Ansiedade era meu nome, mas combati tentando deixar tudo separado, nariz,
maquiagem, roupa e etc, já na véspera, agora era só combinar com minha parceira
VANUSA (Juliana) e pronto, deixar rolar a brincadeira.
Pergunta daqui e dali e finalmente veio a resposta, nos encontraremos às 8:30
na Rua Dr. Luis Barreto, uma segunda entrada, mais fácil, segundo minha
parceira...maravilha, até amanhã então!
Saio 8:00 hs e em dez minutos, com todos os faróis entendendo minha angustia para
não atrasar chego no hospital, porém, como era cedo, tive tempo de estacionar e
procurar pelo ponto de encontro, momento em que descubro que não existe entrada
pela Rua Dr. Luis Barreto, o Hospital Menino Jesus, também conhecido por Jesus Boy,
tem entrada ou pela Ingleses ou Franceses...fantástico, comecei bem, perdido...achei
a VANUSA! De fato, nem ela foi pra rua errada...pegadinha do malandro?
Nos preparamos na sala dos voluntários, junto com o pessoal da assistência social e
senti muita empatia e segurança na parceira, afinal, ela tinha a senha do cadeado...ela
e quem mais olhasse na XXX do armário, pois esta escrito a lápis um “XXX” e,
prontos para a brincadeira, saímos da sala.
Ouvidoria, Recursos Humanos e chegamos no corredor do 6º andar, muitas crianças,
mãe e alguns pais, muitas risadas, passagens de senhas e abraços nas funcionárias
de limpeza (to gostando deste negócio de passar senha...senha: abraço, começa com “abra” e termina com “ço”) não falha uma vez...todas funcionarias no fundo tem a senha e a dizem...obviamente que não negamos nenhum pedido e abraçamos todas.
Roubamos uma cadeira do “senhor 2 cadeiras”, infelizmente entalei nela, cadeiras
pequenas demais pra minha banda...Danusa fez força pra sentar...embora não assuma isso e conseguimos sair sem levar as cadeiras para ir diretamente para o cativeiro, também
conhecido por Hospital Dia.
Ninguém confirmou, mas acho que a noite não funciona, muito embora seja 24horas,
contudo, ninguém soube explicar como poderia chamar de hospital do dia, enfim,
entrar foi fácil, enfermeiras e auxiliares receptivas, aliás, bem bacana mesmo e as
crianças desenhando e conversando conosco, muitas brincadeiras com todas as
crianças – umas 15? Mães, médicos (Dra. Grandona), enfermeiras, etc...15 ou 20
minutos, e pra sair?
Rapto? Sequestro? Prisão? As crianças não deixavam sair...alguns minutos depois e,
mediante o pedido das mãe para que as crianças acompanhassem uma enfermeira,
porque estavam mudando de leito e eis que chegou a salvação...quase inauguramos
uma facção da Operação Arco-Íris especial para o Hospital do dia, na próxima incursão
no setor, é bom ter um plano emergencial para saída rápida (#ficadica).
Finalmente fomos para o térreo da rua dos Franceses, sim, é lá que existe outra
entrada, uma nos Ingleses, outra nos Franceses, Luis Barreto não, beleza? Lá fica a
recepção, muitos pais, mães e crianças, muitos e muitos, muitas e muitas, de forma
que a brincadeira lá precisaria ser bem ampla e demorada para interagir com todos,
mas o tempo já não ajudava; roubamos senhas, trocamos outras, algumas bolhas de
sabão e conseguimos muitas risadas, algumas contidas, outras escandalosas, não sem antes a Danusa ter sentado no colo de uma menina que não conseguia ficar sem
rir, contagiante mesmo!
Enquanto isso, do lado de fora, um menino pulava a cada dois segundos para nos ver
por uma janela; ele estava do lado de fora do hospital, pulando sem parar e...não teve
jeito, tivemos que sair da recepção para ir conferir o acontecido e pronto, lá estava
o senhor documentos voadores, pulando, rindo e se escondendo entre as pernas da
mãe com nossa presença, com seu zíper aberto e rindo sem parar...aliás, o senhor
documentos voadores gostou tanto da brincadeira que nos seguiu até o sexto andar e
só nos abandonou quando finalmente entramos na sala dos voluntários para encerrar
nossa brincadeira, uma pena, cabia mais um caminhão de risadas e tropeços (Val de
Carvalho, tks pelas gagues! Funfa memo!!)
Passada a ansiedade da primeira volta, pude notar como o clima se transforma com
nossa presença, por mais ou menos que se faça, a presença de qualquer coisa
diferente já tem o poder de transformar o meio ambiente, pode ser uma televisão,
um desenho pintado na parede, detalhes de brinquedos, enfim, o ambiente pode ser
alterado com algum detalhe, contudo, a presença do palhaço, longe de ser um detalhe
ou uma televisão, transforma profundamente o ambiente e arranca das pessoas,
adultos ou crianças, doentes, acompanhantes ou funcionários, de alguma forma, um
sentimento bom e deixar o “ar” mais leve, só vendo para sentir e só sentindo que se
vê!
Para mim foi muito bom, me diverti, dei risada, mexi com muita gente e fui mexido
também...mas sai de lá com a certeza de minha escolha, com a certeza de ter
visto um ano atrás o vídeo institucional da OAI e ter acertado na inscrição para o
voluntariado, além de me fazer muito bem, consigo dividir esse sentimento bom
com outras pessoas, que acham que precisam mais do que eu disso...e no final da
certo...é praticamente um coco de cachorro...quanto mais mexe, mais fede e, quanto
mais gosto, mais legal fica...quero então deixar esse registro não só para a Juliana
(Danusa) que, embora não queria muito a minha companhia, me passando o endereço
errado, me ajudou muito a dar estes primeiros passos... sua linda!
Agradeço também a todos os amigos que fiz, que compartilham deste sentimento e com certeza estão se divertindo muito por aí e de certa forma, estavam comigo nesta manhã, pois em cada
passo sentia e lembrava de nossos exercícios, vibrações e brincadeiras, agradecido
também pelos capacitadores, vocês foram tão fantásticos na preparação que dá a
impressão que treinaram aquela galera toda que estava no hospital também, foi bom
e vocês fizeram parte disso e finalmente agradeço ao grupo todo, porque é muito
bom saber que existe um lugar cheio de pessoas assim, com narizes vermelhos e
contagiantes e poder ser mais um a se divertir e fazer parte.
Estou pronto para a próxima!
Bjo do LOUriVAL ( ou seria SANDOVAL ? )
OBS: O nome clown da Juliana é DANUSA.
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