ano recebendo 21 novos voluntários que foram aprovados num longo processo seletivo que tivemos no último semestre. É sempre uma dose extra de energia que os novos integrantes trazem pra ONG, certamente 2012 promete!

Dentre os vários exercícios que aplicamos durante a capacitação deles, um dos meus preferidos é o exercício da coxia, também conhecido como picadeiro. Neste exercício cada um tem a oportunidade de aplicar diversos conceitos de palhaço e improvisação com um único objetivo: divertir o público! Não é fácil explicar em poucas palavras, mas basicamente quem está em cena precisa mostrar algo interessante e engraçado ou... FORA!
Ao mesmo tempo em que pode parecer cruel, este exercício é irmão da realidade. O público tem sua “crueldade”. Há alguns sábados vivi isso na pele durante a visita ao GRAACC.

Uma menina de uns 7 anos queria muito a nossa presença. Ela não sossegou enquanto não fomos até ela. Quando chegamos, ela já nos entregou a nossa missão com uma clareza incomum para a idade: “Faz algo engraçado para eu rir”.

Até tentamos explicar que a gente não era engraçado, mas ela não estava lá muito disposta a discutir o conceito do que é ser palhaço. Ela queria rir, não abria mão disso e a gente é que tinha que fazer isso.

Rapidamente fomos transportados para “A coxia” e começamos a improvisar algo que a fizesse rir. Minha parceira (Palhaça Zélia), que acabou de entrar para a ONG, tentou fazer um passo engraçado que eu pensei que fosse dar resultado, mas a menina olhou para seu acompanhante (que estava se matando de rir) e disse: “Não tem a mínima graça!”, continuando em seu semblante sério.

Lá foi Estafúrcio pular no abismo também sem saber o que fazer. Peguei o suporte do soro, levantei e comecei a girar no ar com um calculado risco e apontei para o nariz dela. Fiquei parado uns segundos nisso e, qual não foi minha surpresa, ela se entregou em franca risada! Sabe-se lá o que havia de engraçado, mas ela se entregou a nós!

Eu não sei explicar bem o sentimento que tive, mas foi algo como: “Ah! Deu certo!!!”. Que delícia quando estas coisas acontecem! Aquela menina não foi em momento algum cruel conosco, ela simplesmente nos convidou para entrar no mundo dela, confiou em nós e nos recompensou com o que de melhor podemos ganhar: Risos.

Sim, cada dia mais eu tenho a convicção de que: “Meu alimento é fazer rir”.

E o ano só começou...

terça-feira, 10 de abril de 2012

O que é afeto?


Relato enviado pelo voluntário Rodrigo (Palhaço Mixirico)




Chegaram na Quimioterapia do GRAACC... ops, esqueci de apresentá-los, prazer: Mixirico, Charles e Zélia. Como ia dizendo, chegaram "chegando", botando banca de que era o melhor trio de palhaços do hospital... e foram recebidos com muita euforia!!!!
Mentira, ninguém deu muita bola... é a vida! Mas eles não desanimaram e, na difícil tarefa de "afetar" alguém, os olhos, ávidos, buscavam ser correspondidos.
Nessa linha tênue, encontramos a L., uma menina doce, mas exigente. E Zélia, tratou logo de me avisar: "Mixirico, ela é aquela garota de que te falei. Que me pediu pra fazer algo engraçado". Mixirico, que não é bobo nem anda, ficou escondido atrás da grade que separa as camas, "deixando só seu nariz para fora". Deixou Zélia e Charles na mão e ficou lá, de boa... Zélia e Charles fizeram alguns jogos com a menina, conversaram e tiraram foto com ela, etc. L., esperta que só, percebeu que estava faltando alguém e com os olhos, e sua boca banguela, convidou Mixirico para ir até ela.
Segue a conversa:
Mixirico: O que você tá me olhando?
L.: Vem aqui.
Mixirico: Num vô!
L.: Vem aqui.
Mixirico: Num vô nem a pau!!!!
L.: Por que?
Mixirico: Porrrrrr que? Porque eu tenho medo de criança banguela!!!!!
L.: Pode vir, eu num faço nada.
Mixirico: Vô não, num confio em criança banguela.
L.: Vem, pode confiar em mim, eu sou boazinha.
Coração do Mixirico: shiiiuuwuuuwwwwww (som de coração derretido)
Mixirico: Ah, então eu vou!!!
E Mixirico foi até ela e explicou o porque de seu medo (era porque as crianças ficavam banguelas, porque mordiam palhaços), e ela toda alegre dizendo que os dentes tinham caído da boca porque a fada dos dentes queria eles...
Depois de toda essa conversa sobre dente, medo, fada e afins, a L., toda delicada, pegou em sua mão e deu um beijo. Ele saiu de lá todo bobão, apaixonado e com o braço erguido para ninguém pegar/encostar em seu beijo.
Aquele era O Beijo, e Mixirico foi afetado pelo seu carinho... e que carinho...
Depois eles foram para outras camas (e o Mixirico sempre com o braço erguido) brincaram com outras crianças, até que o Charles foi chamar a Zélia, a pedido da L.
E Zélia veio dizer ao Mixirico, o que deixou extremamente emocionado, que a L. mandou falar que ele poderia abaixar o braço, pois o beijo que ela deu em sua mão, entrou pelo seu corpo e chegou ao seu coração, e lá... ficaria...

Isso é afeto!!!!!

 

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Um Aniversário Especial


Relato enviado pelo voluntário Marcos (Palhaço Tadeu)


Passando pelo o corredor o Batatinha e eu nos aproximamos do quarto, porém, antes que chegássemos a porta a enfermeira nos deu uma dica quase sussurrando com medo de estragar a surpresa: “é aniversário dela hoje”. Pronto, aniversário dela pensei. E agora como agir?
Precisávamos fazer algo de especial, não podemos decepcionar. Entramos com tudo, energia a mil, perguntamos o nome dela e ela logo soltou um sorriso, mostrando que seria bem receptiva. Começamos a jogar fingindo que não sabíamos que era o aniversário dela, mais que se fosse o aniversário de alguém no quarto a gente faria uma festa. Ela de pronto dizia “é o meu é o meu aniversário hoje”, a gente fingia não escutar e dissemos para brincar de fingir que o aniversário dela era hoje e que ensaiaríamos como seria a festa.
Percebi que havia um senhor com cara de sério encostado na parede olhando nossa performance meio desconfiado. Continuamos entretidos com a criança, e quando fomos cantar parabéns, na hora de dizer - E PRA N. NADA! Eu disse em seguida E PARA O TADEU TUDO! Voltamos a música e continuamos a cantar agora exclamando a verdadeira pessoa que merecia tal cantoria, a N. Pegamos uma caixa de brinquedo e fingimos ser o bolo, o Batatinha era a vela e ficava com os olhos arregalados e fazendo movimentos com as mãos. Ao término do parabéns, N. apagou a “vela” e o Batatinha fingiu que morreu, foi muito bacana.
Em seguida a gente disse para ela dar o primeiro pedaço de bolo para a pessoa mais bonita que ela estava vendo, e eu logo me abri me exibindo e tentando ganhar o pedaço do bolo, mas o Batatinha também fez o mesmo e a gente ficou disputando a atenção dela. Foi quando ela passou os olhos sobre a gente e disse “Eu quero dar o primeiro pedaço para o meu Pai”.
Houve um momento de silêncio e confesso que fiquei arrepiado, pois não esperava. Aquele senhor, que estava com cara de bravo encostado na parede, estava com os olhos cheios de lágrimas, muito emocionado. Entreguei o pedaço de bolo (uma pequena bexiga em forma de coração) e disse para ele morder devagar, pois poderia fazer mal. Em seguida saímos e quando olhei para trás todos estavam sorridentes.
Acho que essa foi a única vez que não ganhei um pedaço de bolo e fiquei feliz!!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Com frango ou sem frango? - Ornela e Dona Borboleta



Relato enviado pela voluntária Cláudia (Palhaça Dona Borboleta)


Com esse título, parece até que estamos lendo um cardápio de restaurante, mas sinto informar que este é mais um relato dos palhaços em ação.

Esse encontro tinha tudo para dar errado. Os pares se desencontraram, pois compromissos inesperados surgiram nas agendas e os pares foram ficando ímpares até que... tudo se encaixou! Adaptamos as agendas, o hospital e tudo acabou bem: Dona Borboleta e Ornela estavam juntas novamente em mais um dia de aventuras.

O dia maravilhoso foi no GRAACC, que era novidade para a novata Ornela. Muitos andares, muitas crianças, muitos funcionários amigos. Ornela trouxe até um novo figurino que ela mesma costurou. Agora ela é a Super Ornela, munida de capa amarela e sapato florido.

A nova super-heroína-clown abraçou seu inseparável companheiro frango e, junto com a Dona Borboleta, foram passear pelos corredores, elevadores, andares...

Logo de cara fomos intimadas a visitar os quartos do sétimo andar por uma mãe que estava carregada de DVDs nas mãos, mas acabamos parando na brinquedoteca onde participamos de um campeonato de sinuca e surf, e fuxicamos com as mães no artesanato. Cada fuxico que essas mães aprontam!!! Nem queiram saber, rsrsrs!

Depois caímos de paraquedas na Quimioteca, onde o esquadrão da Moda formado pelas voluntárias vestidas de carteiro (Moda Correios Fashion Week) deu palpites e mais palpites sobre o novo figurino da novata Ornela: Uns gostaram da capa, outros não gostaram. Mas teve gente que pediu para fazer uma capa para o frango que vive pelado!

Depois a Dona Borboleta descobriu que a Ornela cabulou a aula de bolhologia na faculdade de "Rasgard", e por isso a cada soprão ela ficava roxinha, roxinha de tanta força e saia só meia bolha! Tentamos encontrar uma aula de bolhas na escola móvel e até participamos de uma aula de francês: - Abajur, sutiã, croissant... Mas nada de aula de bolhas...

Até que as próprias crianças resolveram ensinar bolhologia para Ornela... E ela conseguiu evoluir para UMA bolha! Uau! Uma bolha inteira, voadora, colorida, linda!

Então embarcamos no elevador que subia na vida e chegamos aos quartos do sétimo, onde encontramos aquela mamãe que havia nos intimado a comparecer nos quartos. E ela queria tirar fotos da dupla com a sua filhota que estava no meio daquela montanha de DVDs.

Foto com frango ou sem frango? Na dúvida tiramos com e sem o frango. E ficaram maravilhosas!

Para encerrar fomos ao subsolo, onde havia muita espera pelos exames e um menino estava bem emburrado num canto, onde seu pai estava até deixando uma lágrima escapar no canto do olho. Foi então que a Dona Borboleta ficou encantada pela tatuagem na perna do pai, e a lágrima foi sendo enxugada de fininho. E o menino que estava bem bravo acabou aperfeiçoando a aula de bolhas da Ornela e a ensinou encher o ambiente de bolhas de todos os tamanhos, que voavam para todos os lados. Ornela saiu de lá expert, pós-graduada master blaster em Bolhologia. E o pai ficou todo sorridente e muito orgulhoso do filho professor!


Sem frango
Com frango

domingo, 1 de abril de 2012

Visão Raio X


Relato enviado pelo voluntário Alan (Palhaço Jamal)

Trio Internacional no Menino Jesus – Um encontro de Nações e Cores!

Um dia memorável com um trio internacional! E por que Trio Internacional? Eu explico:

- Dona Borboleta = Japonesa (falsificada) – representada pelo vermelho da bandeira

- Ornela = Venezuelana (original de fábrica) – representada pelo azul da bandeira

- Jamal = Indiano (só se for do Paraguai) – representado pelo verde da bandeira

Bom, nossa jornada passou por cada cantinho daquele hospital! Nos quartos visitamos o que era pra visitar, na Ouvidoria reclamamos pra quem tinha que reclamar, na Observação observamos o que era pra observar e por aí vai...

Mas o fato mais nobre, mais lindo, mais puro e de maior emoção pra gente, sem dúvida alguma foi o presente que ganhamos de um menino de blusa azul e óculos vermelho. Depois de algum tempo, uma das médicas o levou até a gente e disse que ele gostaria de nos dar algo. Era um desenho. Um desenho de nós 3! NOSSA! Que desenho lindo! E de fato estávamos todos lá no desenho! O M. mostrava tudo pra gente! Nossas roupas, nossos narizes, nossos cabelos, sapatos... tudo nos mínimos detalhes!

Como ele se entregou, como ele nos contagiou com aquilo! Foi SENSACIONAL! Quanta pureza, quanta fantasia!!!...Olhem que lindo nós três no desenho:



Lindo demais, não?!

Nossa M., MUITO OBRIGADO PELO DIA QUE ME FEZ TER!!! Com certeza vou tentar ser igual a você: Ter a visão de RAIO-X! Ter a visão além do alcance!