Palhaço também conta histórias!
Neste blog você pode saber um pouco mais das nossas histórias vividas nos hospitais.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Toda mulher merece ganhar um DEZ

Relato enviado pelo voluntário Adê (Palhaço Romão)



Lorena, Bernardino e Romão entraram no Pronto Socorro do hospital Emílio Ribas e lá encontraram duas enfermeiras que olhavam uns papeis. Bernardino se aproximou sorrateiramente para ver o que eram aquelas folhas e percebeu que elas estavam jogando STOP!

Os palhaços acharam aquilo um absurdo, afinal, era horário do expediente e STOP nem é tão legal assim. As enfermeiras, tentando mudar de assunto, insistiram para que os palhaços entrassem em um determinado quarto, pois, segundo elas, havia uma paciente bem triste e deprimida. 

Os palhaços decidiram entrar um a um naquele local e Lorena, com todo seu charme, foi a primeira. Em seguida, Romão, um tanto quanto desajeitado, entrou no quarto e Lorena pediu uma nota para a beleza dele. A paciente deu nota 08, mas Romão não gostou, pois achava que merecia mais.

Bernardino entrou na sequência e também foi avaliado. Para surpresa de todos a nota dele também foi 08 e, portanto, percebeu-se que o problema não estava na beleza dos palhaços, mas na avaliadora que só conhecia um único número: o famoso oito!

Lorena, com seu instinto solucionador de problemas, disse que sabia como resolver aquela situação e se posicionou para ser avaliada. A paciente pensou um pouquinho e disse: “Nota 10! Afinal, toda mulher merece ganhar um dez”.

Romão e Bernardino ficaram indignados e exigiram justiça! E se notas mais altas eram só para mulheres, eles também poderiam se transformar... E se transformaram! 

A paciente sorria com aqueles palhaços afeminados tentando ganhar uma nota mais alta... E quanto mais eles tentavam, mais ela ria! 

Nenhum dos palhaços conseguiu um dez, mas a verdade é que aquele sorriso valeu muito mais que qualquer nota máxima! Na saída do quarto uma das enfermeiras falou “Nossa, ela sorriu...”. Sim, sorriu!

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Acompanhando os palhaços no hospital




Sempre trazemos aqui no Blog algumas histórias vividas pelos palhaços no hospital! Hoje, apresentamos um pouco do que uma pessoa que acompanha uma visita sente.

Mas quem são essas pessoas?!

São aspirantes a voluntários da Operação Arco-Íris! Pessoas que estão em nosso processo de seleção/capacitação e acreditam na força do nariz vermelho para mudar o mundo... mesmo que seja só um pedacinho dele.

Nesta fase do processo, eles acompanham uma visita e tem a possibilidade de ver os palhaços em ação! Leiam um pouquinho do que eles nos escreveram após acompanhar os palhaços no hospital!


Chamam atenção três palhaços no corredor do hospital, mas não é só isso, eles olhavam a todos com outro olhar. Um olhar que não vê diferença entre doentes e saudáveis, crianças e adultos, médicos e faxineiros, eu e você. E isso ia contaminando sem esforço tanto quem estava aberto ou desejando um contato como quem não estava. 

Fernanda


Engraçado é que temos a ideia de que um bebê não se relaciona tanto com as pessoas que são fora do seu convívio, mas o palhaço consegue transpor essa barreira... 

Fernanda Ferreira


Uma das coisas que mais me encantou nos jogos foi, sobretudo, o respeito com quem estava ali dentro do quarto...

Juliana Mello


Enquanto eles se aprontavam a ansiedade aumentava, será que eu poderia ficar bem perto? Será que choraria se visse crianças? Será que entraríamos na UTI? Um mundo de coisas passou na minha cabeça... Enquanto isso, Tobias e Malavazzi (palhaços da OAI) demonstravam calma, serenidade...

Solange


Eles mudavam de acordo com o contexto, e era notório que o RESPEITO era a base de cada encontro e de cada relação estabelecida. Momentos de tanta alegria, delicadeza e com tanto HUMANISMO... Era lindo de ver e sentir! 

Alyne


Os jogos são sempre únicos. Cada um com sua particularidade e importância... 

José


Os palhaços são criativos e inovadores, conseguindo atrair a atenção até mesmo de um paciente bebê, simplesmente com o olhar em um jogo de sensibilidade e carinho. 

Tatiana


Compreendi que ambiente não muda só para os pacientes, mas sim para todos! 

Darlan


Ao entrar com o Chico e com a Silvia e ver a transformação em Dom Chicote e Veruska achei tudo lindo: As roupas, a maquiagem e, principalmente, a entrega com tudo e com todos. 

Flávia


Senti-me incapaz algumas vezes e cheguei a pensar que não sou capaz de passar nesse processo. Acredito que ser palhaço requer muito estudo. Mas ao mesmo tempo ver as palhaças jogando nos quartos me fez concluir que todos nós podemos ter a chance de seguir naquilo. Confesso que me embriaguei e delirava achando que era um sonho. 

Marcus


Tiveram momentos que me emocionei... Não aguentei na hora que uma mãe virou para os palhaços e agradeceu por terem tirado um sorriso de sua filha. É algo que parece tão simples, mas que para aquela mãe fez toda a diferença.

Diogo


Um momento onde a alma silencia, o coração acalma e toda a atenção se volta para aquele ambiente singular! Foco, concentração, percepção, integração, doação, amor... palavras que representam esse momento de reconstrução dos valores da vida!

Gabriela

terça-feira, 6 de outubro de 2015

O que fazer depois de um sim?

Relato enviado pelo voluntário Paulete (Palhaço Arlindo)



Geralmente não conseguimos entrar em muitos quartos da UTI do Emílio Ribas devido aos isolamentos, mas desta vez percebemos que havia um quarto liberado... Dentro dele, havia uma linda moça.

Lorena e eu entramos e decidimos deixar o Romão do lado de fora. Começamos a puxar vários assuntos e, em determinado momento, iniciamos um tema complexo, caudaloso e, porque não dizer, espinhoso: O palhaço Romão! Inicialmente, começamos a analisar a estrutura corporal com várias perguntas direcionadas para nossa consultora. Eram perguntas simples, do tipo:

- O que você acha do cabelo dele?
- Qual sua opinião sobre a cara de bobo?
- O que você pensa sobre aquela caprichosa pança?

Depois de vários questionamentos, fizemos uma média das respostas e, por incrível que pareça, percebemos que o Romão havia sido aprovado na primeira fase! Assim, o palhaço havia conquistado o direito de ingressar naquele nobre e distinto recinto.

Após sua entrada, decidimos contar algumas das respostas (só as positivas) para o Romão e afirmamos que ainda havia uma segunda fase para que ele conquistasse o coração daquela linda mulher. O desafio era simples, porém, complexo! Romão teria que adivinhar qual era a maior qualidade que ela admirava em um homem! Para facilitar, demos 04 opções:

A)   Homem que dança
B)   Homem Inteligente
C)   Homem que sabe cantar
D)   Todas as anteriores.

Romão parou, pensou, pensou, pensou e, mesmo sem ser um dos seus fortes a capacidade de pensar disse: Já sei!!! Ela adora homem que canta!

Após a resposta houve um momento de pausa e, logo após, um grito bem alto: Acertooooooooooooooou!!!!

Romão comemorou, mas Lorena logo disse: Muito bem Romão, agora você vai ter que cantar uma música para ela! Pode começar!

Romão ficou azul, verde, rosa, pálido, mas decidiu cumprir sua missão de conquistar aquele lindo coração! Assim, começou:

“Tenho! Mil braços para abraçar-te
Mil bocas para beijar-te
Mil noites para viver
Tenho! Um mundo que é cor-de-rosa
De coisas maravilhosas
Que tanto sonhavas ter.

Serão os dias mais felizes
Se vives junto a mim
Espero que decidas
É só dizer que sim....”

Ao terminar, aplaudimos fervorosamente, mas ainda faltava o “Sim” que poderia mudar a vida daquele palhaço... Alguns segundos se passaram.... Momentos de tensão.... E, de repente, a moça disse um alto e forte “SIM”!!!!!

Todos comemoravam, mas Romão parecia meio confuso.... Após alguns instantes perguntou: “E agora, o que eu faço depois do sim????????”

Ficamos perdidos, com vergonha e decidimos partir em busca de um manual de instruções que explicasse o que fazer depois de um SIM. Difícil, né?!

E você? Está realmente preparado para receber um Sim? Talvez ele chegue quando você menos espera....

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Três palhaços, duas pacientes e uma canção...

Relato enviado pelos voluntários Fábio (palhaço Tunico) e Luciano (Palhaço Crispim)



Tunico, Romão e Crispim andavam com muita energia pelo corredor do 5º andar do Hospital Emílio Ribas quando, em determinado momento, decidiram entrar em um quarto habitado por duas pacientes.

Romão foi o primeiro a avançar e, em silêncio intenso, parou em frente a cama de uma jovem senhora.

Crispim foi o segundo a entrar e, após alguns passos, parou ao lado de Romão.

Por fim, Tunico, também em silencio profundo, entrou no quarto e, com seus grandes e imponentes olhos, fitava Romão e Crispim.

Crispim, percebendo a situação de mudez dos dois, ficou desesperado e começou um processo para entender o porquê de os dois palhaços não conversarem com ele. Seria sua face? Seria seu cabelo? Ou um mero Bullying com seres um pouco mais fofinhos?

Nervoso, Crispim começou a falar: Vocês não estão me vendo? Eu desapareci?

Neste momento, uma das pacientes riu da situação, mas a outra parecia ignorar e mantinha um semblante de tristeza.

Observando que mais uma vez estava sendo ignorado, Crispim decidiu se aproximar da paciente e falou: Moça? Moça? A senhora está me vendo? Será que eu sou um fantasma? Ai meu Deus, o que está acontecendo?

Assim que o Crispim terminou a pergunta, a resposta veio acompanhada de um choro emocionado:

Eu não posso vê-los, eu não enxergo, eu fiquei cega.

Para finalizar este relato, segue na íntegra as palavras de um palhaço que lá estava:

“O silencio tomou conta do quarto, e por alguns segundos só ouvimos o choro da nossa amiga. Nisso, Tunico tira sua flauta e começa uma canção que nos fez viajar para outro mundo, ficamos em silencio com a emoção na boca, muito prestes a escapar.

A música vinha da alma do Tunico, que foi aos poucos acalmando o ambiente e fazendo aquele choro desaparecer por completo.

Fomos diminuindo a música e saindo do quarto com a certeza que deixamos algo lá. Deixamos uma emoção do fundo do coração e uma energia que com certeza mudou aquele instante.”

domingo, 13 de setembro de 2015

Cuidado! Nem sempre uma UTI é uma UTI...

Relato enviado pelo voluntário Pedro (Palhaço Jaime)




Jaime e Otávio andavam tranquilamente pelo corredor e encontraram uma porta escrita UTI. O que não sabiam é que aquela sigla significava: Unidade de Transeuntes Inconformados pela onda de furtos que assombrava o local.

Ao entrarem, foram abordados por uma meliante que decidiu pegar, ou melhor, furtar o chapéu de Jaime... Ao ser detectada, resolveu dar sua própria boina para esquentar a cabeça do palhaço, mas o delito já estava consumado.

Jaime e Otávio,  neste momento, ainda não haviam percebido onde realmente estavam se metendo e, assim, avançavam em passos largos pelas vielas do local...

Depois de alguns contatos um pouco suspeitos, chegaram em uma cama (cama?) em que havia um menino com sua mãe... Quando a criança disse seu nome, Jaime percebeu que se tratava de um detetive mirim e a confusão começou.

Jaime correu para um lado e Otávio para o outro. Uma enfermeira (ou não) que tudo observava assumiu a direção de um ônibus e Otávio embarcou juntamente com as outras enfermeiras transeuntes que ali estavam.

O clima de medo se estabeleceu, enfermeiras riam de nervoso e o que parecia menos provável aconteceu: Jaime decidiu realizar um furto na mãe do detetive. O mundo, definitivamente, estava em rota de perdição...

Ele começou a se aproximar lentamente e o ônibus começou a acelerar... Quando chegou bem perto da mulher, o menino gritou e a mãe pediu ajuda para o... (que surpresa)... Detetive Otávio que estava disfarçado e seguindo os passos de Jaime para capturá-lo.

Jaime parecia não acreditar, mas a prisão estava decretada! A UTI, antes em um silêncio profundo, havia acordado e risos de salvação eram ouvidos por toda parte. O menino detetive, antes deitado, estava sentado e comemorando a vitória do bem! O mundo estava salvo e o 007 com medo de ser demitido e substituído por um palhaço! É a crise!

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

ACONTECEU ALGO RUIM? GUARDE NO COPO!

Relato enviado pela voluntária Drica (palhaça Múrcia)


Múrcia, Bordô e Baltazar estavam na Quimioteca do GRAACC e, quando entraram em uma das baias, viram uma pequena menina sentada no colo da mãe. A criança parecia tão confortável que os 03 palhaços decidiram procurar uma “poltrona” para se acomodar.

Bordô tratou logo de sentar no colo de uma outra senhora que estava ali por perto e, com tamanho conforto, começou a causar inveja nos outros palhaços.
Baltazar foi o segundo a se sentar, após encontrar um colo bem aconchegante para seu descanso.

Vendo aquilo e sempre astuta, Múrcia decidiu perguntar para a “poltrona” de Baltazar o que ela estava achando daquilo. A mulher, ou melhor, poltrona, respondeu: "Estou sentindo um pouco calor...".

Múrcia demonstrou preocupação e parecia que já sabia o que estava ocorrendo, porém foi Bordô que trouxe a explicação: “Ihhhh, moça, esse calor que você está sentindo vem de baixo do Baltazar... na verdade, nada mais é do que o momento que antecede o pum”.

Todos gargalharam, mas a tensão aumentou quando Baltazar começou a se movimentar, aproximando-se das pessoas presentes.... Quem seria o escolhido para ser atingido pelo pum do palhaço?!

Múrcia e Bordô, muito preocupados, pensaram rapidamente em uma solução salvadora: Engarrafar o pum! Entretanto, não havendo garrafas no local, apelaram para um copinho de plástico descartável.

Aliviados, os palhaços se despediram dos presentes e começaram a sair do local. Após alguns passos, Múrcia, em um momento de grande inspiração, lecionou com propriedade:

“'Tudo de ruim que acontece, devemos colocar no copo.”

E fica a lição: Daqui para frente, nunca mais esqueça de deixar um copinho descartável dentro da bolsa... ele pode ser a salvação!

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

A HORA DA VALSA


Relato enviado pelo voluntário Marcos (palhaço Tadeu)



Chegamos na Quimioteca e logo percebemos uma mãe com sua filha no canto esquerdo daquela ampla sala. As duas nos olharam, olharam-se e soltaram uma risada que chamou nossa atenção.

Tadeu e Otavio, vendo aquilo, se aproximaram com um misto de delicadeza e rusticidade. No caminho, estabeleceram uma disputa para ver quem chegava primeiro na frente daquelas risonhas pessoas.

A jovem estava com um lindo cabelo de pano colorido em sua cabeça e se mostrou bem tímida. Não entendemos bem o porquê de tamanha timidez com simples palhaços e perguntamos o motivo. Ela sorriu e com o dedo tentou nos mostrar que não era bem isso... O que seria?! 

Enquanto a menina usava seu dedo para falar, a mãe nos contou um importante segredo: Disse que era o aniversário de 15 anos de sua filha e que, por isso, era um dia muito especial.

Tadeu, ouvindo aquilo, teve um raciocínio lógico perfeito: Se alguém faz aniversário, precisa de uma festa! E se o aniversário é de 15 anos, a festança tem que ser maior ainda!!!

Tadeu afirmou que era o momento para uma festa de debutante e que ele seria o príncipe que dançaria a valsa. Otávio não gostou muito da ideia, mas Tadeu correu, pegou o “bolo” e começou a cantar um empolgante parabéns com a participação de todos.

Após os parabéns, o momento mais esperado da festa: A valsa!

Tadeu, tentando desempenhar seu papel de príncipe, faz um convite formal para dançar com a aniversariante. Ela aceita, levanta e a dança começa...

No meio da Quimioteca do GRAACC, os dois começam a dançar... A música, sem nenhum ensaio prévio, começa a ser cantada por todos os presentes:

"TARANANANA TÃTÃ TÃTÃ, TARANANANA TÃTÃ TÃTÃ...."  

Por alguns instantes, todos parecem estar em um outro mundo e a magia se estabelece naquele local... música, dança, sorrisos, uma aniversariante com cabelos coloridos e dois palhaços. 

Ao terminar a dança, um sorriso da menina e um “obrigado” da mãe completaram a festa... 

E aí? Quem você vai tirar para dançar hoje?

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

ESTÁ SE SENTINDO FEIA? NÓS TEMOS A SOLUÇÃO!


Relato enviado pelo voluntário Luciano (Palhaço Crispim)



Crispim, Malavazzi e Dona Borboleta, entram em um quarto do 5º andar do Hospital Emílio Ribas e iniciam uma discussão sobre um tema totalmente século XXI: Beleza!

Crispim, logo ao entrar, fala: Poxa, Dona Borboleta, você tem que se cuidar melhor.... Está muito largada, muito bagunçada, quase um bagulho completo.

Malavazzi, ouvindo aquilo, acrescenta: Olha aí Dona Borboleta, olha esse cabelo, todo maltratado, as unhas em estado de perdição e esta roupa... hummmm.... Esta roupa é terrível.

Enfim, em resumo, Dona Borboleta estava mais feia que briga de foice no escuro!

Após as duras verdades, Crispim e Malavazzi percebem na face da Dona Borboleta um semblante de “cachorro sem dono” misturado com “cachorro na chuva” e se comovem profundamente. Sem dúvida, era hora de ajudar a palhaça a se tornar uma Diva!

Para começar o processo de ajuda, Malavazzi pede para Dona Borboleta fechar os olhos e diz: Hoje temos uma grande surpresa para você. Hoje é o seu dia da BELEZA!!! Estamos aqui no salão.......... no salão......

Neste momento Malavazzi olha para duas senhoras no quarto e pergunta: Desculpa senhoras, qual o nome do salão mesmo?

As duas belas consultoras de beleza respondem ao mesmo tempo: Que Salão?!

Minhas senhoras, este salão aqui, diz Malavazzi. E, aproveitando, qual a data de nascimento de vocês?

Nossas duas consultoras olham novamente e respondem: Nascemos no mesmo dia, vinte e quatro de junho.

Diante de tamanha coincidência o nome do salão estava claro e, assim, Malavazzi enuncia: Dona Borboleta, aqui está a sua surpresa, pode abrir os olhos e seja bem-vinda ao salão de beleza VINTE E QUATRO DE JUNHO!!! Por algum motivo, as consultoras gargalham, mas o processo de embelezamento prossegue...

Crispim e Malavazzi começam a questionar as consultoras sobre o que deveria ser mudado em Dona Borboleta e todas as opiniões eram anotadas por Malavazzi em seu caderno 2cmX2cm. Perguntas sobre o rosto, corpo e roupa foram fluindo, massss, de repente, uma das consultoras grita: 

Noooooooossssssaaaaa, adorei o sapato!!!! É lindo!

Diante de tal informação, Crispim chega a uma brilhante dedução: Se o sapato foi elogiado e todo o resto necessita de reparo, basta virar ela de ponta cabeça para que a beleza se estabeleça! Vocês não acham que estou certo, pergunta Crispim para as consultoras que “Divavam” em seus leitos.

Após algumas gargalhadas as consultoras concordam com a solução! Felizes, Crispim e Malavazzi agradecem e deixam o salão....

Segundos após, quando elas menos esperavam, Crispim e Malavazzi viram Dona Borboleta de ponta cabeça e entram novamente no quarto: “Olha, estamos seguindo direitinho a consultoria de vocês, muito obrigado!!!”.

Escutando as risadas das duas CONSULTORAS DA BELEZA, Crispim e Malavazzi deixam o salão... Certos de que Dona Borboleta estava bela e vendo o mundo de uma forma completamente diferente!


sexta-feira, 14 de agosto de 2015

VIRANDO SEREIA

Relato enviado pelo voluntário Paulete (Palhaço Arlindo)





“As Sereias cantavam seus segredos em conchas, todos ouviam, mas só os crédulos podiam entender…” (Horácio Leal)


Andávamos despretensiosamente pelos corredores da pediatria do Emílio Ribas quando Lorena avistou uma menininha com o rosto colado no vidro da porta. Ela nos chamou para vermos o que tinha ali naquele quarto e, quando vimos o que era, ficamos todos encantados com aquela cena. Era uma linda sereia que estava dentro do mar!


Combinamos de todos mergulharmos ao mesmo tempo para tentar falar com ela, porém sempre que descíamos para o fundo do mar não conseguíamos abrir a boca sem que a gente se afogasse.... Tentamos umas quatro vezes fazer contato com a Sereia, mas ela sempre ria da nossa cara quando tentávamos falar debaixo d’água. Foi aí que tivemos uma brilhante ideia: Decidimos pedir, através de sinais, para que ela transformasse aqueles quatro palhaços em sereia. 

Prendemos o ar e lá fomos nós outra vez para o fundo do mar... Fazíamos gestos para que ela entendesse o que queríamos e, após grande esforço nosso, com um sinal de ok ela mostrou que iria atender nosso pedido e nos transformar em belas sereias.


Voltamos para a superfície para comemorar e tomar um pouco mais de ar e, na sequência, mergulhamos novamente. Foi nesse momento que a mágica aconteceu...  


Quando retornamos para o fundo do mar, sem que notássemos, já tínhamos virado sereia e conseguíamos nadar e falar normalmente. Uma sensação indescritível!


Foi um momento incrível, pois nadamos por todos os cantos do fundo do mar daquele quarto, a sereia também nadou com a gente e parecia estar muito feliz com o que tinha feito.
Agradecemos muito por tudo que ela nos proporcionou e fomos saindo do quarto... quer dizer, do fundo do mar!


Quando já estamos quase na porta, a mãe da sereia chegou para entrar no quarto e, rapidamente, transformamos aquela mãe em sereia! Já transformada, ela decidiu entrar no quarto nadando, provocando muitas risadas na pequena sereia.


O mais legal foi que depois de visitarmos outras crianças, quando passamos novamente pelo quarto da sereia, ela estava na mesma posição esperando a gente para descobrir mais algumas lindezas do fundo do mar... Passamos, olhamos, nadamos e seguimos cantando como boas sereias.
 




sábado, 8 de agosto de 2015

UMA BRONCA NA HORA CERTA!

Relato enviado pelo voluntário Fábio Nogueira (Palhaço Bordô)





Felícia e eu andávamos pelos corredores do GRAACC quando nos aproximamos de um quarto. Lá dentro havia uma menina de cerca de 08 anos e sua acompanhante.

Após pedirmos licença, aproximamo-nos e percebemos que a criança não reagia a praticamente nada. Notamos que nem as palavras de sua mãe, eram capazes de fazer com que a menina demonstrasse alguma emoção.


Permanecemos ali e revelamos que estávamos em busca de um ovo de chocolate. A mãe afirmou que não havia visto nenhum, mas continuamos nossa busca implacável pelo tão almejado doce. A menina permanecia muito quieta e apenas a mãe parecia se divertir...


Depois de muito procurar, decidi verificar se o ovo estava no sofá em que a mãe havia dormido. O local estava uma grande bagunça com um emaranhado de lençóis, cobertores e o travesseiro.


Vendo tamanha desordem e considerando minha dificuldade em encontrar um simples ovo de chocolate naquele local, dei uma “bronca” palhacística na mãe pela desorganização e, inacreditavelmente, a menina abriu um sorriso maravilhoso. A mãe, vendo aquilo, confessou que há tempos não via sua filha sorrir.


A “bronca” na mãe foi o motivo de um sorriso muito especial... Sem dúvida, guardarei ele como imagem inspiradora para o nosso trabalho e nossa missão de transformar o ambiente hospitalar.



Sorrisos especiais valem muito, aspiram por vida feliz e por esperança. Este sorriso único e inesquecível foi o grande presente que recebemos hoje.
 

quinta-feira, 30 de julho de 2015

UFC DARCY VARGAS! IT´S TIME!!!!!!!

Relato enviado pela voluntária Daniela (Palhaça Janja)





Janja e Jaime estavam caminhando pelo corredor do 3º andar do Darcy Vargas e avistaram 2 meninos brincando lá no fundo. Eles deviam ter pouco mais de 10 anos e um deles tinha o pai como acompanhante.

Jaime começou a interagir com eles e disse que era um empresário do UFC. Assim, convocou um dos meninos para uma luta com Janja. Explicou que se o menino ganhasse, eles dividiriam os lucros; se perdesse, Jaime não teria participação nos machucados. Uma proposta justa, segundo o palhaço.

O menino, ouvindo a proposta absurda de Jaime, resolveu organizar ele mesmo uma luta e disse para Janja que Jaime desafiou ela para um combate. Afirmou que Jaime disse que derrubaria ela com um peteleco e que ela era uma fraca.

Janja, já com o rosto corado de indignação, afirmou que não deixaria isso barato e se colocou a disposição para resolver essa diferença numa luta de UFC. Os meninos adoraram a ideia e Jaime, observando tudo, já tremia mais que vara verde.

Jaime manteve sua postura altiva e seu discurso de braveza, mas demonstrava muito medo em seu olhar. Enquanto isso, Janja ia se preparando para uma verdadeira batalha alongando-se, aquecendo-se, correndo de um lado para outro e tentando intimidar Jaime com olhares fulminantes.

Jaime começou a buscar algumas soluções, mas, de repente, um brado foi ouvido no corredor: “Que comecem suas apostas!!!”.... Não havia mais volta e estava decretada a ocorrência do primeiro UFC Darcy Vargas. A mesa de apostas foi aberta e as opiniões estavam um pouco divididas: 100% dos presentes apostavam em Janja e 0% em Jaime. Bombom e Paolo se aproximaram e, também, colocaram todas as suas fichas nos músculos da grande palhaça.

Neste momento, praticamente encurralado, Jaime decidiu utilizar a técnica ninja do golpe de fuga! Assim, quando todos estavam distraídos, empurrou Janja e saiu correndo pelas escadas em direção ao andar de baixo. Janja, soltando fumaça pelas orelhas, partiu atrás dele, pois ela não foge de briga alguma.

Poucos segundos depois, ouve-se a voz de Jaime voltando pelas escadas. Sua roupa, sempre alinhada, estava completamente bagunçada.... Seu cabelo, normalmente impecável, demonstrava uma briga cabeleirística intensa e a flor que carrega com todo amor do mundo em seu colete, passou a ser um adorno em seu cabelo completamente despenteado.

Apesar da surra, Jaime passou pelo corredor do 3º andar cambaleando e proclamando: Isso é vitória, isso é vitória! Enfim, somos palhaços e não desistimos nunca!

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Por um mundo mais limpo!

Relato enviado pela voluntária Adriana (Palhaça Múrcia)




As tias da limpeza dos hospitais são incríveis!!! Não só porque elas deixam tudo limpinho, mas também porque elas são super receptivas, entram nos nossos jogos, e deixam até a nossa alma muito mais limpa!!

Num sábado desses no GRAACC, Begônia, Felícia e eu já estávamos finalizando a visita, quando chegamos no vestiário e encontramos uma tia da limpeza toda sorridente!

Rolou um momento de indagações... Entraríamos no vestiário ou não? Sujaríamos o chão pisando nele ou não? Éramos educadas e limpinhas ou não? A tia estava rindo da nossa cara ou não?

Até agora nenhuma dúvida foi esclarecida!! Mas optamos por ver o armário enquanto a tia acabava a limpeza do vestiário...

O problema é que ela não voltava pro vestiário!! Ficava olhando pra gente da porta e rindo!

Até que ela soltou: - Eu nunca tinha visto três palhaças mulheres juntas por aqui! Vocês são lindas!

Ahhhh... que coisa mais fofa e ao mesmo tempo verdadeira! Ela estava ali admirando nossa beleza!!

Agradecemos muito o elogio e ela continuou: - Sabe, eu tenho um monte de fotos dos palhaços aqui no celular. Posso tirar uma de vocês também??

Mas é claro!!! Nos ajeitamos numa pose e ela tirou uma foto!

Reparamos um olhar de reprovação dela no celular. Segundo ela a foto tinha saído embaçada... Seria a luz?

Mudamos pro outro lado, mais duas poses, fotos e o problema continuava... estava embaçado!

Até que Begônia olhou bem pro celular e falou: - Olha! É só a senhora limpar aqui! – falou já limpando com o próprio dedo a lente da câmera do celular!

Mais uma pose! Foto! E... foto limpa e clara, com três palhaças que acreditam no mundo, nas tias e nas limpezas de ambientes e lentes de câmera!!


quinta-feira, 25 de junho de 2015

Aniversário Surpresa!

Relato enviado pelos voluntários Paulo, Fernando e Paloma (Palhaços Arlindo, Bernardino e Lorena)





Estávamos andando despretensiosamente por um corredor do hospital Emílio Ribas, Bernardino, Arlindo e eu, quando fomos abordados por uma médica.


- Ei, palhaços! Que bom encontrar vocês! Tem um paciente que faz aniversário hoje, mas está em isolamento e não pode receber visitas. Vocês podem ir lá no quarto dar os parabéns para ele, né?
-Claro que sim!
- Seu desejo é uma ordem!
- Eba, eu adoro festa de aniversário!

Avental branco.
Máscara branca.
Nariz vermelho por cima da máscara.
Palhaços em ação!

Entramos no quarto em silêncio.
Bernardino abaixou a cabeça em direção ao chão e fez de suas costas um bolo de aniversário.
Arlindo apoiou o cotovelo em cima das costas do Bernardino e fez de seus três dedos velinhas.
Eu fiz o mesmo que Arlindo, mas com dois dedos, afinal, o aniversariante estava completando 32 anos de idade.
Silêncio mais um pouco.
O aniversariante olhava pra gente sem entender nada.
De repente...


Parabéns pra você
Nessa data querida
Muitas felicidades
Muitos anos de vida!

E pro T. nada!
Tudo!
Então como é que é?
É pique, é pique
É pique, é pique é pique
É hora, é hora,
É hora, é hora, é hora
Rá tim bum!!!

Ficamos tão animados, cantando parabéns que só percebemos no final da música que o aniversariante limpava suas lágrimas no canto dos olhos.
Foi um choro de alegria, de emoção. Foi um choro de quem não estava acreditando que alguém se lembrou do seu aniversário.
As velinhas estavam quase se apagando.
- Ei, não vai apagar as velinhas?

Foi aí que o aniversariante respirou fundou e assoprou as velinhas com toda vontade do mundo.
- E aí, fez um pedido?
- Claro que eu fiz.
- Então conta pra gente o que pediu?
- Eu não.
- Conta vai...
- Não posso contar. Se eu contar não vai se realizar!

Não descobrimos qual foi o pedido, mas eu ganhei o primeiro pedaço do bolo.
Depois de divagarmos sobre os nossos desejos de aniversário, Arlindo e eu decidimos deixar o bolo de aniversário de presente para o aniversariante.
Arlindo e eu nos despedimos e fomos embora.
Opa!

O bolo era o Bernardino.
Caramba! Deixamos nosso parceiro no quarto!
Quando olhamos pra trás no corredor, vinha o Bernardinho, correndo com medo de ser engolido pelo aniversariante, pedaço por pedaço.




quarta-feira, 13 de maio de 2015

Antes Só do que Mal Alimentado!

Relato enviado pelos voluntários Luciano e Fábio (Palhaços Crispim e Tunico)







Tunico entrou no quarto de Dona I. na UTI. Ela estava bem triste, pois naquele dia era o casamento do sobrinho dela e ela não poderia comparecer.

Se ela queria ir até um casamento, um casamento iria até ela!!
Crispim e Borboleta estavam moscando no corredor e não perceberam que o casamento deles estava prestes a começar!!!!

Tunico, assumindo papel de padre, empurrou o noivo pra dentro do quarto que já ansioso esperava a desconhecida amada.
A noiva Borboleta entrou no quarto-capela, linda, brilhante, sorridente e franca!

Tunico: - Seu Crispim, você aceita Dona Borboleta, como sua legitima esposa? Você aceita dividir seu bolo de chocolate com ela? Você aceita dividir seu estoque de bombom e doces com ela? Você aceita dividir aquele X-Bacon delicioso com ela?
Ele continuou explicando a necessidade de se dividir TUDO, o dinheiro, a comida, os brinquedos, a cama, o refrigerante, a batata doce, o pudim de leite, o Yakult...

Crispim olhou bem para o Padre e começou a gagueja para falar o SIM, querendo muito fugir daquele lugar sem esposa e pensando em todas as suas guloseimas.

Padre Tunico, sem muita paciência, resolveu passar a pergunta para a Dona Borbeleta.

Tunico: - Dona Borboleta, você aceita Crispim como seu legitimo esposo? Você aceita acordar no meio da noite com fome e não ter nada na geladeira pra comer porque algum gordo comeu tudo? Você aceita ter que sair com ele rolando para passear? Você aceita...

Dona Borboleta, ensandecida, interrompeu o Padre Tunico: - NÃOOOOOOOOOOO!!!!

Crispim olhou pra noiva, olhou pro padre e resolveu dar a sua resposta: - NÃOOOOOOOOO!!!

Sem ter o que fazer e para não perder a cerimônia, Tunico resolveu então fazer uma cerimônia de separação.

Tunico: - Crispim, você aceita ficar bem longe da Dona Borboleta e comer todas as suas guloseimas sozinho?
Crispim: - SIMMMMMMMMMMMMMMM!!!!
Tunico: - Dona Borboleta, você aceita ficar bem longe do Crispim, a arrumar um namorado bem bonitão e saradão?
Dona Borboleta: - SIMMMMMMMMMMMMMM!!!
Tunico: - Então vos declaro, separado e separada!!

Saímos do quarto felizes com a cerimônia e direto para a festa!!!

Esperamos que o casamento do sobrinho da Dona I. tenha sido beeeeem diferente... E, principalmente, que seja repleto de amor!!
Afinal, amar é dividir o Polenguinho com a pessoa amada e não ficar olhando se o pedaço dela ficou maior que o seu!!!!

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Encontros e Despedidas


Relato enviado pelo voluntário Fabio Lins (Palhaço Tunico)


Todos os palhaços voluntários que visitam o hospital Darcy Vargas conhece o garoto S***.  Ele está há muito tempo na UTI.

Durante esses dois anos de voluntariado na Operação Arco-Íris, eu pude, quase que mensalmente, conviver com esse garoto tetraplégico e seus pais.


Por todo esse tempo eu sempre levei a minha flauta para "tocar uma canção para o S***" e me divertia junto com as enfermeiras, pais e acompanhantes presentes na UTI.

Bom, um dia eu deduzi que ele não gostava das minhas músicas e por várias visitas a brincadeira se resumia a todos tirando sarro de mim. 

Ouvia "pobre Tunico". E eu achava que estava abafando, mas aquele garoto não esboçava nenhuma reação, nem sorria, nem chorava, apenas olhava cada "apresentação" ali em silêncio.

Sendo assim, passei os últimos dias na equipe do Darcy Vargas com esse sentimento.

Só que mais uma vez estava enganado. Na minha última visita ao hospital (trocamos de hospital todos os anos), o pai de S***, sabendo que eu mudaria de equipe, solta: "Sabe Tunico, o meu coração nunca se engana com o olhar do meu filho e tenho certeza que ele sentirá muita saudade de você".

Nessa hora minha voz embargou, meus olhos marejaram e a única reação foi um sorriso tímido, sim tímido para um Tunico que tentava prender o choro, afinal, Palhaço não chora! Não?


quarta-feira, 8 de abril de 2015

Riso Frouxo


Relato enviado pela voluntária Daniele (Palhaça Clô)




Clô e Coriza apareceram na porta.
A mãe da menina B., 8 anos, olhou e já começou a rir.
B. não aguentou e riu também.

Elas se entreolharam e perguntaram:
- O que aconteceu? Porque vocês estão rindo?
- Porque vocês são palhaças! – disse B.

A mãe gargalhava.
E nós, sérias.

Clô se adiantou:
- Ok, minha senhora. Conheço uma técnica que isso pára instantaneamente.
- Qual? – perguntou a mãe.

Nisso, J., 12 anos do outro leito já olhou e começou a rir.
A mãe de J. tentou avisar:
- Como que palhaço não vai fazer rir?!

As palhaças se adiantaram um pouco adentrando do quarto.

Clô começa:
- Meninas, todas. Levantem a mão direita.
Levantaram.
- Agora façam como se fosse uma pinça com os dedos, desse jeito. – demonstrou.
E fizeram.
- Agora acompanhem o movimento. (...) Isso se chama Zíper de Boca.

A mãe de B. e a própria B. caíram na gargalhada.

Coriza alertou a Clô:
- Clô! Esse movimento foi pra abrir!!
- Ai caraca! É mesmo... – conluiu Clô.
Ela respirou fundo e recomeçou:
- Muito bem, meninas. Levantem a mão esquerda.
Levantaram... com sorrisinhos.
- Façam a pinça com os dedos e... (...) Fecha a boca!

Parece que não adiantou nada. Todas continuaram a rir mais ainda.

Coriza, com muito da esperteza no pâncreas disse:
- Clô! Tem que puxar dos dois lados!!
- Nossa! Boa! – se animou Clô.
Nova respiração concentrativa e:
- Meninas! Levantem as duas mãos.
Levantaram.
- Façam a pinça com os dois dedos e ... (...) Puxem!

Aí, TODAS do quarto gargalhavam de chorar... E as duas sem entender nada!!

- O que aconteceu? – perguntou Clô.
- Você está parecendo um sapo! Disse J.

E continuaram a gargalhar.

- Coriza!
- Oi Clô!
- Já se temos um diagnóstico pra esse quarto!
- Qual?
- Quarto do Riso Frouxo!

Em meio aos risos, as duas palhaças saíram inconformadas sem saber o motivo.

  

quarta-feira, 1 de abril de 2015

O Pezinho


Relato enviado pela voluntária Adriana (Palhaça Múrcia)




Sábado de carnaval, verão, sol a pino e um calor escaldante!!
Passávamos pelo corredor da UTI quando ouvimos uma vozinha que só resmungava, como se dissesse “éeeeee...”.

Somos palhaças muito curiosas e logos quisemos saber o que “era” afinal.
Entrando no quarto vimos uma mãe com avental e luvas que fazia cafuné num pequenino de poucos meses de vida...
Quem resmungava era o pequenino... “éeeeee...”

Dália e eu somos muito boas em resolver problemas alheios! E ali não seria diferente! Logo começamos a questionar a pequena criatura sobre o que incomodava...

Múrcia: “Sua mãe fez alguma coisa pra você?”
Bebê: “éeeeee...”
Dália: “Ai que chato, mãe!”
Mãe: “Mas eu não estou fazendo nada de errado!”
Dália: “O que ela fez está te incomodando?”
Bebê: “éeeeee...”
Múrcia: “É... foi a senhora mesmo! Ele não mentiria pra gente...”
Bebê: “éeeeee...”

O bebê estava incomodado, a culpa era da mãe e precisávamos resolver isso!
Olhando bem para o bebê, percebemos que ele estava usando fralda e meias...
Como assim, meias??? Estava um calor do cão!! Eu mesma estava quase gritando de raiva da minha meia calça que grudava nas minhas pernas!! Quando vi aqueles pés pequeninos, que certamente estavam acalorados, logo matei a charada!!!

Múrcia: “Só podem ser as meias!”
Dália: “Mas é claro!!! Com esse calor todo!!! Estou aqui derretendo!!”
Múrcia: “E a senhora ainda coloca meias no pobre coitado???”

A mãe sorriu e começou a tirar as meias do pequenino!
O semblante do bebê mudou... ele começou a movimentar os pezinhos e até os dedinhos, como se sentisse o toque do vento que o refrescava...

Aquela cena foi tão linda que Dália e eu fizemos uma composição musical em homenagem aquele momento!!

“♪ Meu pezinho, meu pezinho
Vou despir, vou despir
Pra ficar soltinho, pra ficar soltinho
E o vento sentir, e o vento sentir... ♪”

Foi lindo!!
Uma médica entrou no quarto neste momento sem entender nada e falamos pra ela que se ela tivesse qualquer tipo de problema era só chamar a gente, afinal acabávamos ali de resolver mais um!

E não parou por aí... porque como a mãe estava usando luvas para tocar o bebê, falamos pra ela que assim que ele dormisse, ela poderia tirar as luvas para também sentir o toque do vento!!
Alguns minutos depois encontramos a mãe no hall do 7º andar falando no celular... Ela estava sem as luvas e quando nos viu balançou as mãos, bem feliz, enquanto sentia uma grande sensação de frescor!!

E você? Precisa de alguma ajuda? Somos muito boas nisso!!!