Relato enviado pelo voluntário Fabio (Palhaço Bordô)
Um profissional do hospital Emílio Ribas nos
informou que uma paciente em estado “paliativo” estava precisando de palhaços.
Descobrimos, naquele instante, que se tratava de uma
paciente num estado sem cura, no qual a morte é questão de algum tempo, isto é,
a Medicina nada mais poderia fazer por aquela pessoa.
Num primeiro momento reagi com certo receio, mas,
sem hesitar, encaramos o desafio.
Era uma jovem de 20 anos, que estava quase
paralisada em sua cama. A Dália gostou muito do penteado da paciente e quis
imitá-la. Eu fui o cabeleireiro. A paciente já esboçava sorrisos.
Fiz uma bagunça no cabelo da Dália, mas no final
ficou parecido como o penteado da paciente.
Sugeri que a Dália fizesse o mesmo penteado no meu
cabelo. Entretanto, quando Dália tirou meu chapéu, descobrimos que não tenho
cabelo! Mesmo assim, ela fez um penteado imaginário. A paciente, sempre
sorridente, nos acompanhou no jogo até o final.
Quando desfilamos os penteados, pedimos uma nota e,
surpreendentemente, fiquei com a nota 10 e a Dália com a nota zero!
A paciente esteve conosco o tempo todo. Decretamos
vida no quarto e fomos recebidos com vida pulsante, que até quis “sacanear” a
Dália ao final, algo que é muito humano.
Foi uma experiência incrível.
Um comentário:
Parabéns pela iniciativa.
Eu e a Pina, além do IIER também atuamos como palhaços [Ribas e Picolina] no HSPE, onde constatamos essa nossa tão necessária presença de "corpo e alma".
felicidades!
Marcos
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