Palhaço também conta histórias!
Neste blog você pode saber um pouco mais das nossas histórias vividas nos hospitais.

sábado, 3 de março de 2012

Um hotel açougue para enviar cartas...



Relato enviado pelo voluntário Alexandre - Palhaço Pino
Evento: Encontro Geral de Voluntários / Formatura dos Novos Voluntários
Data: 25/02/2012
Local: Proximidades do Parque da Água Branca
Dupla: Pino e Bom Bom (Alexandre e Ana Lúcia)



Sem querer usar frases feitas mas já usando, a gente sempre acha que jáviu, ouviu e viveu de tudo nesta vida... mas isso não é verdade, e o exercício de clown na rua da minha formatura foi uma desses momentos. Estávamos eu e a Bom Bom tentando entregar nossa bexiga a quem bem merecesse e, de repente, nos deparamos com um simples e decadente hotel na Avenida Francisco Matarazzo.
O hotel,talvez da década de 50 ou 60 mantem as mesmas características da época onde se usava muita fórmica e, no caso desse hotel, era amarelo ovo. Entramos daquele jeito, como todo palhaço tem que entrar: de sopetão.



O dono, um português com sotaque ainda um pouco carregado nos recebeu junto com um pseudo gerente sorrindo, e a Bom Bom logo mandou de cara: - Senhor, isso aqui é uma agência dos Correios???
E eu emendei logo em seguida: - Porque eu preciso mandar uma carta bem urgente, pode ser aqui?
O portuga retrucou: - Não, ora poix, isso não é uma agência dos Correios, mas sim um açougue, vocês não estão a veire?
E eu: - É evidente que sim, e como é um açougue deve ter um monte de boi forte, não é verdade?
Portuga: - Tem sim, e tem touro forte também. Mas você, se comer um bom tanto todo dia pode ser tornar um belo touro, não acha?
Bom Bom: - Mas o Pino é tão magrinho, será que não vai demorar para ele virar um touro?
Portuga: - É só ele comer um monte de carne aqui no açougue todo dia.
Eu: - E a minha carta? Como é que faço para enviar se isso é um açougue? Posso deixar a carta aqui que o senhor despacha no lombo de um boi?
Portuga: - Ora pois, se não despacho, deixa que a carta vai rapidinho.

Pensa que acabou???

Nesse cenário surreal apareceu um entregador de flores, amarelas e baratas, mas que enfeitam o balcão do hotel/correio/açougue todos os dias. O entregador, já entrelaçado nos braços do álcool se revelou um talentoso cantor,e entoou o grande hino de Nilton César chamado “A namorada que sonhei”: receba as flores que lhe dou...em cada flor um beijo meu...e segue.

É evidente que o trio, capitaneado pelo portuga açougueiro recebeu o nosso prêmio. Pena que a bexiga era vermelha, e não amarela... ia combinar tanto com a fórmica, com as flores.